Capítulo 17 [Parte 3]

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Capítulo 17

[Parte 3]

Lancei a Arthur um olhar agoniado, mas ele apenas encarava Carlos desafiadoramente.

- A carla foi o bem mais precioso do seu Pedro . Trate-a como ela merece ser tratada e não ouse magoar essa menina.

- Eu preferiria tomar um tiro de fuzil a fazer a Carla infeliz,seu Carlos – Arthur disse calmamente. Espantei-me com a seriedade explicita em suas palavras. Não me pareceu atuação e isso fez meu estômago revirar como se tivesse borboletas no meu estômago.

Carlos sorriu.

- Fico feliz em ouvir isso. Evita um bocado de ameaças que eu não teria problema algum em cumprir. Não pense que ela está desamparada. A Carla tem quem olhe por ela.

- Ah, eu já havia notado – Arthur retrucou, a voz fria como gelo. – Deixar alguém sem um tostão, dependendo da bondade de amigo, é sem dúvida um gesto muito protetor.

Carlos se retraiu diante da resposta arredia de Arthur .

- Sou pago para executar ordens,Arthur .

- Mesmo sabendo que essas ordens vão fazer a Carla sofrer. Bom trabalho, Carlos . – Arthur parecia realmente irritado.

- O seu Pedro sabia o que estava fazendo – argumentou o advogado, o rosto impassível.

- Discordo – Arthur retrucou na mesma hora . – O seu Pedro conhecia bem a neta. Sabia como a decisão dele a magoaria, e mesmo assim foi em frente. Me pergunto o que, ou quem, pode ter influenciado um homem generoso como ele a agir dessa forma. – Carlos tentou dizer alguma coisa, mas Arthur não permitiu. – Não se preocupe mais com a Carla . Ela é minha mulher agora. Não vou permitir que lhe falte nada, e vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que ela seja feliz. E, por favor, gostaria que você parasse de perturbar a Carla . Se ela precisar de ajuda, sabe onde te encontrar. Não que você tenha a intenção de realmente ajudar, não é? – Ele se levantou da mesa e me pegou pela mão, lançando um olhar fulminante para Carlos .

Por um momento, pensei que mísseis de destruição em massa sairiam dos olhos do advogado e acertariam em cheio a cabeça de Arthur .

- Até logo, Carlos – resmunguei atordoada.

Alguns olhares curiosos nos acompanharam, mas Arthur não pareceu notar enquanto pisava duro no assoalho de madeira, e me levando de volta para nossa sala ainda vazia.

- Desculpa – ele pediu quando me fez sentar na cadeira de sua mesa e se encostou no tampo. – Eu não tinha a intenção de falar por você daquele jeito. Eu... não sei o que me deu. Eu simplesmente detesto esse cara! – ele passou a mão pelos cabelos.

- Eu... realmente não preciso que ninguém me defenda, mas agradeço o que você fez. Só não sei bem se entendi o que te fez ficar tão alterado. O que o Carlos fez com você?

- Comigo, nada. Com você, tudo! Eu detesto o que o Carlos e o seu avô fizeram com você.Sou pago para executar ordens – ele imitou, furioso. – Que tipo de homem permite que uma garota magoada, que já perdeu toda a família, se sujeito aos caprichos de uma pessoa que nem está mais aqui? Me desculpa, mas o seu avô foi cruel com você. Ele errou. Errou feio. Nem ele tinha o direito de brincar assim com a sua vida. Por causa disso hoje estamos casados.

Pressionei os lábios para não gritar pela forma que ele havia falado. Eu havia entendido tudo errado,Arthur não se importava comigo. Não de verdade.

- Se você tá querendo pular fora... – comecei, sem conseguir terminar.

- Pular fora? – sua testa vincou, o olhar ficou confuso. Em seguida, seus olhos se arregalaram e ele se agachou à minha frente, tomando minhas mãos nas suas. – Não! Não foi isso que eu quis dizer, Carla . Não mesmo!

Só consegui fitar o chão. Ele me surpreendeu encaixando as mãos quentes em meu queixo e levantando meu rosto até que eu olhasse para ele.

- Eu não quis dizer isso – falou numa voz urgente, os olhos límpidos e profundos. – Eu juro! É que me mata pensar em como tudo isso te magoa, em que tipo de problema você teria se o noivo não fosse eu. Com que tipo de maluco você teria se casado para recuperar o que é seu de direito. Entendeu?

Assenti, meio zonza pelo toque de Arthur quente meu queixo . Arthur não me soltou.

- Eles estão errados. Seu avô e o Carlos ... e eu estava errado também. Você não é quem eu achei que fosse. Você é uma mulher especial, sincera ao extremo, que ama os amigos e a família e que precisa de ajuda quando uma lagarta aparece. Você é... – seu olhar estava preso em meu rosto e se deteve por um instante em meus lábios.

Minha respiração ficou pesada. Seus olhos brilharam perigosamente, e sua proximidade me deixou em chamas.

- ...tão linda! – ele se inclinou em minha direção.

Não me atrevi a piscar, temendo acordar se fechasse os olhos. Eu queria que Arthur me beijasse mais uma vez, para me convencer de que seus lábios não eram tão macios e quentes como eu lembrava. Só queria ter certeza de que eu havia fantasiado a doçura e o calor de seu toque. Nada além disso.

Entretanto, não pude comprovar que estava enganada, já que Paulo entrou na sala, silencioso como um mamute.

- Opa! Desculpa, cara. Foi mal – ele murmurou, sorrindo maliciosamente. – Não sabia que vocês estavam trabalhando num... assunto importante.

Arthur me soltou de imediato e me larguei na cadeira, com vontade de matar aquele varapau narigudo pela intromissão.

- Já terminamos – respondeu Arthur . E, como se um botão tivesse sido ativado, a fachada distante que ele usava com frequência voltou com força total. – Carla , eu... preciso terminar algumas coisas. Será que você pode... – e indicou a cadeira onde eu estava sentada.

- Ah, claro. – Se minhas pernas me obedecessem depois de ele estar tão perto de mim,como eu faço para andar de novo !

Num esforço hercúleo, me pus de pé e me obriguei a caminhar até minha mesa. Não ousei olhar para Arthur  pelo resto da tarde pelo que havia acontecido.

Se Paulo não tivesse entrado,será que Arthur me beijaria?e o mais importante porque o meu coração ficou batendo cada vez mais forte quando ele se aproximou de mim e eu o achei que ele ia me beijar.

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Procura-se um marido-Carthur  (Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora