Capitulo 05 [ Parte I]

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Capítulo 5

[Parte 1]

Depois de ter lido a carta do meu avô decidir não desistir e voltei para o escritório,Karol continuou habilmente me torrando a paciência e enchendo a porra do meu saco,também ninguém falava comigo além do necessários quando precisavam de alguma coisa e eu era responsável por isso.

Até o rapaz musculoso que eu ainda não sabia o nome mas eu também não queria saber,se manteve distante de mim depois de duas ou três tentativas de me abordar só que sem sucesso e graças a Deus ele desistiu.

Eu fugia dele como o diabo foge da cruz,eu não queria falar com ele de jeito nenhum.O mesmo acontecia comigo em casa,Eu me esgueirava pela mansão, tentando evitar qualquer encontro com a dupla dinâmica que havia tomado conta da casa do meu avô para meu desgosto . E acabei conseguindo, graças a Viviane , que me convidava para dormir em sua casa quase todas as noites. Vicky e Carlos não me preocupavam mais ou deixaram de ser um problema para mim .

Duas semanas depois de começar o meu martírio na L&L, Carlos deu o ar da graça durante o almoço para perguntar como eu estava me saindo.

- Eu mal vejo você. Parece que nem moramos na mesma casa. – O que, para mim, era um alivio. – como estão as coisas por aqui,Carla ?

- Humm... – resmunguei enquanto mordia uma batata malcozida. – Olha em volta,Carlos . Todo mundo me adora. Isso aqui é o céu!Eu amo estar aqui,todos são tão simpáticos,só que não.

Ele observou os rostos curiosos que nos observava. Karol , no outro canto do grande salão, parecia prestes a explodir, sem saber o que falávamos. - Eles podem estar com medo de você – ele sugeriu. – Afinal isso tudo um dia será seu.

- Medo – zombei – Dá herdeira falida. Sou mesmo assustadora.

- Tenho uma coisa para você – ele colocou a mão no bolso interno do paletó.

Meu coração disparou.

- Uma carta!

Ele sacudiu a cabeça.

- É uma coisa que seu avô queria que ficasse com você. Isto está fora da herança. – Ele me entregou um saquinho de veludo azul. – Sei que não tem valor comercial, mais acho que você vai gostar.

Arfei quando vi o relógio que vovô nunca tirava do pulso – a pulseira de couro negro, um pouco
desgastada, contrastando com a caixa dourada.

- Foi o primeiro bem de valor que o vovô comprou com seu próprio dinheiro – apontei.

- Eu sei, ele me contou. Mas não vale nada hoje em dia. Sinto muito – ele deu de ombros.

Para mim valia mais que um diamante do tamanho da cabeça de Carlos , o que não era pouca coisa. Não pude evitar as lágrimas.

- Obrigada, Carlos ! – pulei da cadeira para abraçá-lo por conta do presente que ele havia me dado vindo de meu avô significava muito para mim.

Ele pareceu sem jeito com a minha demonstração de gratidão, e deu uns tapinhas desajeitados nas minhas costas.

- Eu só cumpro ordens, Carla . Mas você entendeu o recado?

Sorri

- Entendi! Claro que entendi! O vovô queria que alguma coisa dele ficasse comigo, para que eu sentisse sua presen... – me interrompi. Sacudi a cabeça e sorri, sentando-me novamente. – Ele quer dizer Não se atrase, não é?

Carlos assentiu quando eu lhe falei .

- A Karol me disse que você se atrasou todos os dias desde que começou a trabalhar.

- Não é bem assim. Hoje cheguei só quinze minutos atrasada. É quase o mesmo que chegar na hora – me defendi.

Ele riu, sacudindo a cabeça.

- Para os seus padrões, creio que seja mesmo. Bom, preciso ir.

-Tá bom. Obrigada por me entregar isso – apontei para o relógio. – E... desculpa se tenho sido um pouco agressiva, mas é que tem tanta coisa acontecendo e... sei lá, não estou conseguindo lidar direito com tudo isso.

- Não se preocupe. Entendo perfeitamente – ele sorriu um pouco e se foi.

Olhei para o grande relógio do refeitório e notei que o de meu avô estava quinze minutos adiantado. Por isso ele nunca se atrasava! Eu ri, colocando a peça fria no pulso. Quando levantei a cabeça, encontrei os olhos do camarada mal-educado fixos em meu rosto – eu precisava para de me referir a ele dessa forma; camarada havia saído de moda fazia pelo menos uma década! O problema era que sua aparência não ajudava. Apesar do terno alinhado e da postura séria, definitivamente havia algo de selvagem em seus olhos, para não mencionar os cabelos, mais bagunçados do que homens de negócios costumavam usar. Algo nele me fazia pensar em fugas alucinantes e bungee jumping. Encarei-o por um instante, me recusando a desviar o olhar. Senti um pequeno tremor subir pela coluna. O modo como ele me observava, mesmo a distancia, era intrusivo, parecia me deixar em evidência, como se um holofote tivesse apontado para mim. Como se ele pudesse me ver por dentro. Ver minha alma.

Meu celular tocou e, agradecida por poder me livrar das esmeraldas penetrantes, atendi.

- Carla , você não vai acreditar! Acho que encontrei a solução para o seu caso. Vá direto para minha casa depois do trabalho. Minha mãe vai fazer enchiladas. À noite te explico tudo com calma, mas vou avisando que é coisa certa. Eu disse que ia te salvar, não disse? – Viviane falou sem parar para respirar.

- Sério? Isso é aravilhoso! – Finalmente um pouco de sorte. – Me conta tudo. O que você pensou?

- À noite a gente conversa. É meio complicado. Tenho que ir. Beijinho!

Depois desse telefonema, fiquei mais confiante de que tudo daria certo no final das contas. Eu não fazia ideias do que minha melhor amiga tinha em mente e, de toda forma, não me importava, desde que eu pudesse ter minha antiga vida de volta. Estava divagando sobre a possibilidade de uma viagem a Bucareste nos próximos meses, por isso nem me dei conta quando entrei no elevador lotado e, tarde demais, vi que uma cabeça se sobressaía das demais. Uma cabeça com cabelos curtos loiros cor de mel, e que eu tinha evitado a todo custo nas últimas semanas. Entretanto, quando o notei já era tarde demais e as portas haviam se fechado. Esperei ansiosa, olhando para a frente, as mãos suando, até que o elevador se abriu e o sexto andar surgiu em meu campo de visão. Atirei-me porta afora, agradecida por escapar ilesa.

Mas eu ainda não estava a salva.

- Posso falar com você? – o rapaz disse num tom amistoso, antes que eu pudesse desaparecer por trás de uma das portas das saletas.

- Hãã... na verdade estou ocupada. Até mais – e tentei me dirigir para qualquer lugar que fosse.

Ele me seguiu com facilidade. Não era de admirar, tendo em vista aquelas pernas longas e fortes... Não que eu tivesse reparado.

- Por favor, espera,eu só quero falar com você.pode me escutar um pouco – ele pediu, se colocando à minha frente.

Eu fiquei o encarando sem entender o que aquele gostoso mau educado queria comigo.

O que será que ele quer com Carla

Procura-se um marido-Carthur  (Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora