Capítulo 20 [Parte 4]

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Capítulo 20

[Parte 4]

Inclusive Arthur , que me lançou um olhar indecifrável. Corei. A força que emanava de seus olhos me fez estremecer. Baixei os olhos para minhas mãos, absolutamente constrangida. Então, me pegando desprevenida , seu braço grande e forte enlaçou minha cintura, e Arthur  plantou um beijo quente e demorado no alto de minha cabeça.

Arrepios subiram e desceram por minha coluna. Senti como se tivesse sido marcada a ferro nos pontos onde seus dedos e lábios me tocaram.

Subitamente bem-humorado, Arthur  se dirigiu ao irmão:

– Eu te deixo um segundo com a Carla  e você já está dando em cima dela. O que eu faço com você, Christopher?

O garoto não pareceu ofendido com a minha recusa ou com a censura do irmão.

– Tudo bem, Arthur . Não vou jogar meu charme pra cima dela. Seria injusto com você – ele sorriu. – Mas só vou fazer isso porque a Carla  é gente boa e é a primeira garota que você apresenta pra família. Deve estar louco por ela.

Dessa vez, foi Arthur  que corou quando  Christopher falou isso .

– Para de perturbar seu irmão,   Christopher– disse Beatriz , sorrindo um pouco.

A conversa sobre futebol foi retomada e, meu Deus, foi difícil acompanhar. Os Louzada Pícoli falavam todos ao mesmo tempo e ainda assim se entendiam perfeitamente. Eu pouco participei. Como poderia? Depois daquele abraço carinhoso – e aquele beijo casto –, Arthur  achou que o espaldar da minha cadeira era um bom lugar para descansar o braço e que meu ombro era um ótimo lugar para sua mão. Fiquei observando-o, me deliciando com sua mão distraída, que acariciava meu ombro num delicioso sobe e desce, e imaginei se ele estaria tão zonzo quanto eu. Provavelmente não.

Ele estava absorto na conversa, mas de alguma forma percebeu que eu o fitava.

– Estamos te entediando? – perguntou num tom carinhoso.

– Não. Estou me divertindo muito – me obriguei a sorrir.

Ele não se enganou e notou minha agitação. Sempre notava. Como ele percebia tantas coisas em mim? No entanto, não disse nada, apenas apertou meu ombro de um jeito carinhoso e continuou o papo, sorrindo vez ou outra pra mim, daquele jeito íntimo e cúmplice – e perigoso.

Imaginei que ele estava atuando novamente. Só podia ser isso. Ele já havia me alertado sobre a
possibilidade de jantares, nos quais deveríamos parecer loucos de amor um pelo outro. Talvez eu devesse perguntar a ele sobre isso quando estivéssemos a sós. O que aconteceria ainda aquela noite. Quando ficaríamos totalmente sozinhos em seu quarto.

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Procura-se um marido-Carthur  (Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora