Capítulo 29 [Parte 2]

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Capítulo 29

[Parte 2]

- Caramba! Obrigada, Raquel .

Ela assentiu e abriu caminho para que eu passasse.

Mal cheguei à minha mesa no quinto andar, setor nove, e Arthur me chamou pelo chat.

Arthur _Comex diz:

     O que aconteceu? Por que você foi chamada na presidência? Está com problemas?

Carla diz:

     A principio pensei que sim.

     A Sarah foi na sala do Hector, só Deus sabe fazer o quê.

     Pensei que ela tivesse contado pra ele, mas se contou ele não deu importância, ou não quis     demonstrar que sabia.

Arthur _Comex diz:

     Ela pode muito bem ter dito alguma coisa.

     E o Hector é muito esperto.

     Precisamos ter cuidado.

Carla diz:

     É, já saquei.

Arthur _Comex diz:

     Mas o que ele queria afinal?

Carla diz:

     Encontrei com ele ontem de manhã.

     Deixei escapar que ganho um salário miserável.

     Ele ficou surpreso e quis mais detalhes.

     Falamos de aumento salarial.

Arthur _Comex diz:

     Você pediu aumento?

Carla diz:

     Na verdade, meio que exigi.

Arthur _Comex diz:

     Você mal começou a trabalhar e já pediu aumento?

     Você é impossível!

Carla diz:

     Preciso de grana. Odeio os ônibus dessa cidade e você não gosta de me dar carona.

     Decidi comprar uma moto.

Arthur _Comex diz:

     VOCÊ VAI COMPRAR O QUÊ?

Uuuh! Vovô não seria o único a ficar irritado com a minha moto.

Carla diz:

     Preciso acabar de organizar essa pilha de contratos.

     Nos falamos no carro.

Ele me lançou um olhar nada satisfeito de sua mesa. Na verdade, parecia quase louco. Tentei me concentrar no que estava fazendo, mas era difícil ignorar a sensação de estar nua sob aqueles holofotes
abrasadores.

Sarah , como a cobra que era, se aproximou devagar, feito uma hiena sorridente, e não demorou nadinha para mostrar as garras.

- E ai? O que o Hector queria?

- Nada que seja da sua conta – resmunguei.

- Tive momentos muito agradáveis com o Arthur no sábado à noite... - ela disse, sentando no canto da minha mesa.

- Ah, eu sei. Ele me contou – sorri candidamente. - Sabe que não imaginei que você precisasse disso? Chantagear um homem pra conseguir sexo... Que decadente.

- E não precisei. Sabe, Carla , você finge bem. Quase chegou a me convencer que vocês realmente tinham alguma coisa. Então imagina como fiquei surpresa ao ouvir que você tinha comprado seu marido – ela sacudiu a cabeça e seus longos cabelos cobriram os ombros. - Se eu soubesse que o Arthur estava a venda, teria feito uma proposta há muito tempo.

- Ele não está à venda. Não sei do que você está falando. Agora tira essa bunda da minha mesa que eu não sei por onde isso aí andou – a espetei com a ponta do lápis.

Ela se levantou, um tanto surpresa.

- Não se faça de inocente, Carla . Não combina com você. Eu conheço garotas do seu tipo.

Suspirei exasperada.

- Sarah , tô ligando o foda-se pra você. Depois não vem reclamar...

- Engraçado. Você me acusa de tentar chantagear o Arthur , mas na verdade quem tratou ele como objeto foi você. E pode apostar que você não vai ficar com ele por muito tempo. É uma questão de tempo até eu conseguir convencer o Arthur que tenho muita mais a oferecer do que você, uma pobre órfã falida e mimada. Seus dias estão contados, meu bem.

Foi aí que tudo azedou. Levantei-me num átimo, sem poder refrear meus impulsos. Agarrei seu braço rapidamente e o girei atrás de usa costas, fazendo com que seu punho atingisse a nuca. Ela gritou de dor quando esfreguei sua cara no tampo da minha mesa organizada. Eu adorei.

- Meu avô não me deserdou à toa, Sarah . Eu sei muita coisa, vi muita coisa, aprendi muito nas minha viagens. Posso quebrar esse seu bracinho anoréxico antes que você possa dizer silicone. Acredite, tenho muitas técnicas de persuasão, e sei que você não vai querer conhecer nenhuma delas. Então fica longe do meu marido ou seja o Arthur,está avisada ou senão vai ser pior.

- Me solta, está me machucando! - gemeu ela.

- Ah, eu ainda nem comecei a te machucar. E se você ainda quer desfilar por aí exibindo esse sorriso cínico nessa sua cara de p/au, fica longe do meu marido, ou eu juro por Deus que arranco seus dentes com um alicate de cutícula!

- Carla por Deus , solta a Sarah – pediu Arthur , já atrás de mim, tentando me tirar de cima da garota. - Você vai arranjar problemas na empresa.

Com um empurrão brusco, eu a soltei. Ela ofegou, se apoiando em minha mesa. Os cabelos, sempre meticulosamente penteados, estavam um caos, os olhos vermelhos de raiva.

- Você é louca!

- Você não faz ideia do quanto – sorri diabólica.

Arthur pegou minha bolsa e começou a me arrastar para o elevador.

Procura-se um marido-Carthur  (Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora