Capítulo 06 [ Parte I]

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Capítulo 6

[Parte 1]

Depois de ter saído do trabalho,eu cheguei exausta na casa da Viviane.a bruxa da Karol me obrigou a arquivar um milhão de contratos idiotas.Eu não tinha certeza se tinha guardado tudo no lugar certo,mas,como não havia mais ninguém no arquivamento para me ensinar ou delatar,eu me virei como eu posso entregando os para Karol que não pareceu satisfeita pela demora,enfim aquela mulher nunca estaria satisfeita com nada do que eu faria.

Viviane já tinha chegado e sua mãe preparava os famosos bolinhos de chuvas dela,a especialidade dela. A casa simples, com apenas dois quartos, porém aconchegante, era cheia da vida. O oposto do que havia se tornado a mansão. Eu passava mais tempo na casa delas do que na minha, e já tinha uma pilha considerável de roupas no quarto da minha amiga. Eu não gostava de invadir sua privacidade desse jeito, mas naquele momento não me restava muitas alternativas.

Viviane no entanto, havia pensado em uma.

- Conversei com o Caio  , é ele que resolve problemas jurídicos do meu contador. Carinha bacana - ela explicou, se jogando no sofá da sala pouco espaçosa, mas muito bem decorada. – Ele disse que, se você contestar a saúde mental do seu avô, talvez possa anular o testamento.

- O Carlos  disse que não posso contestar o testamento – lembrei a ela.

- Eu sei. Mas você contestaria seu avô, não o testamento – ela sorriu, colocando os pés no assento e abraçando as pernas. – É uma maneira de burlar a lei, entendeu?

Humm... Ter minha casa de volta só para mim, um bocado de grana e nada de acordar cedo. Mas isso implicaria em denegrir a imagem do meu vô Narciso, quase tão imaculada quanto a Virgem Maria. Nem eu seria capaz de descer tão baixa.

- Valeu Vivi  – respondi desanimada – Mas acho que não posso fazer isso. Eu não quero transformar meu avô num doido de pedra. Vou tentar ir levando até aparecer uma nova ideia.

Ela suspirou diante do que eu tinha lhe falado .

- Imaginei que você não seria capaz, mas você não pode ignorar essa possibilidade caso... as coisas piorem.

Eu ri, sem humor algum.

- Como pode ficar pior do que está? É impossível!

- O que você pretende fazer, então?

- Tomar um banho e depois rua – respondi. Viviane  sorriu, totalmente a favor do meu plano. – Estou cheia dessa vida regrada. Preciso sair e esquecer a vida de lacaia. Minha grana tá acabando, e tenho que comprar umas roupas mais certinhas. Quem sabe assim alguém me respeita na empresa. Hoje ouvi dizer que o salario vai sair por esses dias. Bem a tempo ou vou ter que pedir dinheiro emprestado.

Ela riu.

- Bem-vinda ao mundo dos pobres!

- Você não é pobre, Viviane . É nutricionista e tem sua própria clinica.

- Recém-formada e quase sem nenhum cliente que paga em dinheiro vivo. O que esses planos de saúde repassam é uma vergonha! – ela reclamou. – E qualquer um é pobre comparado a você... pelo menos ao que você tinha antes do seu avô morrer.

Tomei um banho rápido e vesti um jeans escuro e a bata branca com delicados bordados que eu havia comprado no Mercado Central de Riga quando passara pela Letônia a caminho de Oslo. E agora contava moedas para comprar uma cerveja nacional que provavelmente estaria quente. Era o fim da linha...

Produzidas e ansiosas, Viviane e eu entramos na primeira casa noturna que encontramos, e o ambiente escuro e enevoado, porém vibrante, era animador. Tomamos várias. Eu tinha muitos motivos para beber. Um deles era afogar a raiva que me dominava por estar oficial e completamente órfã há trinta dias.

Não me senti melhor, de toda forma.

- Vamos nessa? – Vivi  sugeriu, quando a madrugada já avançava. – Meu estômago tá muito revolto. Acho que os bolinhos de chuva  não caíram bem.

- Provavelmente foram as sete doses de tequila que não caíram bem – apontei. Mais cansada do que eu havia notado, ou talvez fosse o álcool que deixasse meus membros tão pesados, acabei concordando em ir para casa. Minha grana chegara ao fim de qualquer maneira. – Acordar de madrugada não tá sendo fácil.

- Sete da manhã não é madrugada, Carlinha .

- Depende do ponto de vista.

- Ei! Carla Diaz ? – chamou uma garota.

Virei-me e vi dois caras vindo em nossa direção.

Ah, não era uma garota. Era André .

- E ai? Quanto tempo – comentei, escondendo a insatisfação por ter que conversar com o cara que a poucos meses atrás eu havia dispensado com pouca sutileza. Preparei-me para a retaliação.

- Andei viajando – disse ele. – Fiquei sabendo do seu avô. Sinto muito.

- Hã... Obrigada, Rodrigo. – Fiquei surpresa com a sua atenção e tentei parecer gentil. – Por onde você andou? Algum lugar bacana?

- Ah, rodei o mundo. Comecei por...

Viviane sorriu um pouco para um amigo de André  enquanto este descrevia toda a rota que fizera em sua ultima viagem pela América Central. Ele era até bonitinho, com os cabelos encaracolados, um corpo bacana e carinha de bebê. Saímos duas ou três vezes, mas nunca passamos das preliminares. O grande problema era sua voz, quase tão fina quanto a de uma menina. Honestamente, não dava para encarar.

A não ser, claro, que ele calasse a boca.

Algo que não parecia ser capaz de fazer.

- Bacana – eu disse quando ele parou para tomar fôlego. – Foi ótimo rever você, mas eu já estava indo para casa. A gente se vê por aí.

- Ah, fica, vamos beber alguma coisa. Não conversamos a tanto tempo...

Olhei para Viviane , que apenas deu de ombros como falando vamos nessa .

- Eu pago – ele insistiu.

Bom, o que eu tinha a perder?

🦋🦋🦋🦋Comentem.....

Por hoje é só amanhã tem mais

Lembrando que as outras fica estão em pausa porque ainda não atingiu a meta quando a meta for batida eu volto

E isso 👏🏽 é bom domingo a todos

Xoxo 💋

Procura-se um marido-Carthur  (Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora