Capítulo 11 [ Parte II ]

105 17 13
                                    

Capítulo 11

[Parte 2]

- Já vou. Só me responde uma coisa. Você trouxe seus antecedentes criminais?

Tive a satisfação de ver seu queixo trincar e seus olhos se fecharem, exauridos, antes que ele pudesse pôr os pensamentos em ordem.

- Você é a Carla  - Arthur  constatou com um suspiro irritado. Ele me encarou com um misto de raiva, medo e mais alguma coisa que não pude identificar – Você vai burlar o testamento.

- Brilhante dedução. Mas confesso que fiquei intrigada. Você sabe por que estou fazendo isso, mas o que estou me perguntando é por que você está aqui.

- Pela mesma razão que você - ele respondeu secamente.

- Você também precisa se casar para receber uma herança?

- Não faça isso, por favor.

- Desculpa. eu realmente não entendo que motivo você tenha para estar aqui - respondi com sinceridade.

Isso pareceu amenizar um pouco seu mal humor.

- Preciso de uma esposa - ele disse apenas, numa voz gentil.

Eu o observei por um longo tempo. Arthur  era aquele tipo de homem que fazia uma garota - não a mim, claro,suspirar por semanas só porque ele lhe disse oi. E era bem normal. Eu já o conhecia um pouco, sabia que ele não era dado a esquisitices nem nada. O problema era que Arthur  era insuportavelmente arrogante, orgulhoso e muito chato. Não que eu estivesse cogitando a hipotése de torna-lo meu marido, claro que não. Mas, ainda assim, eu não entendia por que ele tentava encontrar uma esposa da maneira tradicional. Seria fácil demais alguma garota desavisada cair nos encantos daqueles olhos sedutores e um tanto agressivos.

Contudo, ali estava ele tentando encontrar uma esposa de aluguel. Só poderia haver um motivo.

- Então você precisa se casar, mas, dadas as circunstâncias tudo me leva a crer que não quer...assim como eu.

Ele assentiu.

- E precisa porque... - me interrompi sugestivamente.

- Por motivos profissionais - ele tamborilava os dedos no tampo branco da mesa.

Esperei por mais alguma coisa, qualquer explicação que fosse, mas ele apenas continuou me encarando com aquelas esmeraldas flamejantes, sem dizer uma única palavra.

- Só isso? Essa é toda a explicação que você tem pra me dar? - indaguei.

Ele suspirou profundamente e cruzou as mãos sobre a mesa.

- Não sei se você ouviu falar que a vaga de diretor de comércio exterior está aberta. Meu nome foi citado e tenho boas chances de conseguir o cargo, mas como a diretoria segue os príncipios deixados pelo seu avô, um homem considerado responsável, de família, leva vantagem. Sou o único que foi mencionado para a vaga que ainda é solteiro. Quero igualar minhas chances.

- Ah - fiquei um pouco decepcionada. Esperava algo mais emocionante que aquilo - Parece um motivo bastante...hã...prático, por assim dizer.

- Tudo bem Carla . Você já se divertiu bastante. Agora eu tenho mais o que fazer - ele se levantou, tirando o dinheiro da carteira e deixando sobre a mesa.

- Mas o que foi que eu disse? Caramba! Você é muito estressado!

Ele voltou os olhos castanhos em minha direção.

- Pensei que ia encontrar uma mulher hoje à noite, não uma menina mimada.

Achei que discutiríamos o assunto como dois adultos.

Procura-se um marido-Carthur  (Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora