the beginning.

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Pov Maiara.

" - Eu sinto falta de quando você me escrevia, sei que a sua vida está corrida, mas é difícil quando meus únicos amigos são você, minha irmã e a sua namorada, que em grande parte do tempo não consegue ficar comigo.

Só por favor, me responde, não precisa mandar cartas como antes, mas me responde.

- Maiara"

Termino de escrever e passo a mão no meu pescoço, fechando a carta e olhando para ela. Sinto falta de quando a pessoa misteriosa me respondia de volta, agora são só fotos e mensagens normais, que qualquer idiota escreve.

- Mai, eu vou ir para a lanchonete - Maraisa aparece na porta - E eu vim te convidar, para pagar o almoço da sua irmã.

- Marília não é rica? - Pergunto olhando para minha irmã - Pede para ela.

- Minha namorada está viajando e eu quero sair com você - Ela fala sentando na minha frente - Só nós duas.

- Eu não vou pagar para você.

- Hoje é meu aniversário.

Reviro meus olhos e empurro ela para longe, me levantando da cama. Quando vou me trocar, Maraisa pega a carta na mão.

- Ainda escrevendo para a pessoa misteriosa? - Ela pergunta deitando na minha cama - Achei que ele tinha parado de te escrever.

- Ele parou... mas aí me mandou algumas fotos - Dou de ombros - E depois disse que estava passando por um tempo difícil.

- E você acredita?

- Não sei, acho que sim, não acho que ele mentiria para mim.

- É... pelas cartas eu também acho que não.

Vou tomar um banho e como de costume, a minha irmã vem atrás de mim, sentando no vaso, para conversar comigo.

- Por que Marília foi viajar? - Pergunto já tomando banho.

- Ela disse que não pode me dizer - Minha irmã fala claramente chateada - Mas que vai voltar hoje e vai passar em casa.

- Eca.

- O que foi? Só vamos conversar.

- Claro, com toda a certeza irmã - Falo rindo - Não tem problema admitir.

- Só vamos conversar, Maiara - Ela briga comigo - Não somos assim.

- Imagina se fossem.

Maraisa bufa irritada e continua mexendo no celular, esperando eu terminar meu banho. Quando saio, coloco um vestido azul e espero a minha irmã para sair.

///

Mesmo na lanchonete eu não consigo me concentrar, a minha mente está longe, nas mãos da pessoa que me escreve. Conversamos a seis meses, não sei se é homem ou mulher, a única coisa que eu sei, que é uma pessoa tão incrível e mágica, que faz as palavras fluírem das suas mãos, ninguém escreve daquele jeito, só essa pessoa.

Começamos a conversar com uma carta no meu armário da escola, por isso eu suponho que é alguém de lá, mas não tenho certeza, porque a carta a cada dia aparece em um lugar diferente. Eu sempre deixo no correio da cidade e a pessoa recebe. E sim, eu já tentei, inúmeras vezes perguntar quem que busca, mas sempre falam que a pessoa prefere não ser reconhecida.

Love lettersOnde histórias criam vida. Descubra agora