cuff it.

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Pov Luísa.

- Oi... - Minha esposa fala passando os braços pela minha cintura - Você não me esperou para levantar.

- Você dormiu a noite inteira - Falo devagar - Eu fiquei feliz com isso.

- É...

- Seus pesadelos voltaram? - Pergunto beijando a sua cabeça - Sonhou com alguma coisa ruim?

- Não... não sonhei com nada.

- Isso é bom?

- Não é ruim.

Me viro nós seus braços e beijo a sua cabeça, sentindo seus braços na minha cintura e ela me preciona na bancada.

- Mai... eu queria... eu queria ir visitar a Liz hoje.

Maiara me olha por longos segundos até me afastar com as mãos e me xingar baixinho.

- Mai... você deveria ir comigo.

- Você quer substituir a nossa filha - Ela fala com a voz embargada - Você quer colocar outra bebê no seu lugar.

Liz é uma bebê que foi deixada no hospital da minha esposa, os pais simplesmente desaparecerão. É uma bebê encantadora, só tem cinco meses, mas está em um orfanato, porque não apareceu ninguém para adotá-la.

- Mara... eu nunca vou substituir a nossa filha - Falo tentando me aproximar dela - Mas é uma bebê, ela não tem culpa do que aconteceu.

- Eu não quero ela aqui - Maiara fala alto - Você quer ver ela? Então vai, mas não é para trazer ela.

- Nos íamos adotar ela.

- Antes da nossa filha morrer - Ela grita de uma vez - Você não entende.

- Eu estava lá, Maiara - Grito de volta - Era a minha filha também.

- Você não entende porque eu perdi a minha vida quando eu perdi a minha bebê.

Engulo em seco e passo a mão no meu rosto, tentando não chorar na sua frente. Achei que o pior dia da minha vida seria quando eu quase morri, mas não, a pior dor da minha vida foi quando eu segurei a minha filha sem vida nos meus braços e o pior, ter que lidar com Maiara, mesmo eu amando essa mulher mais do que eu, é difícil ouvir da sua boca, como se só ela tivesse sofrido, com essa perda.

- Lu... eu não...

- Não precisa ir comigo - Falo com a voz embargada - Eu vou sozinha.

Maiara tenta me segurar mas eu tiro seus braços de mim, indo para o quarto, mesmo ouvindo ela me chamar.

- Amor, me desculpa, eu não queria ter falado daquele jeito - Maiara fala na porta do quarto - Me desculpa.

- Se eu pudesse eu teria trocado com a nossa filha, Maiara - Falo colocando o meu casaco - Mas infelizmente eu não consegui.

Passo por ela e saio da casa rapidamente, ignorando as lágrimas que dificultam a minha visão. Quando entro no carro, bato no volante com força, tentando tirar toda a dor que eu estiver sentindo.

- Que porra.

Respiro fundo e tento me acalmar e dou partida para o orfanato, ultimamente tem sido o único lugar que me acalma. Chego em poucos minutos e saio do carro, sorrindo a gritaria do lado de dentro.

- Oi, eu sou a Luísa... eu tenho cadastro aqui.

- Veio ver a Liz? - A moça que já me conhece sorri para mim - Ela estava te procurando esses dias.

- Eu estava com saudades dela - Dou de ombros - Bastante.

A moça me mostra o caminho, mesmo eu sabendo de cor, ela me leva até a pequena, que está com as outras crianças. Quando a pequena me vê, começa a bater as perninhas no chão e sorri para mim, levantando os bracinhos.

Love lettersOnde histórias criam vida. Descubra agora