Pov Luísa.
- Você está bem? - Minha mãe pergunta passando a mão no meu rosto - Quer água, alguma coisa?
Nego com a cabeça e volto a prestar atenção na TV, olhando o filme que está passando. Sem Marília para encher o saco, não tem ninguém para me distrair na quimioterapia, pelo menos colocaram uma televisão.
Odeio me sentir fraca, eu sinto uma onda ruim, o tempo inteiro, odeio essa sensação, odeio muito.
Meu celular começa e tocar e é Maiara, não quero falar com ela aqui, eu nem tenho forças para isso. Apenas desligo e fecho os olhos, tentando esquecer esse maldito lugar que eu estou.
- Você vai me falar quando? - Minha mãe pergunta olhando para o celular.
- Falar o quê?
- Que vocês estão namorando.
- O quê?
- Almira me ligou, disse que Maiara já contou para ela.
Aí Maiara...
- Ela me pediu em namoro - Sorrio fraco - Não faz muito tempo.
- Eu gosto de Maiara, mesmo que ela invada a minha casa o tempo inteiro - Ela sorri para mim - Eu apoio vocês duas, minha filha.
- Obrigada, mamãe...
- Você vai convidar ela para o baile de máscaras no sábado?
Todos os anos, a empresa que a minha mãe trabalha, faz uma festa enorme, são mais de cem pessoas juntas, todas chiques e educadas, é ótimo. Mas como é anual esse evento, todos me conhecem e sabem do meu antigo namoro e adoravam a minha ex namorada, tenho medo de implicaram com Maiara, principalmente porque é meu primeiro ano com uma pessoa diferente.
- Não sei se eu vou ir esse ano...
///
- Os médicos falaram que você está melhorando - Minha mãe fala abrindo a porta da casa - Viu? Eu disse que você iria ficar bem.
- Eu me sinto bem - Sorrio fraco - Um pouco fraca mas bem.
Minha mãe concorda com a cabeça e eu vou para o meu quarto, me afundando na cama, sentindo como se todos os ossos do meu corpo estivessem quebrados.
Pego minha câmera ao lado da minha cama e fico vendo as fotos que eu tirava para Maiara, sinto saudades de viajar.
- Sua mãe me disse que você não está bem hoje - Maiara fala na porta - Por que você nunca me conta quando está doente?
Me viro na cama e ela está com várias sacolas na mão, totalmente brava comigo.
- Eu não gosto de te preocupar, Mai - Falo passando a mão no meu rosto - Você já tem muita coisa na cabeça.
- Mas você é a mais importante delas.
Maiara coloca as suas sacolas no chão e se aproxima de mim, passando a mão no meu rosto e vendo que eu estou um pouco quente.
- Sua imunidade deve estar baixa - Ela sussura baixinho - Nunca vi alguém ficar doente com tanta facilidade.
- Mai...
- Eu vou te levar no médico - Ela avisa se levantando - Não é possível que não passem nada.
- Eu já fui no médico - Falo puxando ela pelo pulso - Eu vou melhorar.
- Tudo bem...
- O que você comprou, amor?
- Eu comprei o material da faculdade - Ela dá de ombros - Mas tem uma coisa para você.
Ela sorri animada e saí da cama, pegando a sacola na mão e me entregando. É uma sacola salmão, com um laço azul em cima, de uma joalheria famosa.
- O que é isso, amor?
- Seus anéis são muito bonitos, mas são sombrios, só tem desenhos diferentes, pedras escuras e cobras - Ela faz uma cara de nojo - Eu comprei um para você se lembrar de mim.
Quando abro a caixinha, é um anel de borboleta, com pedrinhas brancas ao redor, folhado a prata e bem fininho.
Tem a cara de Maiara, porque eu jamais compraria isso, mas com toda certeza eu vou usar. Coloco no meu dedo e Maiara me olha apreensiva, com medo de mim não gostar.
- Você gostou?
- Gostei, amor... é lindo igual a você.
Ela sorri com a língua entre os dentes e senta no meu colo, segurando meu rosto. Passo minhas mãos pela sua cintura e decido chamar ela de uma vez para a festa de máscaras.
- No fim de semana... vai ter uma festa... de máscaras - Tomo coragem para falar - E-e eu queria que você fosse comigo... só que como a minha namorada...
- Você quer falar para todos que estamos namorando?
- Quero...
- Então nós podemos falar - Maiara fala sorridente - Na verdade... eu meio que contei para a toda a minha família.
Comeco a rir e ela me puxa para um beijo, mordendo meus lábios e chupando, arranhando meu pescoço enquanto isso. Maiara me deita na cama e vê a câmera do seu lado e pega nas mãos.
- Volta a me beijar - Resmungo tentando puxar ela pela blusa - Por favor.
- Ela imprimi na hora? - Maiara pergunta sentada na minha cintura.
- Imprimi...
- Podemos tirar algumas fotos nossas?
- Fotos nossas?
- Nós beijando - Ela dá de ombros. - Eu sempre quis fazer isso.
- Podemos, amor...
Maiara tenta mexer na câmera e não consegue, eu apenas me sento ainda com ela em cima de mim e pego a câmera da sua mão.
- Quantas fotos você quer? - Pergunto regulando a câmera.
- Pode ser três...
- Tudo bem...
Coloco para tirar três fotos e arrumo a câmera do lado dos nossos corpos, fazendo Maiara sorrir com isso. Mas quando eu penso que é só beijos, Maiara tira a sua camiseta, ficando apenas de sutiã.
- Mai...
- É para as fotos... - Ela fala juntando nossos lábios.
Maiara me beija com força, invadindo a minha boca com a sua língua, arranhando a minha nuca, fazendo as minhas mãos irem para a sua cintura, apertando suas curvas trazendo ela mais para perto.
Saindo assim a primeira foto.
Maiara desce a sua mão para dentro do meu moletom, subindo pela minha barriga, sorrindo quando vê que eu estou sem sutiã e aperta meu seio.
A segunda polaroid saí, desviando a atenção da morena que sorri com a língua entre os dentes.
Ela desce a sua boca para o meu pescoço e beija o meu ponto de pulso, marcando meu pescoço e sorrindo com o gemido involuntário que eu solto.
Quando a terceira foto sai, Maiara finaliza o beijo com dois selinhos, antes de me deitar na cama e pegar as fotos. Ela me incendiou completamente apenas para as fotos, apenas para isso.
- Posso ficar com elas?
- Pode, Mai...
///
- Princesa, não vai ficar muito tarde para você voltar? - Pergunto passando a mão no rosto de Maiara, que está dormindo.
- Eu quero dormir com você...
- Seus pais não vão brigar?
- Não, amor...
Maiara se ajeita nós meus braços e volta a dormir, recebendo meus beijos na sua cabeça. Não tem um dia que ela não vem dormir comigo e eu amo isso.
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Love letters
RomanceCartas de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel. Todas as cartas de amor são apaixonantes, se não, não existiria motivos para escrevê-las. Luísa se vê a...