Pov Maiara.
- Você está me magoando - Falo com a voz embargada - Não liga mais para mim, nem para nada que passamos.
- Maiara... eu só estou lendo um livro - Luísa fala me olhando.
- Sim e não dando atenção para a sua esposa grávida - Nego com a cabeça - Aliás, essa filha é sua, minhas costas estão queimando, meus pés estão inchados, meu estômago está doendo e você lendo a merda dessa livro.
Luísa respira fundo e fecha o livro, me olhando e sabendo que tudo que eu estou falando, é apenas os hormônios intensificando meus sentimentos. Minha esposa abre os braços e eu vou chorando para o seu colo, deitando a minha cabeça no seu ombro, deixando as lágrimas caírem dos meus olhos.
Já está de noite, eu tinha cochilado um pouco, mas fui atormentado por pesadelos, mas agora o que me persegue como o trauma, de tudo que aconteceu, é o dia do parto. Mesmo querendo que o tempo passe rápido, para mim poder segurar a minha filha nós braços, eu tenho medo desse momento, de algo acontecer e a pequena Isabella não sobreviver.
- Amanhã temos o penúltimo ultrassom - Luísa fala beijando a minha cabeça - Já são sete meses, amor...
- É...
- Mai, vai dar certo - Ela fala para mim - Daqui a alguns anos, Liz e Isabella vão estar correndo pela casa.
Concordo com a cabeça e selo nossos lábios, passando meu nariz no seu, quando vou aprofundar o beijo, Liz abre a porta.
- Mamãe Lu... a Liz tá triste - Liz fala entrando no quarto com a sua naninha mão - A Liz não... não pode dormir lá.
Luísa me olha brava, acostumei mal a pequena a dormir conosco, o que resultou na nossa filha só querendo dormir com nós duas. Saio do colo da minha esposa e pego Liz no colo, deitando minha pequena na cama com a gente.
- Oi, mamãe... - Ela fala me olhando.
- Oi, amor...
Liz me abraça e deita a cabeça no meu ombro, suspirando aliviada por estar com a gente. Luísa mesmo brava, beija as costas da pequena e sela nossos lábios, deitando para dormir.
- Amo vocês - Luísa fala fechando os olhos.
Liz beija a minha bocheca e a de Luísa, voltando para os meus braços, dormindo rapidamente. Mas eu ainda sinto falta dos braços e beijos da minha esposa.
- Lu...
- Oi, Mai...
- Você... você podia dar a volta na cama e me abraçar? - Peço baixinho - Por favor...
- Não, Maiara.
- Por favor...
- Tá.
Luísa dá a volta na cama e me abraça por trás, beijando a minha nuca e alisando a minha barriga com as mãos.
- Boa noite, amor - Falo beijando a sua bochecha.
- Boa noite, vida...
///
Acordo com a campainha sendo tocada várias vezes, Luísa e Liz tem o sono pesado, as duas estão me sufocando, pelo abraço apertado e pelo calor do corpo delas. Saio da cama devagar e vou até a porta, só de pijama mesmo.
Quando abro, vejo a última pessoa que eu esperaria ver agora: Aline, com duas crianças, um pouco maiores que a Liz, mas ainda muito parecidas. Quando vou fechar a porta, ela coloca o pé na frente.
- Eu só vim pedir ajuda - Ela fala devagar - Eu não... não vim fazer mal a ninguém.
- Não posso te ajudar - Falo ainda do lado de dentro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Love letters
RomanceCartas de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel. Todas as cartas de amor são apaixonantes, se não, não existiria motivos para escrevê-las. Luísa se vê a...