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Pov Maiara.

- Liz, não vamos te deixar aqui - Falo para a minha pequena - Você vai voltar para casa com a gente.

Liz se encolhe nos meus braços e olha para mim, segurando a minha roupa. Estamos indo oficializar a sua adoção, de uma vez por todas.

- Liz... ninguém vai tirar você da gente - Luísa fala segurando a sua mão - Você já é a nossa filha...

- Nao é não... - Falo no automático.

- Mai...

- Desculpa.

Luísa tira a pequena do meu colo e anda na minha frente, provavelmente está brava comigo. Me aproximo delas duas na secretaria e olho para Luísa.

- Amor... não fica brava comigo.

- Nós viemos assinar o papel de adoção da Liz - Luísa fala me ignorando.

Odeio quando ela faz isso, porque ela sabe que mexe comigo, sabe que seu silêncio me mágoa, ela sabe disso.

A moça sorri para a minha esposa e pega Liz dos seus braços, para se despedir dos seus amiguinhos, enquanto outra nós encaminha para a sala, que vamos oficializar a adoção.

- Para de me ignorar - Peço cabisbaixa - Eu não quis falar daquele jeito.

- Você quer fazer isso, Maiara?

- O que?

- Você quer adotar a Liz? - Ela pergunta novamente.

- Eu acho que sim...

- Não é eu acho, Maiara - Luísa fala irritada - Liz não é uma roupa, que você compra depois joga fora, é uma criança, ela vai crescer, vamos ter que educar, ensinar, cuidar, ter paciência.

- Eu sei...

- Então me fala se você quer isso - Ela briga comigo - Só vamos fazer isso se você quiser, mas você precisa me dar uma resposta.

- Eu quero adotar a Liz - Falo com a voz trêmula - Mas por que você está falando assim comigo?

Luísa respira fundo e passa a mão no seu rosto, tentando se acalmar. Me aproximo dela devagar e seguro o seu rosto.

- Por que você está assim comigo?

- Eu só quero dar alguma razão para a sua vida, Maiara - Ela fala tirando as minhas mãos do seu rosto - Como você mesmo disse, a sua vida acabou quando a nossa filha foi embora, eu só estou tentado dar outra razão para a sua vida.

Ela ficou magoada...

Eu senti que a minha vida acabou quando a minha filha foi embora, mas eu continuei, não por mim, mas pela pessoa que eu me casei, até porque ela é a minha vida.

- Amor...

Luísa saí de perto de mim e senta na cadeira, arrumando a sua roupa, me ignorando do seu lado.

- Me desculpa... - Sussuro baixinho.

- Pelo o quê?

- Não faz assim... por favor.

Ela não fala mais nada, apenas mexe no celular, conversando com alguém. Me sento do seu lado e passo meu nariz no seu pescoço, fazendo ela se arrepiar.

- Maiara, para - Luísa briga comigo e afasta a minha cadeira.

Concordo com a cabeça e olho para frente, esperando as moças da adoção aparecer. Quando elas entram, Luísa mude de postura totalmente, até sorri para ela, me deixando mais angustiada.

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