purpose.

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Pov Luísa.

- A mamãe... - Liz fala me olhando.

- Só tem essa mamãe agora - Sorrio fraco - Essa noite vai ser só nós duas, tá bom?

- Não, mamãe...

Continuo passando o sabonete pelo seu corpo e parece que Liz percebe quando eu estou triste, pelo seu jeitinho de me olhar e a maneira mansa de falar.

Não consigo controlar as lágrimas que descem ainda quando eu dou banho na pequena, Liz me olha atentamente, parando de reclamar aos poucos. Troco ela e coloco um pijama, deitando com nós duas na cama.

Mesmo não querendo chorar na frente da minha filha, Liz percebe que eu não estou bem e abraça meu pescoço, deitando a cabeça na minha, desencadeando um choro que estava preso.

Alguém entra na sua vida, rouba seu tempo, destrói sua confiança, agride sua autoestima, estilhaça o pouco que resta da sua esperança no amor. E sai ileso. Não adianta desperdiçar sofrimento por quem não merece. É como escrever poemas em papel e ver a pessoa rasgando na sua frente. Errar é humano, porém errar é tentar fazer algo certo e o resultado sair errado. Traição não é um erro é uma escolha, pois, quando o fez, já sabia que o resultado estava errado, logo, não se tentou fazer o certo.

- Mamãe...

- Desculpa, Liz - Falo limpando as minhas lágrimas - Um filho nunca deveria ver a mãe chorando.

Liz me dá um beijo de esquimó e abraça o meu troco, me olhando o tempo inteiro.

- Te amo, filha - Sussurro passando a mão no seu rosto - Eu te amo muito.

Fico acariciando a sua cabeça até ela dormir, o que não demora muito, já que a pequena dorme rápido quando está ou comigo ou com Maiara.

Aí Maiara... Por que você fez isso?

É uma vazio no peito que dói mais do que tudo. Um sangramento eterno...é o sentimento de uma traição pior que carnal, espiritual.

///

" O que aconteceu com a gente?
Uma hora você era a minha vida
E na outra a traição que me perseguia.

Quando nos casamos, achei que você era o amor da minha vida, mas o tempo tratou de dizer que eu estava enganado e mal sabia eu que pelas minhas nossa relação você tinha profanado."

Pelo menos eu posso ter a continuação do meu livro, penso.

Liz fica cutucando meu rosto com uma mão e com a outra, fica segurando a sua mamadeira na boca. Maiara não apareceu, até acho que é melhor assim e como a minha vida não pode parar, trabalho em casa, mesmo tendo que cuidar da Liz ao mesmo tempo. O único problema que Liz é igual Maiara, gosta de atenção o tempo inteiro, ou seja... tenho que fazer tudo com ela.

- Mamãe... - Ela aponta para o meu celular.

Vejo que meu celular está tocando, é Marília. Respiro fundo, já sabendo qual vai ser o assunto da chamada.

- Oi, Lila...

- Oi, Lu... você está bem?

- Eu estou ótima - Falo rapidamente - Por que deveria estar mal?

- Luísa...

- Eu estou trabalhando, você precisa de alguma coisa?

- Sua esposa precisa de você, Luísa - Marília me relembra - Ela está sem comer, sem dormir, se trancou no quarto.

- Eu não me importo mais - Tento mentir para mim mesma - A única coisa ali que eu me importo é com a minha filha.

- Você sabe que não é verdade...

Love lettersOnde histórias criam vida. Descubra agora