out of heaven.

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Pov Luísa.

- Você gosta desse filme, vida? - Pergunto baixinho.

Maiara concorda com a cabeça e deita a cabeça no meu ombro, enquanto está vestida com o meu moletom e sendo coberta pelo nosso edredom, no sofá na casa da minha irmã.

- Por que você está chorando, Mai?

- Porque ele morre - Ela fala olhando para a TV.

Sorrio sem mostrar os dentes e beijo a sua bocheca, ouvindo ela soluçar baixinho. Normalmente não sou paciente, antes eu era explosiva, arranjava brigas com facilidade, além de ser ciumenta, eu era possessiva e nunca namoraria com alguém como Maiara, mas depois que eu descobri a doença, eu mudei, virei outra pessoa, mais calma, paciente, até porque eu precisei e descobri a minha pior e melhor versão e tento todos os dias ser a melhor versão para ela.

- Amor, por que ele morre? - Ela pergunta com a voz embargada - Não é justo...

- Porque ele perdeu o amor da vida dele e se matou porque não via graça sem a mulher.

Ela suspira baixinho e procura as minhas mãos, entrelaçando por baixo da coberta. Minha namorada fica quieta por longos segundos, até respirar fundo e prosseguir.

- Eu também preferia morrer do que viver sem você - Maiara fala baixinho - A vida séria chata.

- Não fala assim...

Maiara levanta a cabeça, olhando nós meus olhos e sela nossos lábios, passando meu nariz no seu.

- Mas eu não estou mentindo, amor...

- Mas a sua vida não tem que acabar... caso...

- Não começa - Minha namorada fala me olhando - Por favor, não começa.

- Não vou...

Quando olho para a outra extremidade do sofá, Marília e Maraisa estão dormindo, as duas estão tão envolvidas no abraço que eu só consigo rir.

- Elas são ruins de filme - Maiara fala me olhando - Sempre quando íamos assistir juntas, ou as duas iam para o quarto procriar ou dormiam no sofá.

Começo a rir baixinho pelo seu jeito de falar e beijo a sua bocheca, fazendo ela sorrir sem mostrar os dentes. Ela boceja e deita novamente no meu peito, se encolhendo pelo frio da noite.

- Você quer ir dormir, amor?

- Podemos dormir aqui? - Ela pergunta sem olhar nós meus olhos - Tipo festa do pijama.

- Podemos, amor...

Me deito melhor no sofá e ela se ajeita nós meus braços, beijando meu pescoço por baixo das cobertas.

- Lu...

- Oi, amor...

- Minha vida ficou melhor quando você apareceu - Ela fala baixinho - Você não tem noção.

Maiara fala isso e me abraça com força, dormindo logo em seguida, me deixando sem reação alguma.

Quando eu me apaixonei por Maiara, eu achava que era só uma paixão platônica, que nunca iria ser recíproco, como se fosse um sonho impossível, mas não era e mesmo não querendo admitir, Maiara trouxe um pouco de esperança sobre a minha cura, porque se ela que era meu maior sonho, me amou de volta, mesmo sendo impossível, talvez eu consiga melhorar e viver os meus planos.

Deixo uma lágrima cair pelo meu rosto, é tanto amor que escorre pelos olhos, um amor puro e intenso, que eu jamais tinha experimentado antes.

- Eu te amo muito, amor...

Love lettersOnde histórias criam vida. Descubra agora