what a time.

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Pov Maiara.

- Eu sinto muito... - Sorrio fraco - Não estamos achando nenhum doador de sangue compatível.

- E o que isso significa?

- Que... que vamos continuar com o tratamento... até achar alguém que possa doar.

- Por tempo inderteminado.

- Isso...

Meu paciente apenas levanta da cadeira e saí da sala, provavelmente sem esperanças de achar um doador a tempo. Quando ele saí, eu me sento na minha cadeira e passo a mão no meu rosto, os casos estão aumentando no hospital e eu não estou conseguindo salvar ninguém, mesmo que a minha responsabilidade seja apenas ajudar e aumentar o tempo de vida, não curar, até porque não tem cura.

Olho para o relógio e já está na hora do almoço, não sei se almoço fora ou vou para a minha casa.

- Maiara, tem uma pessoa querendo falar com você - Uma residente fala na porta - Deixa entrar?

- Pode deixar...

Quando a outra pessoa aparece, vejo Fernando entrando na minha sala, com sacolas na mão.

- Oi, Maiara - Ele sorri para mim.

- Oi...

- Eu vim mais cedo e perguntei qual era o horário do seu almoço.

- Para que?

- Eu trouxe comida japonesa - Fernando fala levantando as sacolas - Eu sei que você ama.

- Eu gosto ma-

Fernando coloca as sacolas na minha mesa e senta na minha frente, tirando uma garrafa de vinho.

- Eu na-

- É só uma taça, não faz mal - Ele me interrompe - Ninguém fica bêbado com uma taça.

Fernando abre as marmitas e me serve, sorrindo para mim o tempo inteiro.

- Fernando, eu vou almoçar na minha casa - Falo afastando o prato - Para que tudo isso?

- Porque somos amigos - Ele fala como se fosse óbvio - Queria passar um tempo com você.

- Não somos amigos...

Não estou bem hoje, me sinto culpada pelos pacientes que estão piorando no hospital e eu não posso fazer nada, hoje não é um dia bom e Fernando percebe.

- Por que você está assim, Mai?

- Não é nada.

- Maiara... eu te conheço, eu fui seu primeiro namorado.

- A gente só se beijou duas vezes, Fernando e nós dois nunca namoramos.

- O que aconteceu?

Respiro fundo e viro o vinho da taça, antes de começar a falar.

- Eu preciso de doadores - Sorrio fraco - Mas hoje em dia, as pessoas são tão egoístas, que não fazem isso.

- Eu posso doar - Ele dá de ombros - Se for para te deixar feliz, eu posso doar.

- Sério?

- Claro que sim - Ele fala se levantando e vindo na minha direção - Se você quiser posso ver com os meus familiares, podemos tentar te ajudar.

Me levanto na sua direção e abraço o seu corpo, respirando aliviada. Pelo menos achamos alguém que se disponibilize para ajudar as pessoas doentes.

- Mai, eu vim almoçar com voc-

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