Pov Maiara.
- Oi... eu vim te chamar para arrumar a minha mala - Maraisa fala na minha porta - Você arrumar no caso, não eu.
- Não estou em um dia bom, Mara...
- Ainda pela Luísa?
Fico em silêncio, não tem o que falar, é óbvio que é sobre ela, sempre foi, sempre.
- Você terminou com ela? - Ela pergunta sentando na minha frente.
- Terminar o que não tínhamos? - Pergunto rindo - Éramos só ficantes, nada além disso.
- Mai... ela gosta muito de você, eu sei que ela pisou na bola... mas você acha que alguém que escrevia aquelas cartas, tudo aquilo, só queria te usar?
- Não acho que ela só queria me usar.
- E o que você acha?
- Acho que nunca mais vou beber na vida.
- Mai...
- Eu fui burra, falei demais, como sempre.
Maraisa fica quieta, até ela sabe que eu fui burra, todos sabem disso.
- Eu não deveria te falar isso...
- Me falar o quê? - Pergunto me sentando na sua frente.
- Luísa está no hospital - Ela sorri fraco - Ontem na festa, Marília disse que ela começou a vomitar e passou mal.
Meu mundo cai, ela não parecia bem quando estávamos discutindo ontem, ela deve ter piorado por minha culpa.
- O que ela tem? - Pergunto preocupada - Ela está ficando doente com muita facilidade.
- É... a Lila não me conta nada da Luísa, diz que é algo muito particular.
- Eu posso... eu posso ver ela?
Mesmo estando brava, quero ver a loira, mesmo querendo esmurrar a sua cara, quero ficar com ela. Espero a resposta da minha irmã e ela solta um sorriso de lado, antes de falar.
- Eu sabia que você ia querer ver ela...
- Então eu posso ir?
- Não, Mai... Marília disse que Luísa não quer ver ninguém.
- Mas eu... eu iria cuidar dela.
- Sinto muito, Mai...
Concordo com a cabeça e as lágrimas descem pelo meu rosto. Eu não queria ter falado com ela daquele jeito, eu estava bêbada e fui impulsiva, me arrependo amargamente. Mas quando eu achei as suas cartas, eu tentei ignorar e esperar que ela me contasse, mas eu não consegui e como sempre, eu falei demais, como sempre.
Maraisa se aproxima de mim e me abraça, beijando meu rosto. Meu coração guarda um medo, de Luísa desistir de mim, como todos fazem.
Ela sempre foi a primeira pessoa a entender a minha intensidade e retribuir da mesma forma, sentir como eu sinto. Ela me entende, sabe que a vida é vaga. Dizem por aí que sou intensa demais, até mesmo com as pequenas coisas da vida. Será que não percebem que tudo na vida é passageiro? Eu tenho que viver para me lembrar e Luísa entendi isso e não me julga, como as outras pessoas.
- Eu preciso ir arrumar a minha mala, Mai...
- Eu posso me enfiar na sua mala e ir com você?
- Não, você vai estragar a minha lua de mel - Ela fala rindo - O bom de poder ficar sozinha com ela, é que toda hora é hora.
- Eca, eca, eca - Falo saindo do seu abraço - Eca.
- Aí, Mai... você não teve vontade nenhuma de fazer nada com a Luísa?
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Love letters
RomansaCartas de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel. Todas as cartas de amor são apaixonantes, se não, não existiria motivos para escrevê-las. Luísa se vê a...