Part 09.
Mesmo com os olhos bem fechados, Dua podia sentir a ameaça de uma lágrima no fundo. Rapidamente escorreu pelo olho e Dua o pegou com a mesma rapidez com o dedo. Outra caiu tão suavemente para substituí-la.
S/N: Dua, por favor, não chore.
Ironicamente, isso só fez Dua chorar mais. S/N tinha visto Dua chorar mais vezes do que ela poderia contar no passado, mas esta parecia a primeira vez de novo. Foi constrangedor. Foi desconfortável. Foi imperdoável para seus padrões.
Dua balançou as mãos à sua frente, tentando livrar o sentimento de dentro do peito. Queimava, fosse o que fosse. Dua queria voltar para minutos atrás, onde se sentia no controle da situação novamente. Quando seus olhos estavam secos e o buraco dentro parecia menos oco.
Dua: Está tudo bem, estou bem.
Dua disse através de inalações afiadas. Ela respirou fundo algumas vezes para estabilizar a respiração um pouco mais.
S/N: Venha aqui.
Jenner sussurrou enquanto colocava a caixa de seu colo no chão. Dua sabia que o branco de seus olhos tinha que ter um leve tom rosa; as lágrimas ainda não haviam parado completamente. Nada parecia subjugá-lo da maneira que Dua precisava.
Dua não tinha certeza se era bom julgamento, mas não podia deixar de pensar em como seria bom estar perto dela novamente. Estar envolvida em seus braços, apertada do jeito que ela costumava abraçar. Ela costumava abraçar tão forte em momentos como este, acariciando suas costas com as mãos até que as lágrimas parassem.
O travesseiro balançou levemente quando Dua o colocou de lado. Suas pernas até imitavam os movimentos do travesseiro enquanto pareciam gelatina. Tudo parecia tão instável. Dua deu um passo à frente, mas parou.
Dua: Tem certeza?
A mão alcançou as bochechas, enxugando outra gota que havia caído. S/N não disse nada, mas se moveu em direção. Seus braços estendidos, Dua acolheu o toque, não se importando mais com nada do que aconteceu no passado. Não na festa. Não nos três meses desde então. Nem mesmo as partes de merda que levaram à decisão. Nada disso.
A cabeça descansava em seu peito como se pertencesse ali. Ela se encaixou perfeitamente, como uma peça de quebra-cabeça. O cheiro de sua colônia típica se instalou suavemente no nariz. As notas de camomila não eram relaxantes desde aquele momento, pois sempre o lembravam dela. Dua até jogou fora os saquinhos de chá de camomila que sobraram, com medo de que pudesse formar qualquer tipo de lembrança dela.
Os dedos cravaram nas costas dela, desesperados para estar mais perto. A camisa dela deve ter se esticado com o aperto forte, mas nenhuma parecia se importar. Ela segurou Dua com a mesma força, esfregando aqueles círculos familiares ao longo da espinha. As lágrimas continuaram a escorrer pelo rosto e pela camisa dela, mas por um motivo diferente. Não eram lágrimas de tristeza, eram lágrimas de saudade que finalmente haviam sido aliviadas. Dua se sentiu aliviado.
Dua: Eu nunca deixei de te amar.
Ela disse entre respirações chorosas. Dua afrouxou o aperto, segurando seus braços para olhá-la nos olhos. Seu lábio inferior tremeu quando os olhos dela procuraram os de Dua. Eles seguiram para frente e para trás, procurando por algo.
A mão dela subiu pelo lado do rosto de Dua, a sensação suave foi eletrizante o suficiente, mas quando os lábios de Dua se conectaram aos de S/N?
Foi desesperado, mas suave. Faminto, mas calculado. Esmagador, mas entorpecente.
Os anéis frios roçaram nas bochechas de Dua enquanto corriam por seus fios de cabelo, arranhando sutilmente o couro cabeludo. À medida que o beijo se aprofundou, Dua não pôde deixar de levar as mãos ao rosto dela também. Ambas os lados da mandíbula foram segurados firmemente por suas palmas, enquanto Dua pressionava o corpo contra o dela.
Ela gemeu contra os lábios, enviando uma sensação pulsante direto entre as coxas. Os quadris de Dua empurraram-se para S/N por puro instinto. O contato de pele contra S/N nunca foi assim antes. Enviava uma sensação de conforto, mas ansiedade ao mesmo tempo. Dua estava desesperado por mais, de qualquer maneira que pudesse conseguir. Dua não se importava com as repercussões disso. Dua lidaria com isso mais tarde. Tudo com o que Dua se importava no momento era o endurecimento gradual que sentia contra sua pélvis enquanto pressionava mais forte contra S/N.
Em um movimento rápido, ela puxou Dua para cima, afundando ela no sofá ao lado. Um pequeno guincho escapou dos lábios de Dua com o movimento brusco, pegando-a completamente desprevenido. Não demorou muito para que Dua fosse puxada tão rapidamente novamente, seus lábios se fechando febrilmente. S/N se inclinou para trás, arrastando as mãos sob sua camisa.
Dua: Eu senti tanta a sua falta.
Ela falou entre respirações pesadas. As mão percorreu os cabelos de S/N, puxando-os levemente enquanto sua cabeça rolava para o lado. S/N plantou beijos molhados contra o pescoço, resultando em outro gemido faminto do fundo da garganta. Dua nunca esteve tão faminto por toque, a respiração contra pele, o tom de voz quando ela estava cobiçando o corpo.
Os lábios úmidos e rosados brilharam na luz de uma mistura da saliva de ambos. Eles pareciam mais enrugados e inchados pela quantidade de sucção a que Dua sucumbiu aqueles belos lábios. Todos os sentimentos acumulados nos últimos meses estavam vindo à tona e não havia como parar. S/N desbloqueou algo dentro de Dua que Dua não sabia que ainda estava lá. Dua nunca quis chegar a um acordo com isso até agora.
Este momento poderia ter durado para sempre se Dua tivesse algum controle sobre ela. Dua queria que durasse para sempre. Dua temia o pensamento de que terminaria em um ponto. Que em algum momento os lábios de S/N se desconectariam da sua pele, as mãos dela sairiam do torso e voltariam para os bolsos, o corpo dela deixando-a
O que Dua faria quando tudo acabasse de novo?
END.