(N/A: maior parte desse capítulo estava pronta desde março do ano passado. Eu "terminei" (vulgo: modifiquei partes do livro) ele agora é resolvi postar logo. Acho que voltar voltar ao ritmo industrial, agora que estou um pouco melhor resolvido comigo mesmo. Sigam-me no Twitter. Eu posso interagir melhor por lá, é @/NagiMBlood.
Aproveitem o capítulo.)
Harry foi o primeiro a acordar em seu dormitório na manhã seguinte. Continuou deitado por um momento, observando a poeira rodopiar na luz que entrava pela fresta do cortinado de sua cama, e saboreou o pensamento de que era sábado. A primeira semana do trimestre parecia ter se arrastado uma eternidade, como uma gigantesca aula de História da Magia.
Levantou-se da cama devagar, trocando de roupa e seguindo para fora do quarto, logo cruzando o arco de entrada da Masmorra. Não estava com muita disposição para ir tomar café (que nessa altura já deveria ter sido feito pelos elfos), então resolveu ir andar pelo jardim.
Não pode deixar de notar, com certo pesar, a cabana de Hagrid, sem fumaça saindo da chaminé e as cortinas fechadas. Estava um pouco preocupado com o amigo. Será que algo havia ocorrido na sua missão? Será que os Comensais da Morte pegaram ele? Ou teve algum problema para voltar? Ou a missão que é muito demorada?
Divagando consigo mesmo as possibilidades, Harry se viu, então, parado no mesmo lugar em que havia falado com Adrien no último Natal. Acabou por contemplar sua discussão com o irmão.
— Eu sou apenas mais um Potter, em um mundo com milhares de outros. Nem todos os que existem são família. – Lembrou-se de dizer. Lembrou-se também de ver rapidamente uma expressão estranha no rosto de Adrien, mas que mal ficou registrada na sua memória devido ao evento de Hagrid e Madame Maxime que aconteceu logo em seguida.
Suspirando pesadamente, sentou-se em um dos bancos espalhados pelo lugar, e ficou observando as belas rosas ali aparentes, suas variadas cores contrastando com a luz solar suave da manhã.
- É um bom lugar para descansar, não é?
Harry não podia dizer que se surpreendeu com Luna aparecendo do nada, mas realmente se assustou com a fala súbita perto de si.
- Já disse pra não fazer mais isso – o garoto chiou para a amiga, que apenas deu de ombro e se sentou ao lado dele.
Ambos apreciaram o silêncio durante a observação das flores, e observaram, com neutralidade excessiva, algumas abelhas pousarem nas flores para recolherem o pólen.
- E as Cobras? – a garota perguntou de repente.
- Tá meio confuso – o garoto admitiu. – Foi tudo muito rápido no final do último ano, e acho que a maioria está arrependida de ter entrado... bem, não posso culpa-los, eles tinham acabado de saber sobre aquilo...
Luna balançou a cabeça assentindo, e Harry soltou um suspiro longo, antes de tirar os olhos das abelhas e das flores.
- Como estão as coisas na Corvinal?♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧♤♡◇♧
Querido Snuffles,
Espero que esteja bem, a primeira semana aqui foi horrível, estou realmente feliz que o fim de semana tenha chegado.
Temos uma nova professora de Defesa Contra a Arte das Trevas, a Prof.ª Umbridge. Ela é quase tão simpática quanto a sua mãe. Estou lhe escrevendo porque aquela coisa sobre a qual lhe escrevi no verão passado tornou a acontecer ontem à noite, quando eu estava cumprindo uma detenção com a Umbridge.
Estamos todos com saudades do nosso maior amigo, e gostaríamos que ele não demorasse a voltar.
Responda logo, por favor.
Tudo de bom,
Adrien
Adrien revisou várias vezes sua carta, em busca de algo que pudesse denunciar o que ele queria dizer caso a carta fosse extraviada. Quando se deu por satisfeito com o resultado, jogou a capa sobre os ombros e saiu do dormitório da Grifinória, se arrastando para fora pelo quadro da Mulher Gorda.
O castelo estava silencioso, frio, um cheiro áspero do Outono começando a cortas os ares da Escócia. Os corredores estavam vazios, iluminados fracamente pela dispersa luz que adentravam as janelas dos corredores laterais, dando um tom meio azulado as coisas. Andou em direção as escadas para ir ao corujal, atrás de Hermes para enviar a carta a Grimmauld.
– Eu não tomaria esse caminho se fosse você – disse Nick Quase Sem Cabeça, atravessando de maneira desconcertante uma parede um pouco além, quando Adrien seguia pelo corredor. – Pirraça está planejando pregar uma peça na próxima pessoa que passar pelo busto de Paracelso, ali adiante.
– Tem a ver com Paracelso caindo na cabeça da pessoa? – perguntou Adrien.
– Por mais engraçado que pareça, tem sim – respondeu Nick Quase Sem Cabeça entediado. – A sutileza nunca foi um ponto forte do Pirraça. Estou indo procurar o Barão Sangrento... talvez ele possa pôr um fim nisso... até mais, Adrien...
– Ah, tchau – disse o garoto e, em lugar de virar à direita, virou à esquerda, tomando um caminho mais longo, porém mais seguro, para o corujal. Seu ânimo foi crescendo à medida que passava por janela após janela em que se via um céu muito azul; tinha treino mais tarde, finalmente ia voltar ao campo de quadribol.
Alguma coisa se esfregou em seus tornozelos. Ele olhou e viu a gata cinzenta e esquelética do zelador, Madame Nor-r-ra, se esgueirando pelo corredor. Ela fixou em Adrien os olhos amarelos feito lâmpadas, por um momento, antes de desaparecer atrás de uma estátua de Vilfredo, o Melancólico.
– Não estou fazendo nada errado – gritou para o bichano. Madame Nor-r-ra tinha o ar inconfundível de quem vai denunciar um aluno para o seu chefe, contudo Adrien não conseguia entender o porquê; estava perfeitamente em seu direito de ir ao corujal em um sábado de manhã.
O sol já ia alto quando Adrien entrou no corujal, e a falta de vidros nas janelas ofuscou sua visão; grossos raios prateados de sol cortavam em todos os sentidos o recinto circular, em que centenas de corujas se aninhavam nas traves, um tanto incomodadas com a luz matinal, algumas visivelmente recém-chegadas da caça. O chão coberto de palha produzia um ruído de trituração quando ele caminhava sobre pequenos ossos de animais, à procura de Hermes.
– Ah, aí está você! – exclamou ao localizá-lo perto do teto abobadado. – Desça, tenho uma carta para você.
Com um pio suave, ele abriu as grandes asas e voou para o ombro dele.
– Muito bem, eu sei que aqui diz Snuffles por fora – disse ao entregar a carta para a coruja prender no bico e, sem saber exatamente por quê, cochichou –, mas é para Sirius, o.k.?
Hermes piscou os olhos cor de âmbar uma vez, e ele tomou o gesto como entendimento.
– Faça um voo seguro, então – desejou-lhe Adrien, e levou-a até uma das janelas; fazendo uma pressão momentânea em seu braço, Hermes levantou voo para o céu excepcionalmente claro. Ele observou a ave até ela se transformar num pontinho negro e desaparecer, então voltou seu olhar para a cabana de Hagrid, perfeitamente visível desta janela, e perfeitamente desabitada, a chaminé sem fumaça, as cortinas corridas. Nos bancos no jardim, viu Harry e Luna sentados juntos, aparentemente tendo uma conversa ao ar fresco.
As copas das árvores da Floresta Proibida balançavam à brisa suave, e Adrien parou para contemplá-las, saboreando o ar fresco que batia em seu rosto, pensando no quadribol mais tarde... então, ele o viu. Um cavalo alado e reptiliano, igual aos que puxavam as carruagens de Hogwarts, com as asas negras e coriáceas abertas como as de um pterodáctilo, saiu do meio das árvores como um pássaro enorme e grotesco. Fez um grande círculo no ar e tornou a mergulhar entre as árvores. A coisa toda ocorreu com tal rapidez que Adrien mal pôde acreditar no que vira, exceto que seu coração estava batendo descontrolado.
A porta do corujal se abriu às suas costas. Ele pulou assustado e, virando-se depressa, viu Cho Chang segurando uma carta e um embrulho nas mãos.
– Oi – disse Adrien automaticamente.
– Ah... oi – respondeu ela ofegante. – Não achei que houvesse alguém aqui em cima tão cedo... Só me lembrei há cinco minutos que é aniversário da minha mãe.
Ela mostrou o embrulho.
– Certo – comentou ele. Seu cérebro parecia ter emperrado. Queria dizer alguma coisa engraçada e interessante, mas a visão daquele horrível cavalo alado continuava fresca em sua mente. – Dia bonito – disse, fazendo um gesto abrangendo as janelas. Suas entranhas pareciam estar encolhendo de vergonha. O tempo. Ele estava falando do tempo...
– É – concordou Cho, procurando uma coruja adequada. – Boas condições para o quadribol. Não saí a semana toda, e você?
– Também não.
Cho escolheu uma das corujas-de-igreja. Induziu-a a descer e pousar em seu braço, onde a ave esticou a perna de boa vontade para ela poder prender o embrulho.
– Ah, Grifinória já tem um novo goleiro?
– Tem. É o meu amigo Rony Weasley, você o conhece?
– Aquele que odeia torcedores dos Tornados? – perguntou Cho, sem se alterar. – Ele é bom?
– É, acho que é. Mas não vi o teste dele, estava cumprindo uma detenção.
Cho ergueu a cabeça, ainda sem terminar de prender o embrulho à perna da coruja.
– Aquela tal Umbridge não presta – disse, baixando a voz. – Lhe dar uma detenção só porque você disse a verdade sobre a volta dele. Todo o mundo soube, a escola inteira comentou. Você foi realmente corajoso ao enfrentá-la daquele jeito.
As entranhas de Adrien tornaram a inchar tão rapidamente que ele sentiu que seria até capaz de flutuar acima do chão sujo de titica. Quem se importava com um cavalo alado idiota? Cho achava que ele tinha sido realmente corajoso. Por um instante, refletiu se devia mostrar sem querer, propositadamente, sua mão cortada, enquanto a ajudava a atar o embrulho à coruja... mas na mesma hora que lhe ocorreu esse pensamento excitante, a porta do corujal tornou a se abrir.
Filch, o zelador, entrou chiando no aposento. Havia marcas roxas em suas bochechas fundas e riscadas de pequenas veias, seu queixo tremia e seus cabelos grisalhos estavam despenteados; obviamente viera correndo até ali. Madame Nor-r-ra seguia-o, colada aos seus calcanhares, espiando as corujas no alto e miando com fome. Houve um esvoaçar inquieto nas traves e uma grande coruja marrom clicou o bico de forma ameaçadora.
– Ah-ah – disse Filch, dando um passo em direção a Adrien, sacudindo as bochechas moles de raiva. – Tive uma dica de que você estava pretendendo despachar um grande pedido de Bombas de Bosta!
Adrien cruzou os braços e encarou o zelador.
– Quem lhe disse que eu estava fazendo um pedido de Bombas de Bosta?
Cho olhou de Adrien para Filch, também franzindo a testa; a coruja-de-igreja em seu braço, cansada de se equilibrar em uma perna só, deu um pio de aviso, mas a garota fingiu não ouvir.
– Tenho minhas fontes – disse Filch, com um sibilo presunçoso. – Agora me entregue o que está despachando.
Sentindo-se imensamente grato de que não tivesse demorado a despachar sua carta, Adrien disse:
– Não posso, já foi.
– Foi?! – exclamou Filch, com o rosto contraído de raiva.
– Foi – o garoto respondeu calmamente.
O zelador abriu a boca furioso, contorceu-a por alguns segundos, depois varreu com o olhar as vestes do grifinório.
– Como é que posso saber que você não está com o pedido no bolso?
– Porque...
– Eu o vi despachar – disse Cho, aborrecida.
Filch virou-se para ela.
– Você o viu...?
– Isto mesmo, eu o vi – confirmou ela com ferocidade.
Houve uma pausa momentânea em que Filch encarou Cho com um olhar penetrante, e Cho o retribuiu com a mesma intensidade, então o zelador deu as costas e saiu arrastando os pés em direção à porta. Parou com a mão na maçaneta, e olhou mais uma vez para Adrien.
– Se eu sentir o menor cheirinho de Bomba de Bosta...
E desceu as escadas pisando forte. Madame Nor-r-ra lançou um olhar desejoso para as corujas e seguiu o dono.
Adrien e Cho se entreolharam.
– Obrigado – disse o garoto.
– Não foi nada – disse ela, terminando finalmente de prender o embrulho à outra perna da coruja, corando ligeiramente. – Você não estava fazendo um pedido de Bombas de Bosta, estava?
– Não.
– Então, por que será que ele achou que você estava? – perguntou Cho enquanto levava a coruja até a janela.
Adrien encolheu os ombros. Sentia-se tão perplexo quanto ela, embora, estranhamente, o caso não o preocupasse muito naquele momento.
Os dois deixaram o corujal, juntos. À entrada do corredor que levava para a ala oeste do castelo, Cho disse:
– Vou virar aqui. Bom, voltaremos... voltaremos a nos ver, Adrien.
– É... voltaremos.
Cho sorriu para ele e foi embora. Adrien continuou seu caminho, sentindo uma grande alegria interior. Conseguira manter uma conversa inteira com ela sem se atrapalhar nem uma vez... você foi realmente corajoso ao enfrentá-la daquele jeito... Cho o chamara de corajoso... não o odiava por gostar dela...
– Dia – disse Adrien, animado, para Rony e Catarina, ao se juntar a eles à mesa da Grifinória no Salão Principal.
– Por que é que você está com esse ar tão satisfeito? – perguntou Rony surpreso, observando o amigo.
– Hum... quadribol mais tarde – respondeu ele, feliz, puxando para perto uma grande travessa de bacon com ovos.
– Ah... é... – disse Rony. Ele descansou no prato a torrada que estava comendo e tomou um grande gole de suco de abóbora. Depois disse: – Escute... você toparia sair mais cedo comigo? Só para... hum... me ajudar a praticar um pouco antes do treino? Assim você poderia, sabe, me ajudar a focalizar melhor minha visão.
– Tá, o.k. – disse Adrien.
– Olhe, acho que vocês não deviam – disse Catarina séria. – Os dois já estão realmente atrasados com os deveres de casa.
Mas interrompeu o que ia dizer; o correio matinal estava chegando e, como sempre, o Profeta Diário veio voando em sua direção no bico de uma coruja-das-torres, que pousou perigosamente próxima do açucareiro, e estendeu a perna. Catarina meteu um nuque na bolsinha de couro, apanhou o jornal e esquadrinhou a primeira página, criticamente, enquanto a coruja levantava voo.
– Alguma coisa interessante? – perguntou Rony. Adrien riu, sabendo que o amigo estava interessado em impedir que Catarina continuasse a falar sobre os deveres.
– Não – suspirou ela –, só uma bobagem sobre o baixista da banda As Esquisitonas que vai casar.
A menina abriu o jornal e desapareceu atrás de suas páginas. Adrien concentrou-se em se servir de uma nova porção de ovos com bacon. Rony examinava as janelas superiores do salão, parecendo ligeiramente preocupado.
– Espere um instante – disse Catarina de repente. – Ah, não... Pai!
– Que aconteceu? – disse Adrien, puxando o jornal com tanta violência que o rasgou ao meio, ficando uma metade na mão da amiga e a outra na dele.
— “Sirius Black está sendo afastado do corpo de aurores por suspeita de atividades paralelas incompatíveis” – Catarina sussurrou angustiada, esbranquiçada.
– Denunciaram a Ordem – Adrien prendeu a respiração.
– Quê? – Rony encarou o amigo, confuso. – Você disse...
– Shii! – o outros dois fizeram.
— “O Ministério da Magia registrou atividades antiéticas de Black nos últimos meses... falhou em serviço... não apresenta comprimento com diretrizes...”, toda a desculpa política – Catarina contorcer o rosto, a garganta seca. – Eu preciso de ar.
— Catarina, espera! – Rony se levantou, apressadamente indo atrás da amiga. Adrien ficou sozinho, com os restos dos jornais.(N/A: registro aqui meu repúdio pela instituição social da talaricagem. Isso não é ideia e faz mal para a saúde do indivíduo.
Porém, não tenho preconceito. A Cho Chang faça o que ela quiser da vida, e o Cedrico faça o que ele quiser com os chifres.)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nem sempre a melhor escolha
FanfictionNo dia 31 de outubro de 1981 algo sublime ocorreu: o Lorde das Trevas, Voldemort, caiu perante Adrien Potter. Isso, contudo, não acabou com os problemas; os Comensais da Morte que ainda existiam e eram fiéis a Voldemort atacaram constantemente os...