Nem sempre a melhor escolha

Capítulo 19

Harry sentou-se em um dos bancos da mesa da Sonserina e começou a montar seu prato para poder tomar café. Colocou algumas torradas, bacon e ovos mexidos.

Enquanto comia ele observou bem o salão; ele tinha sido um dos primeiros a chegar nele. Vira Hermione do outro lado do salão lendo um livro. Virou-se para sua mesa e viu os seus companheiros de casa chegando pouco a pouco. Aleister o viu e acenou.

Os primeiranistas foram os últimos membros das quatro casas a chegar. Harry achou engraçado os olhares surpresos dos membros das outras casas ao verem Gina entrar no salão com vestes novas. Ele havia as dado para a garota como presente pela sua seleção.

Ele vira como a garota era receosa quanto a sua própria aparência, e percebeu que muitas vezes olhava para as próprias roupas com vergonha. Ele, então, resolveu presenteá-la com um novo conjunto de farda novinho. As roupas de Hogwarts é unissex, então deu para ela um dos seus, que comprara em Madame Malkin quando fora com os Granger no Beco Diagonal. A garota até tentou recusar as roupas que lhe dera, mas ele não aceitou não como resposta.

Snape passou distribuindo os horários e parou um tempo em Harry. Deu um olhar muito significativo para o garoto, como se o reconhecesse. Logo foi embora, de volta para a mesa dos professores.

Harry viu seus horários e percebeu ter horário duplo de herbologia com os corvinais.

Terminou seu café e saiu junto de Theodore e Daphne. Outros sonserinos já haviam saído para suas aulas.

Ao se aproximarem das estufas viram o resto da classe em pé, do lado de fora, esperando a Prof.ª Sprout. Harry, Theodore e Daphne tinham acabado de se reunir à turma quando a professora surgiu caminhando pelo gramado, acompanhada de Gilderoy Lockhart. Ela trazia os braços carregados de bandagens, e Harry viu longe o Salgueiro Lutador cheio de tipoias. Ele havia sido atingido por um raio, que machucou seriamente seus galhos.

A Prof.ª Sprout era uma bruxinha atarracada que usava um chapéu remendado sobre os cabelos soltos; geralmente tinha uma grande quantidade de terra nas roupas, e suas unhas teriam feito tia Petúnia desmaiar. Gilderoy Lockhart, ao contrário, estava imaculado em suas espetaculares vestes azul-turquesa, os cabelos dourados brilhando sob um chapéu também turquesa, com galão dourado e perfeitamente assentado na cabeça.

– Ah, alô pessoal! – cumprimentou ele, sorrindo para os alunos reunidos. – Acabei de mostrar à Prof.ª Sprout a maneira certa de cuidar de um Salgueiro Lutador! Mas não quero que vocês fiquem com a ideia de que sou melhor do que ela em Herbologia! Por acaso encontrei várias dessas plantas exóticas nas minhas viagens...

– Estufa três hoje, rapazes! – disse a Prof.ª Sprout, que tinha um ar visivelmente contrariado, bem diferente de sua habitual expressão animada.

Houve um murmúrio de interesse. Até então, só tinham estudado na estufa número um – a estufa três guardava plantas muito mais interessantes e perigosas.

A Prof.ª Sprout tirou uma chave enorme do cinto e destrancou a porta. Harry sentiu um cheiro de terra molhada e fertilizante mesclados ao perfume pesado de umas flores enormes, do tamanho de sombrinhas, que pendiam do teto.

Harry entrou apressado; já havia se cansado de Lockhart falando besteiras.

A aula se seguiu tranquila; ganhou dez pontos para a Sonserina por ter respondido uma pergunta que a prof.ª Sprout fez corretamente. Naquele dia tiveram que reenvasar mandrágoras; criaturinhas horríveis, na opinião de Harry.

Alguns alunos desmaiaram; prof.ª Sprout gesticulou e disse que eles não devem ter usado os abafadores de ouvido direito.

Seguiu para a aula de transfiguração com os lufanos e foi o primeiro a conseguir transformar um besouro em um botão. McGonagall sorriu meio gentil para ele, o que o fez a encarar de olhos estreitos.