Capítulo 26

2.2K 244 67
                                    

Contar aos amigos sobre sua vida é aliviante, mas Harry ainda não estava bem. Ele estava agora tendo pesadelos quase todos os dias. A maioria giravam em torno da morte de Joana e de Christina; elas lhe deixaram muito triste. Quase não lembrava mais de Camille; ele prometeu para si mesmo enquanto estava aproveitando o espelho de Ojesed que tentaria esquecer a garota; não era saudável ele ficar esperando alguém para ser feliz. Ele provavelmente nunca mais veria ela.

Certo dia Harry foi assolado por uma memória intensa, mas não havendo mortes, mas sim sua vida no Dursley. Se lembrou do dia em que Duda deslocou seu braço esquerdo em uma “brincadeira”, e Harry, muito assustado, realizou magia acidental e fez o garoto tropeçar e bater com o nariz em uma das estátuas de flamingo fincadas no jardim dos Dursley.

(N/A: curiosidade inútil: jardim é a área arborizada em frente a casa, enquanto quintal é a parte de trás. Pode haver um jardim lá, mas quando se refere a jardim como local se refere a frente da casa.)

Cobriu-se com uma capa e saiu do seu quarto, levando consigo apenas a varinha. O salão Comunal estava vazio, o que Harry agradeceu enormemente. Ele estava péssimo.

Sentou-se na poltrona em frente a lareira que queimava intensamente, e ficou observando o fogo. Seus pensamentos circulavam em sua mente com as labaredas na fogueira: rápidos e inconstantes.

Ficou ali, em silêncio.

∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆

Harry estava sentado com seus amigos na mesa da Lufa-Lufa tomando café. Os lufanos não pareceram incomodados com ele ou com os outros dois sonserinos que o acompanhavam, nem com Hermione. Na verdade, eles pareciam contentes; viram como Harry e seus amigos consolaram Neville e seus amigos após Justino Finch-Fletchley ser petrificado. Eles estavam muito desconfiados em relação aos membros das outras casas, é claro, mas aqueles quatro estavam livres aos seus olhos.

--Já escolheram as matérias do próximo ano? – Harry perguntou, encarando seus amigos. Daph e Theo estavam do seu lado, e Hermione estava do outro, com Neville, Susan e Ana. Ernie está a ao lado de Daph, derretendo de vergonha.

-Vou escolher todas – Hermione disse convicta, arrancando olhares dos amigos e de lufanos próximos. – O que foi?

-Tirando o fato disso ser fisicamente impossível, nada – Daph disse, enquanto comia um pedaço de pudim.

-Eu vou escolher Trato de Criaturas Mágicas e Adivinhação. – Theo disse. – Não vou escolher nem sob encanto Aritmancia ou Estudo das Runas, e nem em sonhos Estudo dos Trouxas – ele falou, dessa vez um pouco desdenhoso. Alguns lufanos pareceram incomodados, mas os anos mais velhos murmuraram algo para eles.

Theodore era reconhecidamente um adorador da magia. Ele sempre demonstrou o quão cômico pensava que eram as pessoas que não pudessem usar magia. Não tinha preconceito com trouxas, mas definitivamente não queria aprender sobre eles. Não-mágicos não são curiosos, já que não tem nada de especial.

-Vou escolher Estudo das Runas, Aritmancia e Trato das Criaturas Mágicas – Harry disse e bebeu um pouco de café. – O que foi?

-É que você escolheu duas matérias bem difíceis – Susan disse. – Hermione é uma rata de biblioteca, então já era esperado ela escolher tudo – “Ei!”, Hermione reclamou. –, mas você parece ser bem relaxado, então não esperávamos que escolhesse Aritmancia e Runas.

Harry apenas deu de ombros, voltando a comer. De repente, acabou mordendo a própria língua e ouviu:

“...fome...me deixe rasgá-lo...me deixe devorá-lo...”

Nem sempre a melhor escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora