Capítulo 62

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Harry tinha uma veia paranoica, e isso era algo levemente conhecido. Contudo, nem mesmo no sono mais paranoico ele esperaria ser subitamente erguido no ar assim que entrou no salão Comunal da Sonserina e atirado para cima.
Havia acabado de voltar do corujal, onde despachou a coruja de Theodore levando uma carta sua para Tom e Bellatrix. Desceu junto a seus amigos para a Masmorra (Hermione oficialmente estava morando na Sonserina agora com eles, isso ficou meio claro quando ela foi direto com eles para as Masmorras ao invés ir para seu dormitório na Grifinória após o jantar), e assim que entraram ao menos uma dúzia de mãos seguraram Harry e o levantaram. Aplausos e assobios eram ouvidos, e muito desconcertado Harry reparou que eram suas cobras lhe parabenizando por conseguir pegar o ovo de ouro. Seus óculos prenderam tortos na ponta do nariz, e demonstrou uma cara acanhada.
Amanda McWorthy, que ele não via já fazia algum tempo, correu até ele e pulou em seus braços. Os olhos dela estavam vermelhos, mas ela tinha um sorriso no rosto.
-Sabe o quão preocupada você me deixou, seu idiota? – a garota reclamou, puxando Harry pela blusa. – Como vai me compensar por isso?
-Um massagem? – Harry ofereceu, sorrindo. Aproximou o rosto da orelha esquerda da garota, e sussurrou: – Tântrica.
Amanda se arrepiou.
-Vou pensar – ela disse, e Harry beijou seu pescoço. Alguns sonserinos próximos coraram, mas ignoraram Harry e a garota.
-Venham comer – Draco chamou, enquanto pegava a mão de Hermione. – Pegamos algumas na cozi...nha...
O loiro reparou que pegara na mão de Hermione, e corara muito. A garota corou também. Ele soltou com brutalidade a mão da garota.
-Ei! – Hermione reclamou, massageando o pulso.
-C-Calada, Granger – Draco ordenou, tentando ser ríspido mas soando adorável, devido suas bochechas vermelhinhas.
Harry soltou um suspiro baixo, e Amanda riu baixinho junto a Daphne e Theodore.
-Vamos, vamos, tenho que me divertir com minha joia negra depois – Harry disse, enquanto colocava um braço ao redor da cintura de Amanda. Andou em direção a uma poltrona do salão comunal, se jogando nela. Amanda se sentou no seu colo.
O ovo de ouro estava com Theodore, que colocou em cima da mesa. Os outros sonserinos rondaram o objeto, curiosos.
--É pesado! – Blasio bradou, após tentar levantar o ovo e ser surpreendido pelo peso. – Abre, Harry, para vermos o que tem dentro...
-É, Harry, abre – Pansy falou animada.
-Abre, abre, abre... – os sonserinos falaram em coro, e Harry riu baixo.
-Ok, ok – ele falou divertido. Pegou o ovo de ouro e o colocou do seu lado no sofá. Com delicadeza ele segurou na dobradiça e a apertou, abrindo o ovo.
Estava oco e completamente vazio – mas no momento em que Harry o abriu, um som terrível, alto e agudo com um agouro, encheu a sala. A coisa mais próxima àquilo que Harry já ouvira fora a orquestra-fantasma na festa do aniversário de morte de Nick Quase Sem Cabeça, em que todos os componentes tocavam um serrote musical.
– Fecha isso! – berrou Draco, as mãos tampando os ouvidos.
– Que é isso? – perguntou Blasio Zabini, olhando o ovo enquanto Harry tornava a fechá-lo com um estalo. – Parecia um espírito agourento... quem sabe você vai ter que passar por um deles da próxima vez, Harry!
--Provavelmente não – Hermione disse. – Espíritos agourentos são proibidos de perambularem em áreas longe de pântanos e cemitérios. Está no estatuto das criaturas mágicas.
Alguns alunos assentiram para Hermione, e Draco a encarou por um tempo. Seu olhar era indecifrável, mas Harry sabia o que era.
-Era sereaico – Harry comentou, enquanto encarava o ovo. – Não entendi bem o que foi falado, mas não tenho dúvidas de que era sereaico.
-Você sabe sereaico, Harry? – Pansy perguntou espantada.
-Sei – Harry confirmou, e uma conversa eufórica foi iniciada sobre o conhecimento dele.
Harry apenas bebeu calmamente Firewhisky que alguns monitores trouxeram, e ficou trocando beijos com Amanda. Ele observou também Marph e os amigos dela; estavam quietos, branquíssimos.

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Nem sempre a melhor escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora