Capítulo 72

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(N/A: Red Moon porque essa porra é uma delícia de ouvir, ao menos para um débil bucólico e melancólico como eu.)

Harry sentiu seus pés baterem no chão; a perna machucada cedeu e ele caiu para a frente; por fim, sua mão soltou a Taça Tribruxo. Ele ergueu a cabeça.

—Onde estamos? - perguntou.

Adrien sacudiu a cabeça. Levantou-se, ajudou Harry a ficar de pé e os dois olharam a toda volta.

Estavam inteiramente fora dos terrenos de Hogwarts; era óbvio que tinham viajado quilômetros – talvez centenas de quilômetros – porque até as montanhas que rodeavam o castelo haviam desaparecido. Em lugar de Hogwarts, os garotos se viam parados em um cemitério escuro e cheio de mato; para além de um grande teixo à direita podiam ver os contornos escuros de uma igrejinha. Um morro se erguia à esquerda. Muito mal, Harry conseguia discernir a silhueta escura de uma bela casa antiga na encosta do morro.

Adrien olhou para a Taça Tribruxo e depois para Harry.

—Alguém lhe disse que a Taça era uma Chave de Portal? - perguntou.

—Não. - Harry examinou o cemitério. Estava profundamente silencioso e meio fantasmagórico. - Será que isto faz parte da tarefa?

—Não sei – respondeu Adrien. Sua voz revelava um certo nervosismo. - Varinhas em punho, não acha melhor?

—É – disse Harry, satisfeito de que Adrien tivesse sugerido isso por ele.

Os dois puxaram as varinhas. Harry não parava de olhar para todo lado. Tinha, mais uma vez, a estranha sensação de que estavam sendo observados.

—Vem alguém aí – disse de repente.

Apertando os olhos para enxergar na escuridão, eles divisaram um vulto que se aproximava, andando entre os túmulos sempre em sua direção. Harry não conseguia distinguir um rosto; mas pelo jeito que o vulto caminhava e mantinha os braços, dava para ver que estava carregando alguma coisa. Fosse quem fosse, era baixo e usava um capuz que lhe cobria a cabeça e sombreava o rosto. E... vários passos depois, a distância entre eles sempre mais curta – Harry viu que a coisa nos braços do vulto parecia um bebê... ou seria meramente um fardo de vestes?

Harry baixou ligeiramente a varinha e olhou para Adrien ao seu lado. O garoto lhe respondeu com um olhar intrigado. Os dois tornaram a se virar para observar o vulto que se aproximava. Ele parou ao lado de uma lápide alta, a uns dois metros. Por um segundo, Harry, Adrien e o vulto baixo apenas se entreolharam.

—Mate outro – uma voz arrastada e seca falou. Vinha do embrulho nas mãos do vulto.

Harry arregalou os olhos quando o vulto ergueu a mão direita segurando uma varinha branca e alongada e falou "Avada Kedavra", enquanto apontava para Adrien. Se jogou na frente do irmão, e ergueu um muro de terra vinda do chão balançando a varinha.

—Adrien, para trás! - gritou, e a parede de terra caiu. O vulto balançou a varinha novamente e dessa vez um feixe de luz amarelado saiu dele. - Protego! Ossox!

De sua varinha saiu um feixe de luz violeta, que foi desviado pelo vulto usando a varinha branca. Sob o capuz seu rosto se contorceu, e Harry viu que se tratava de Peter Pettigrew, o Rabicho.

—Você! - falou furioso, e passou a lançar uma série de feitiços. Peter se defendia com dificuldade, mas ainda conseguia.

Adrien estava paralisado atrás de Harry. Ele acabara de ser alvo da Maldição da Morte – de novo, pontuou –, e isso o deixou em choque. Observava sem emitir um pio sequer o seu irmão duelando. Viu, com assombro, quando Harry caiu no chão após lançar uma maldição – era óbvio que era uma – e passou a respirar pesadamente.

Nem sempre a melhor escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora