Capítulo 10

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O Natal se aproximava. Certa manhã em meados de dezembro, Hogwarts acordou coberta com mais de um metro de neve. O lago congelou e os gêmeos Weasley receberam castigo por terem enfeitiçado várias bolas de neve fazendo-as seguir Quirrell aonde ele ia e quicarem na parte de trás do seu turbante. As poucas corujas que conseguiam se orientar no céu tempestuoso para entregar correspondência tinham de ser tratadas por Hagrid para recuperar a saúde antes de voltarem a voar.

Tudo estava tão frio que névoa se formava a partir do ar espirado. A aula de Poções, a pior para muitos, ficou ainda mais desagradável pelo frio, que já era normal lá e que mais que redobrou. Todos os alunos do primeiro ano estavam bem próximos de seus caldeirões, para poderem receber um pouco de calor enquanto realizavam as poções. Snape e Harry eram os únicos que não pareciam nem um pouco incomodados, com Snape plantado bem firme na frente da sala com suas roupas bem negras nem sequer um pouco esbranquiçadas com a friagem (que fazia gelo criar sobre as roupas se ficassem parados muito tempo) e Harry nem sequer tremendo, mesmo com uma camada branca leve sobre suas roupas e com seus óculos meio rígidos pela fusão.

Quando deixaram as masmorras ao final da aula de Poções, encontraram um grande tronco de pinheiro bloqueando o corredor à frente. Dois pés enormes que apareciam por baixo do tronco e alguém bufando alto denunciou a todos que Hagrid estava por trás dele.

– Oi, Rúbeo, quer ajuda? – perguntou Rony, metendo a cabeça por entre os ramos. Ele e Adrien eram os primeiros a saírem das aulas de poções.

– Não, estou bem, obrigado, Rony.

– Você se importaria de sair do caminho? – Ouviu-se a voz arrastada e seca de Draco atrás deles. – Está tentando ganhar uns trocadinhos, Weasley? Vai ver quer virar guarda-caça quando terminar Hogwarts. A cabana de Rúbeo deve parecer um palácio comparada ao que sua família está acostumada.

Rony avançou para Draco justamente na hora em que Snape subia as escadas.

– WEASLEY!

Rony largou a frente das vestes de Draco.

– Ele foi provocado, Prof. Snape – explicou Hagrid, deixando aparecer por trás da árvore a cara peluda. – Draco ofendeu a família dele.

– Seja por que for, brigar é contra o regulamento de Hogwarts, Hagrid – disse Snape, insinuante. – Cinco pontos a menos para Grifinória, Weasley, e dê graças a Deus por não ser mais. Agora, vamos andando, todos vocês.

Draco, Crabbe e Goyle passaram pela árvore com brutalidade, espalhando folhas para todo lado com sorrisos nos rostos.

– Eu pego ele – prometeu Rony, rilhando os dentes às costas de Draco –, um dia desses, eu pego ele.

– Odeio os dois – disse Adrien. – Draco e Snape.

Os dois grifinórios então saíram, subindo as escadas para o térreo.

-Onde está o espírito de Natal? – Hagrid perguntou resmungando e subiu para o térreo.

-Harry – Theodore sussurrou para ele. – Eu ouvi Adrien murmurando com o Weasley sobre algo estar escondido no terceiro andar.

-E? – Harry perguntou com uma sobrancelha arqueada, enquanto subia para o térreo com os amigos.

-Você não acha que devemos investigar? Sabe, e se for um item mágico muito poderoso? – Theodore falou, com ganância muito óbvia no olhar.

Harry ficou pensativo; será que seu irmão se referia ao que estava dentro daquele pacote caroçudo que Hagrid apanhou em Gringotes quando fez compras com ele?

-Verei durante o recesso e conto a vocês – Harry falou com a voz arrastada. O frio prejudicara suas cordas vocais, mas ele ainda não aparentava estar incomodado com a temperatura (enquanto Theodore e Daphne estavam bem encolhidos).

Nem sempre a melhor escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora