Harry não estava irritado; não, não estava nem sequer aquecido. Estava apenas decepcionado e aborrecido.
Hagrid, o guarda-caças de Hogwarts, a escola de magia e bruxaria dirigida por Algo Dumbledore, lhe contou sobre sua história, sobre seus pais. Explicou o porquê dele estar nos Dursley. Não gritou, não esperneou, nem emitiu uma palavra. Ficou em silêncio absoluto, pensando profundamente. Todos o encaravam atentos, esperando alguma reação. Ela não veio. Hagrid supôs ser o choque pelas revelações, os Dursley pela anormalidade dele ser maior que a dos outros.
Ele admite que sentiu raiva por um momento de seus pais, mas ela então passou. Se virou para encarar os Dursley.
-Vocês se acham superior a eles – Harry declarou, com a atenção de Petúnia e Válter, que estavam assustados demais para não ouvirem. – Lamento informá-los, mas não estão nem um palmo acima.
Harry, então, se levantou. Rúbeo o encarava. Ele pareceu não ter ouvido o que falou, e se ouviu pareceu não entender.
-Aceito, Rúbeo.
O homem se levantou do sofá que havia se sentado (ocupando-o todo no processo), o encarando sorrindo.
-Eu não aceito isso! – Válter falou raivoso. – Você não vai para esse lugar de loucos! Eu o proíbo!
Harry virou-se devagar, e pareceu deslizar até Válter, que se assustou ao se separar com o sobrinho próximo a si.
-Cale a boca, trouxa – Harry sussurrou de forma fria. Hagrid havia lhe explicado o que o termo significava.
Válter ficou vermelho, mas se encolheu de medo. O garoto falou de forma fria, como nunca falara antes com ele. Parecia pronto para machucá-lo com a sua anormalidade.
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– É aqui – disse Hagrid parando. – O Caldeirão Furado. É um lugar famoso.
Era um barzinho sujo. Se Hagrid não o tivesse apontado, Harry nem teria reparado que existia. As pessoas que passavam apressadas nem olhavam para aquele lado. Os olhos delas corriam da grande livraria a um lado à loja de discos no outro como se nem conseguissem ver o Caldeirão Furado.
Eles haviam chegado ali após uma longa viagem por Londres. Saíram da ilhota para onde Válter o arrastou e foram até uma estação na cidade próxima. Pegaram o trem para Londres, e chegando lá pegaram o metrô para o centro da cidade.
– O de sempre, Hagrid?
– Não posso, Tom, estou a serviço de Hogwarts – disse Hagrid, dando uma palmada com a manzorra no ombro de Harry, o que fez os joelhos do garoto dobrarem.
O homem apenas assentiu, e Hagrid e Harry andaram para o fundo das lojas. Ficaram em frente a uma parede de tijolos, e Hagrid contava entrementes os tijolos.
– Três para cima... dois para o lado... – murmurou. – Certo, chegue para trás, Harry.
Ele bateu na parede três vezes com a ponta do guarda-chuva. E o tijolo que tocou estremeceu, então torceu-se. No meio apareceu um buraquinho, que se foi alargando cada vez mais. Um segundo depois se viram diante de um arco bastante grande até para Hagrid, um arco que abria para uma rua de pedras irregulares, serpeava e desaparecia de vista.
– Bem-vindo – disse Hagrid – ao Beco Diagonal.
Ele riu do susto de Harry. Atravessaram o arco. Harry deu uma espiada rápida por cima do ombro e viu o arco encolher instantaneamente e virar uma parede sólida.
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Nem sempre a melhor escolha
FanfictionNo dia 31 de outubro de 1981 algo sublime ocorreu: o Lorde das Trevas, Voldemort, caiu perante Adrien Potter. Isso, contudo, não acabou com os problemas; os Comensais da Morte que ainda existiam e eram fiéis a Voldemort atacaram constantemente os...