Capítulo 9

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Quando entrou novembro o tempo esfriou muito. As serras em torno da escola viraram cinza- gelo e o lago parecia metal congelado. Toda manhã o chão se cobria de geada. Hagrid era visto das janelas dos andares superiores do castelo degelando vassouras no campo de quadribol, enrolado num casacão de pele de toupeira, com luvas de coelho e enormes botas de castor.

A temporada de Quadribol começaria no sábado, um dia em que todos poderiam comparecer para assistirem o jogo. E, de praxe, os lufanos estavam organizando uma festa em seu salão comunal para ocorrer sexta-feira, igual todos os anos. Isso deixou as outras casas eufóricas.

Harry lera Hogwarts, uma história e viu lá toda a energia que circunda as festas lufanas. Leu que elas são tão agradáveis, o clima nelas é tão pacífico que até mesmo os mais fervorosos grifinórios e sonserinos poderiam festejar pacificamente uns com os outros.

Quase todo mundo ia. Sempre haviam aqueles pontos que ficavam de fora do “quadro”. Draco Malfoy, que não entendia a regra implícita de “não machuque os lufanos” existente na Sonserina (já que os texugos e as cobras mantém boas relações há séculos), ficou de fora. Não só ele, mas Adrien Potter também. O garoto vivia fazendo “brincadeiras” com os lufanos, machucando muitos deles. Neville era a principal vítima.

-Denuncie! – Ernie Macmillan falou um dia para o amigo, que se encolheu.

-Não vai dar em nada – o garoto de rosto redondo falou tristonho, bebendo em seguida a poção que levaram para ele. Havia ficado preso na torre das corujas, com o frio de novembro o afetando por horas até ser achado.

Eles estavam revoltados; não importa o que Adrien aprontasse, ele sempre se safava. Foi-se fofocado outro dia que ele havia sido pego tentando invadir a porta existente no lado esquerdo do corredor proibido do terceiro andar, e que não sofrera nada, a não ser uma detenção de dois dias. Minerva havia dito que fez isso porque eles alegaram ter apenas se perdido.

Os lufanos estavam começando a ficar ressentidos com os grifinórios, e isso abalou, por exemplo, o número de leões convidados para a festa. Normalmente chamavam pelo menos setenta porcento da casa, mas agora não chamaram nem metade da metade. Eles viram que quase todos eram coniventes com Adrien, então resolveram ignorar todos. Isso gerou desespero na casa vermelho-dourado; todos perguntaram em diferentes momentos aos lufanos porque não foram convidados, e receberam o silêncio como resposta.

Os sonserinos, em contramão, foram quase que todos chamados, excluindo apenas Draco e um grupo semelhante a ele. Harry achou graça da expressão que o loiro fizera quando não recebeu um convite de Aleister Crawford, o líder da Sonserina, que havia recebido cartas com convites dos lufanos e que era responsável por distribui-los. Harry foi o primeiro a receber; seu nome estava no topo da pilha de cartas. Muitos o encararam com inveja; ter preferência dos lufanos era como ganhar um caldeirão de ouro.

Harry leu a carta que acompanhava o convite e sorriu ao reconhecer a letra. Neville que a escrevera. Estava tremida, então supôs que o garoto deve tê-la escrita em algum lugar que fazia frio.

Daphne e Theodore também foram convidados, e resolveram ir juntos. Mais tarde souberam que Hermione também havia sido convidada (ela e Neville ficaram bastante amigos durante as aulas de herbologia, e ela ajudava ele e seus amigos nos deveres), e decidiram os quatro ir juntos. Daphne também decretou que ajudaria Hermione a escolher um boa roupa. A garota de cabelos espessos tentou negar, mas a amiga não dera espaço para ser contestada.

Eles andaram até a mesa da Sonserina e sentaram-se, começando a tomar café. Conversaram sobre algumas coisas, até que Harry reparou algo; ele não havia visto às horas que deveriam ir para o salão Comunal da Lufa-Lufa. Tirou a carta do bolso interno de seu blazer e antes que pudesse lê-la ela foi puxada de sua mão. Se virou e viu que Adrien tinha a puxado, e estava vermelho de irritação.

Nem sempre a melhor escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora