Capítulo 7

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Snape entregou os horários dos sonserinos na mesa deles no salão principal após chegarem. Não era nem seis e meia da manhã quando toda a casa já estava reunida.

Harry analisou seus horários; Daphne e Theodore estavam do seu lado, comentando algo sobre o desgosto de ter a maioria das aulas com os grifinórios. 

Harry não pensava que seriam boas, ele realmente não gosta da gritaria espalhafatosa grifinória, mas não se importava. Bastava ignorá-los, como fazia na escola trouxa.

Apreciou as aulas; Flitwick, embora fosse bem miudinho e falasse demais a teoria, ainda era uma boa pessoa. Ele tirava todas as dúvidas de forma paciente e bem didática. Harry não abusara da boa vontade do homem de explicar, mas outra pessoa o fazia: Hermione Granger. A garota se mostrou muito irritante, perguntando várias coisas que as vezes nem tinha haver com a aula. Alguns professores pareceram se irritar com isso, mas ela não ligava.

Na quarta-feira teve aula de astronomia, na torre no lado oeste da escola, com a Lufa-Lufa. Ele conversou com Neville e com os amigos que ele fez, Susan Bones, Ana Abbot e Ernie Macmillan. Esses três pareciam receosos perto de Harry e os outros dois sonserinos, mas após alguns minutos já pareciam acostumados com eles, e conversavam. Harry ficou contente ao ver Neville bem. Neville lembrava a ele próprio, e, embora não se importe totalmente com o garoto, ele achava agradável saber que ele estava bem. 

As aulas de feitiço eram curiosas; o professor Flitwick era um homem miudinho, que precisava ficar sobre uma pilha de livros para poder ser visto pela classe de seus assentos. Ele explicava de forma muito agradável e compreensível, embora não permitisse a prática.

As aulas de transfiguração foram, de certa forma, incômodas para Harry. Era feita em conjunto com a Grifinória (foi a primeira aula, na verdade), e isso incomodou muito Harry. Minerva, contudo, era bem severa. Na primeira aula ela disse:

– A Transfiguração é uma das mágicas mais complexas e perigosas que vão aprender em Hogwarts. Quem fizer bobagens na minha aula vai sair e não vai voltar mais. Estão avisados.

Transformou, então, a mesa em porco e de volta em mesa.

Ela encarava, pelo canto dos olhos, os sonserinos, como se esperasse que eles fizessem algo. Isso fez Harry estreitar os olhos, e a mulher caiu muito em sua avaliação pessoal.

Ela deu um palito de fósforo para cada um, e explicou o que fariam; deveriam transformar o objeto em uma agulha. Ela lhes mostrou o movimento de varinha e o encanto.

Harry pegou sua varinha no coldre (ganhando a atenção de quem viu por um momento pela sua estranha varinha branca e alongada) e apontou com ela para o palito de fósforo. Ele murmurou as palavras e realizou o movimento (um leve corte vertical de cima para baixo), mas nada ocorreu. Então, se lembrou do que lera: magia é intenção. Apontou novamente para o palito e murmurou o encanto, realizando o movimento e querendo que o objeto virasse uma agulha. Então, literalmente em um passe de mágica, o palito ficou rígido e prateado, e pareceu se afinar mais. Um buraco alongado e fino se criou na ponta de cima, e na ponta de baixo o corpo prateado se afinou, fazendo uma haste afiada.

-Muito bem, Sr. Potter sonserino – Minerva falou sorrindo. Era chamado como "Sr. Potter sonserino", e Adrien de "Sr. Potter grifinório". – Dez pontos para a Sonserina. Agora, tente transformá-lo de novo em fósforo. É o mesmo feitiço, mas com o movimento inverso.

Harry, então, assim o fez. O corpo ficou amarelado e engrossou; o buraco alongado na ponta de cima deixou de existir, dando lugar a uma parte meio áspera vermelha. A haste afiada sumiu também, dando lugar a uma parte de madeira quadrada.

-Mais cinco pontos – Minerva acrescentou, sorrindo. Harry não ligou; tinha certeza que ela não gostou de pontuar a Sonserina.

Foram três vezes a uma das estufas de Hogwarts, tendo aula com a diretora da Lufa-Lufa, a prof.ª Sprout. Ela é uma mulher gordinha, que quase sempre estava suja de terra. Harry pensou qual seria a reação de tia Petúnia ao ver as unhas da mulher, malfeitas e quase sempre com terra.

Nem sempre a melhor escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora