No dia seguinte, Tom acordou Harry, com o seu habitual sorriso banguela e uma xícara de chá. O garoto se vestiu, e tentava convencer uma mal disposta Edwiges a entrar na gaiola quando Kingsley irrompeu no quarto, enquanto ajeitava sua boina.
-Preparado, Harry? – o homem perguntou.
-Sim, só vou tomar café – Harry disse, enquanto se levantava com um pouco de dificuldade.
Kingsley riu dele, dando um tapa nas suas costas. O garoto soltou um grito alto, e seus olhos quase saltaram das órbitas.
-Kingsley! – o garoto gritou, furioso. O homem apenas ria.
-Eu avisei que não era uma boa ideia, e Andy disse que ia doer muito – o homem falou, divertido. Harry apenas choramingou infantilmente.
Ele realmente fez a tatuagem no dia anterior. Estava no calor da emoção, então só foi se arrepender quando chegou no Caldeirão Furado. Havia tatuado uma cobra em suas costas com um frase em vermelho em baixo dela, então a parte de trás do seu corpo estava ardendo de forma infernal e estava muito dolorida. Andy, a tatuadora de aspecto de ser muito marrenta, havia lhe avisado, mas o lado grifinório de Harry aflorou e ele disse que não tinha problema.
-Vamos, vamos. Não pode perder o café. – Kingsley falou enquanto pegava a bagagem de Harry. Edwiges havia finalmente entrado na gaiola, fechando a portinha.
Harry havia pedido para Kingsley levá-lo a King's Cross, na noite passada. Eles estavam no bar, e Harry estava conversando com algumas pessoas enquanto bebia cerveja. Kingsley chegou para pará-lo; disse que o garoto acabaria perdendo o fígado desse jeito, mas Harry apenas ignorou e continuou bebendo. Ele já estava meio bêbado quando pediu para Kingsley levá-lo. O homem perguntou o porquê daquele pedido, e Harry apenas murmurou algumas coisas. Kingsley não entendeu, mas Harry disse que queria algum familiar para levá-lo.
Não considerava Kingsley um pai ou um tio, e muito menos um padrinho. Estava mais para um tipo de irmão mais velho, como os que tinha na zona Sul. Nunca se esqueceria dos irmãos Andrews, dois mestiços de pai britânico e mãe italiana. Eles eram muito legais com ele, e sempre o ajudavam quando acabava se metendo em confusão por brincadeiras com as outras crianças.
Desceram as escadas e deram de cara com os Weasley, que comiam em uma mesa próxima ao balcão de Tom e faziam muito barulho. A família de ruivos se instalara ontem no local, e transformaram a paz zoadenta do Caldeirão em um inferno de gritos. Harry se encontrara com Gina, que lhe mostrou insistentemente as fotografias tiradas durante a viagem ao Egito. Rony o encarava muito desconfiado quando ele ficava perto de Gina, e os gêmeos se concentravam em aprontar por aí. Percy estava quase sempre trancado no quarto que dividia com Rony. Sra. Weasley (ou simplesmente Molly) o apertou em abraços, e a mulher agradecia enormemente por ele ter salvo a filha dela no ano passado. Harry ficou bastante envergonhado com o abraço em público. Sr. Weasley (ou simplesmente Arthur) o cumprimentou bem animado, agradecendo como a esposa.
Harry andou até o balcão e se sentaram nos banquinhos. Kingsley colocou o malão e a gaiola de Edwiges no chão, e pediu para Tom seu café. Harry pediu o seu, e logo ambos passaram a comer.
-Ah, Harry, querido – Lilian falou, sorrindo amável. Ela havia acabado de chegar pelo pó de Flu com James, Jasmine e Adrien vindo logo atrás.
--Sim, Lilian? – Harry perguntou enquanto bebia um pouco de café. Kingsley bebia algo um pouco mais forte do lado.
-Viemos te levar para King's Cross. – James falou, se aproximando. Adrien encarava Harry, junto a Jasmine.
-Já tenho carona – o garoto de olhos esmeralda falou, terminando de beber o café. – O ministro designou um carro para me levar, junto a uma junta de aurores.
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Nem sempre a melhor escolha
FanfictionNo dia 31 de outubro de 1981 algo sublime ocorreu: o Lorde das Trevas, Voldemort, caiu perante Adrien Potter. Isso, contudo, não acabou com os problemas; os Comensais da Morte que ainda existiam e eram fiéis a Voldemort atacaram constantemente os...