Nem sempre a melhor escolha

Capítulo 52

Os garotos passaram pelos portões, ladeados por estátuas de javalis alados, e as carruagens subiram o imponente caminho oscilando perigosamente sob uma chuva que parecia estar virando tromba d'água. Curvando-se sobre a janela, Harry pôde ver Hogwarts se aproximando, suas numerosas janelas borradas e iluminadas por trás da cortina de chuva. Os relâmpagos riscaram o céu no momento em que a carruagem parou diante das enormes portas de carvalho, a que se chegava por um lance de degraus de pedra. As pessoas que tinham tomado as carruagens anteriores já subiam correndo os degraus para entrar no castelo; Harry, Daphne, Theodore e Hermione saltaram da carruagem, com Harry e Hermione dividindo um guarda-chuva e Theodore e Daphne dividindo outro, e correram escada acima, parando para olhar só quando atingiram o cavernoso saguão de entrada iluminado por archotes, com sua incrível escada de mármore.

-Droga – gemeu Theodore, enquanto sacudia os pés. – Droga, a água encharcou meus pés... Se continuar assim o lago vai transbordar... ARRE!

Um balão vermelho e cheio de água caiu na cabeça de Theo, estourando e molhando o garoto, que até então tinha conseguido bravamente fugir da chuva com o guarda-chuva e resguardar suas roupas do líquido que caía ferozmente do céu. Theo cambaleou resmungando e esbarrou em Harry na hora em que outro balão caiu, errando Hermione por pouco – mas o balão se estatelou no chão e a água respingou nos tênis de Harry, uma água fria que encharcou suas meias e tênis. As pessoas próximas soltaram gritinhos e começaram a se empurrar para saírem da linha do tiro. Harry olhou para o alto e viu, flutuando seis metros acima, Pirraça, o Poltergeist, um homenzinho de chapéu em forma de sino e gravata-borboleta cor de laranja, o rosto malicioso contorcendo-se de concentração para tornar a fazer mira.

-PIRRAÇA! – berrou uma voz zangada. – Pirraça, dessa já aqui, AGORA!

A prof.ª McGonagall saiu correndo do Salão Principal; ela escorregou no chão, e agarrou Hermione pelo pescoço para evitar cair.

--Ai... Desculpe, Srta. Granger...

-Tudo bem, professora – ofegou Hermione, massageando o pescoço.

-Pirraça, desça aqui AGORA! – Minerva bradou, ajeitando o chapéu na cabeça e olhando feio para o Poltergeist atrás dos seus óculos de aros quadrados.

-Não estou fazendo nada! – gargalhou Pirraça, disparando um balão em um grupo de garotas do quinto ano, que gritaram e saíram correndo para o Salão Principal. – Já molharam as calças, foi? Que inconveniente! Ihhhhhhhhhh! – e mirou mais um balão em um grupo de alunos do segundo ano que acabara de chegar.

Harry, vendo que eram suas cobras, tirou rapidamente a varinha do coldre e fez um gesto no ar. O balão de Pirraça estourou na mão dele, o molhando. O espectro se virou com raiva para Harry ao perceber que ele que fizera o feitiço que estourou seu balão, e quando ameaçou atirar um balão em Harry (o espectro carregava um balde cheio deles), um jato de água lhe acertou o lado da cabeça. Era a água que estava nas roupas de Theodore. O homenzinho tornou a erguer o braço, e levou outro jato. Dessa vez o dos sapatos de Theodore. Furioso, ergueu o balde e tentou jogar tudo em Harry, mas sobre sua cabeça o fundo do balde sumiu e os balões caíram todos em cima de si. Furioso, jogou o balde com violência no chão e saiu voando pelo teto. Harry, não querendo perder a oportunidade, fez com que a água de seus tênis e de suas meias acertasse Pirraça mesmo dentro do nariz pouco antes do espectro sumir. Pôde ouvi-lo lhe xingando.

-Para o Salão Principal, vamos! – a prof.ª McGonagall falou eficiente, guiando os alunos para o Salão Principal.

Harry, Theo, Mione e Daph deslizaram pelas portas de folhas duplas à direita, com os pequenos alunos do segundo ano agradecendo Harry pela ajuda. Ele apenas sorriu para eles, e os guiou para a mesa da Sonserina. Ele, Theo e Daph se despediram de Mione, que se guiou para a mesa da Grifinória. Harry tratou de cumprimentar todos os alunos da Sonserina, que estranhamente pareciam estar querendo todos cumprimentá-lo.