Capítulo 51

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Harry não diria que se sentia triste em voltar para Hogwarts; ele, na verdade, adorava a ideia de voltar para o castelo da escola de magia e bruxaria britânica, mas ele estava sentindo, pela primeira vez na vida, o sentimento de tristeza pelo fim das férias.Ele passou as duas últimas semanas com os Weasley, e poderia tranquilamente dizer que fora melhor do que todos os seus anos nos Dursley. A Sra. Weasley o tratava muito bem, assim como o resto da família. Ele se divertiu muito acampando com Rony e Gina, produzindo coisas com os gêmeos (a Sra. Weasley faltou puxar as orelhas dele enquanto brigava com os gêmeos sobre estarem levando ele para o mal caminho), discutindo com Percy sobre assuntos referentes as funções do ministério (embora Harry pensasse que Percy estava se divertindo muito mais que ele), cozinhando com a Sra. Weasley e conversando com o Sr. Weasley. Ele também se lembrava de seu tempo com Bellatrix e Tom; quase conseguia ouvir os risos loucos da mulher enquanto eles fugiam de alguém no Beco Diagonal ou na Travessa do Tranco, quando se aventuravam em algum momento, e ouvia os resmungos de Tom enquanto ele fazia fisioterapia.
Quando Harry desceu junto a Rony, Fred e Jorge e pisaram no primeiro piso, em direção a cozinha, a Sra. Weasley apareceu no pé da escada.

-Arthur! - a mulher gritou para cima. - Arthur! Mensagem urgente do ministério!

Harry se achatou contra a parede quando o Sr. Weasley desceu correndo as escadas, com as roupas de trás para frente. Quando ele e as outras crianças chegaram na cozinha eles viram a Sra. Weasley correndo de um lado para o outro, abrindo as gavetas dos armários meio eufórica.

-Uma pena, tenho certeza que tinha uma pena por aqui... - a mulher falou, revirando as gavetas.

Harry piscou. Na lareira estava a cabeça de Amos Diggory flutuando sobre as chamas, como um ovo barbado. Ele falava muito rápido.

-... os trouxas que moram perto ouviram gritos, e chamaram... qual é mesmo o nome?... a plícia. Arthur, você tem que ir lá...

-Tome! - disse a Sra. Weasley, entregando para o Sr. Weasley um pedaço de pergaminho, uma pena e um tinteiro.

-Foi sorte eu ter sabido disso - a cabeça de Amos disse. -, eu ouvi quando cheguei no ministério, e encontrei um pessoal do Departamento de Uso Indevido da Magia de saída... se a Skeeter souber disso, Arthur...

-O que foi que o Olho-Tonto disse? - o Sr. Weasley perguntou, enquanto molhava a ponta da pena dentro do tinteiro e se preparava para escrever.

-Disse que ouviu gente no jardim. Que vinham sorrateiros, mas foram atacados por lixeiras. - Amos falou enquanto revirava os olhos.

-O que as latas de lixo fizeram? - o Sr. Weasley perguntou enquanto escrevia freneticamente.

-Saíram voando, fazendo muito barulho e espalhando lixo para todo lado - Amos disse. - Uma delas saiu voando solta quando a plícia chegou.

O Sr. Weasley gemeu.

- E o que aconteceu com os intrusos?

- Arthur, você conhece Olho-Tonto - disse a cabeça tornando a revirar os olhos. - Alguém andando pelo jardim dele na calada da noite? Mais provavelmente era algum gato com neurose de guerra vagando por ali, coberto de cascas de batatas. Mas se o pessoal do Uso Indevido da Magia puser as mãos em Olho-Tonto, ele está perdido, pense na ficha dele, temos que livrá-lo com uma acusação menos séria, alguma coisa no seu departamento, qual é a penalidade para explosão de latas de lixo?

- Talvez uma advertência - respondeu o Sr. Weasley, ainda escrevendo muito depressa, a testa vincada. - Olho-Tonto não usou a varinha? Não chegou a atacar ninguém?

- Aposto que ele pulou da cama e começou a enfeitiçar tudo que conseguiu alcançar pela janela, mas daria muito trabalho provar isso, não houve nenhuma vítima.

Nem sempre a melhor escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora