Capítulo 29

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(N/A: último capítulo da temporada. :3)

Harry se viu parado no fim de uma câmara muito comprida e mal iluminada. Altas colunas de pedra entrelaçadas com cobras em relevo sustentavam um teto que se perdia na escuridão, projetando longas sombras negras na luz estranha e esverdeada que iluminava o lugar.

Era um lugar que, para ele, era lindíssimo. Adrien, por outro lado, tremia de medo ao seu lado. Ele riria disso se a situação fosse outra.

Avançou por entre as colunas serpentinas com Adrien atrás de si e com a varinha erguida. Cada passo cauteloso ecoava alto nas paredes sombreadas. Mantiveram os olhos semicerrados, prontos para fechá-los depressa ao menor sinal de movimento. As órbitas ocas das cobras de pedra pareciam segui-los.

Então, quando se emparelharam com o último par de colunas, uma estátua alta como a própria Câmara apareceu contra a parede do fundo. Harry teve que esticar o pescoço para ver o rosto gigantesco lá no alto. Era antigo e simiesco, com uma barba longa e rala que caía quase até a barra das vestes esvoaçantes de um bruxo de pedra, onde havia dois pés cinzentos enormes apoiados no chão liso da Câmara; era uma estátua descomunal de Slytherin. E entre os pés, de bruços, jazia um pequeno vulto de cabelos flamejantes vestido de negro.

– Gina! – murmurou Harry, correndo para ela e se ajoelhando. – Gina... não esteja morta... por favor não esteja morta... – Harry implorou, enquanto pegava a garota nos braços para sacudi-la. Adrien se ajoelhou do seu lado, deixando a varinha no chão.

– Ela não vai acordar – disse uma voz indulgente.

Harry se sobressaltou e se virou ainda de joelhos. 

Um garoto alto, de cabelos negros, o observava encostado à coluna mais próxima. Tinha os contornos estranhamente borrados, como se Harry o estivesse vendo através de uma janela embaçada.

--Tom... Tom Riddle? – Adrien perguntou, chocado.

O garoto confirmou com a cabeça.

– Que é que você quer dizer com “ela não vai acordar”? – perguntou Adrien, desesperado. – Ela não está... não está...?

– Ainda está viva – disse Riddle. – Mas por um fio.

Adrien ficou mais desesperado, e Harry encarava o garoto que surgira ali. Seus olhos estavam arregalados. Ele não acreditava, não podia ser ele.

-Tommy? – falou baixinho, tão baixo que apenas chamou a atenção de Adrien e Riddle, mas eles não entenderam o que falara.

Não há ia dúvidas; era Tommy. Uns anos mais velho e usando vestes de Hogwarts, mas definitivamente era Tommy. Mas...como? Como aquele garotinho conseguiu sair de seus sonhos?

-Sabe, esperei bastante tempo para falar com você, Adrien Potter – Riddle falou com um sorriso agradável.

--Tom, não temos tempo, tem um basílisco por aqui, precisamos fugir – Adrien falou, tentando levantar Gina. Ela estava no colo de Harry.

-Ele não virá sem ser chamado – o adolescente mais velho e meio turvo disse, com um sorriso suave.

Harry, por fim, voltou a realidade. Um olhar cauteloso perpassou seu rosto. O garoto não disse algo muito comum. Adrien pareceu pensar o mesmo que ele (o que deixou Harry contente; o garoto não era burro a esse ponto).

-Como Gina ficou assim? – Adrien perguntou lentamente.

– Bom, essa é uma pergunta interessante – disse Riddle em tom agradável. – E uma história bastante comprida. Suponho que a razão de Gina Weasley estar assim é porque abriu o coração e contou todos os seus segredos para um estranho invisível.

Nem sempre a melhor escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora