Harry James Potter não era uma pessoa normal; isso, é claro, ia muito além do físico dele, muito perturbado com cicatrizes e de forma muito inadequada para sua idade. Vai para sua personalidade.
Ele cresceu em um lar abusivo, mas mesmo nesse lugar sombrio ele conseguia ver luz de alguma forma ao seu redor. Primeiro com Joana, depois com Christina e depois com toda a zona Sul. Essa dicotomia infelicidade x felicidade o fez crescer rápido. Pode-se dizer que ele é muito mais que uma simples criança, e, para o bem ou para o mal, é a realidade.
Ele aprendeu a esperar coisas improváveis; sua própria vida era um exemplo disso. Quão improvável é para um garotinho pobre e de vida sofrida conseguir amigos e um pouco de alegria ao mesmo tempo?
Sabia reconhecer coisas impossíveis (como Duda fazendo ginástica ou Petúnia deixando de ser fuxiqueira), mas também sabia do quão provável é a ocorrência de algo improvável.
Por exemplo, ele nunca esperou encontrar Camille novamente após tantos anos, e muito menos que fosse no Caldeirão Furado com ela sendo reconhecida como uma bruxa (e meia criatura mágica também) e filha de um grande político bruxo francês. Também não esperava que ela se chamasse, na realidade, Fleur Delacour, e nem que estudasse na escola de magia da França, a Academia Beauxbatons. Contudo, lá no fundo, ele se forçou a acreditar que aquilo era apenas um evento improvável que acabou ocorrendo.
-Ah, Harry, mas o que faz aqui? – Perséfone (ou Apolline, como acabara de descobrir) perguntou, curiosa. – Por que não está com os Dursley?
Fudge jazia esquecido em sua cadeira, sem local de fala. Não se levantara ainda por questão de educação, e não reclamara por atenção por medo de incomodar os convidados franceses. Harry, que não ligava nem um pouco para o incomodo do homem e os olhares fuzilantes que este lhe guiava, respondeu a Sra. Delacour:
-Ah, houveram alguns pequenos problemas – o garoto disse, suave. Ele já havia aceitado essas novas informações sobre Fleur e sua família. Ainda estava bastante surpreso, mas já se acostumara com a ideia. Afinal, a garota não era exatamente mais um pilar na mente dele. – Tivemos um pequeno desentendimento, então estou me hospedando aqui no Caldeirão Furado por enquanto. O ministro me deu permissão, e cuidou de minha instalação.
Harry acenou levemente para o ministro, que recebeu os olhares da família Delacour. Eles pareciam satisfeitos, e o homem corou.
-Ah, olha a hora! – Jean, o monsieur Delacour, disse enquanto olhava a marcação do tempo em um relógio de bolso dourado. – Desculpem-nos, mas devemos nos recolher. Até amanhã, ministro, e até amanhã, Harry.
-Até amanhã, Jean. – Harry se despediu dele e de Apolline. Fleur também se despediu, e beijou a bochecha do garoto. Ele sorriu levemente; já faziam anos que ele não recebera um beijo na bochecha. Era estranho e nostálgico, e mexia um pouco (talvez mais do que ele quisesse admitir) consigo.
Vitória (agora Gabrielle) vira como Harry reagiu ao beijo da irmã mais velha, então, querendo deixar o garoto contente, beijou a outra bochecha dele. Diferentemente do esperado, ele riu, e fez um cafuné leve na cabeça da garota.
Cada um seguiu para seus aposentos, e Fudge saiu do bar pelo flu.
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-Por que eles tão irritantemente vem aqui todos os dias? – Jean perguntou, curioso, para Harry. James e Lilian haviam acabado de sair do bar, após Harry os evitar por uma hora.
O garoto estava há uma semana com os Delacour no Caldeirão Furado. Haviam se reconectado; Harry contara sobre sua vida nos últimos anos (ocultando, é claro, as partes mais tristes) e só de como era Hogwarts. Fleur falava sobre como era Beauxbatons, e contou sobre como fora sua vida até ali. Eles também estavam saindo bastante juntos; Harry percebeu que, infelizmente, a obsessão das mulheres Delacour por moda ainda se mantinha bem viva e intensa, se não mais do que antes. Elas forçaram nele dezenas de roupas em madame Malkin, e quando não faziam isso elas o obrigavam a ficar com elas por horas para avaliar suas roupas.
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Nem sempre a melhor escolha
FanficNo dia 31 de outubro de 1981 algo sublime ocorreu: o Lorde das Trevas, Voldemort, caiu perante Adrien Potter. Isso, contudo, não acabou com os problemas; os Comensais da Morte que ainda existiam e eram fiéis a Voldemort atacaram constantemente os...