Capítulo 22

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Harry estava ao ponto de amaldiçoar alguém. E não, não seria uma azaração leve, mas sim uma maldição bem forte.

Ele está há dias sem dormir direito, muito concentrado em suas experiências. Ele havia obtido sucesso na preparação do soro do Veritaserum após dezessete falhas, mas enquanto espera os vinte e oito dias passarem para terminar a poção, ele percebeu que o recipiente havia sido violado, e a poção, contaminada.

No livro dizia que deveria ser posta em local escuro e de preferência úmido. Harry colocou a poção em um barril escondido em uma parte do laboratório. Contudo, nessa manhã, quando foi checar o estado do barril, viu que a madeira havia sido furada. Analisou o furo e viu que fora feito por um rato.

Furioso, o garoto quebrou de vez o barril, o que fez o líquido que ainda estava no interior espirrar pelos lados. Ele era bem ácido em decorrência das plantas, e queimaram levemente as superfícies que tocaram. A mão de Harry, que recebeu algumas gotas, teve pele queimada. Não se incomodou, tamanha era a fúria pela falha.

Saiu do laboratório fumegando, e o resto das aulas não fora melhor; teve que aturar Lockhart por duas horas, e depois foi submetido a um exame de transfiguração. Não se saiu mal, é óbvio, mas Minerva estava grudada em cima dos sonserinos, vendo se não estariam colando. Os grifinórios, por sua vez, recebiam olhares severos mas não tão intensos e tão atentos quanto os sonserinos. Harry viu alguns colando, e se enfureceu ainda mais. Ele terminou a prova o mais cedo que pôde, e saiu logo da sala, sem nem esperar seus amigos. Minerva viu preocupada o estado perturbado do garoto, mas não falou nada.

Harry, que tinha a cabeça latejando e a mão ardendo desgraçadamente, foi para a enfermaria. Lá, ele viu seu irmão ainda deitado em uma cama, e, em outro bem mais afastada, viu o corpo petrificado de Colin Creevey. Se lembrou, então, das coisas que ouviu na hora do café.

Estava circulando o boato de que Adrien havia petrificado Colin após o garotinho ter ido tentar invadir a enfermaria para poder tirar uma foto dele. Harry disse que a história faria sentido se pudesse explicar uma coisa: como Adrien, que estava sem os ossos do braço dominante, poderia fazer algum mal a Colin.

Aliás, também se irritou bastante com algo que acontecera (ou não acontecera dois dias atrás): o baile anual da Lufa-Lufa não foi realizado. Houve muitos choramingos, e foi-se explicado que os lufanos queriam resguardar-se em segurança esse ano, já que o herdeiro de Slytherin estava a solta.

Compreendeu o ponto deles, mas ainda estava bastante irritado; ele queria festejar, ele queria relaxar. Estava sob estresse a semanas, então a festa seria uma boa opção para poder relaxar.

Sua cabeça latejou mais uma vez, e logo foi atendido por madame Pomfrey. A mulher lhe deu uma poção para dor e ele a engoliu de uma só vez, recebendo um olhar surpreso da mulher. Perguntou porque ela o encarara assim, tendo como resposta:

-É que ninguém nunca toma o remédio por vontade própria – a enfermeira disse. – E ninguém toma sem retorcer um pouco a cara.

Harry deu de ombros, saindo da enfermaria em seguida.

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Harry, ao ver Lockhart subir no palco posto no meio do Salão Principal, soltou um largo suspiro e levou a mão a testa. Como, em nome de Ptolomeu, esse homem conseguiu ter autorização para dar aulas em um clube de duelos?

Lockhart acenou um braço pedindo silêncio e disse em voz alta:

– Aproximem-se, aproximem-se! Todos estão me vendo? Todos estão me ouvindo? Excelente!

Nem sempre a melhor escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora