Outubro chegou, espalhando, pelos jardins, uma friagem úmida que entrava pelo castelo. Madame Pomfrey, a enfermeira, esteve muito ocupada com uma repentina onda de gripe entre professores, funcionários e alunos. Sua poção reanimadora fazia efeito instantâneo, embora deixasse quem a bebia fumegando pelas orelhas durante muitas horas. Gina Weasley, que andava pálida, foi intimada por Percy a tomar a poção. A fumaça saindo por baixo dos seus cabelos muito vivos dava a impressão de que a cabeça inteira estava em chamas.
Gotas de chuva do tamanho de balas de revólver fustigavam as janelas do castelo durante dias seguidos; as águas do lago subiram, os canteiros de flores viraram um rio lamacento, e as abóboras de Hagrid ficaram do tamanho de um barraco.
Harry estava observando a garota; ficou contente quando ela ficou amiga de Luna Lovegood. Ele sentiu que a garota loira seria boa para Gina.
Quando Harry vinha pelo corredor deserto encontrou alguém que parecia tão preocupado quanto ele. Nick Quase Sem Cabeça, o fantasma da Torre da Grifinória, olhava desanimado pela janela, murmurando para si mesmo.
“... não satisfaz os requisitos... pouco mais de um centímetro, se tanto...”.
– Oi, Nick – cumprimentou Harry.
– Olá, olá. – Assustou-se ele olhando para os lados. Usava um elegante chapéu emplumado sobre a longa cabeleira crespa e uma túnica com rufos, que escondia o fato do seu pescoço estar quase completamente separado da cabeça.
-Parece preocupado – disse Harry.
– Ah – Nick Quase Sem Cabeça fez um aceno com a mão elegante –, uma questão de menor importância... Não é que eu queira realmente entrar... Achei que devia me candidatar, mas pelo visto “não satisfaço as exigências”...
Apesar do seu tom leve, tinha no rosto uma expressão de muita amargura.
– Mas a pessoa pensaria, não é – disse ele de repente, tirando mais uma vez a carta do bolso –, que ter levado quarenta e cinco golpes de machado cego no pescoço qualificaria alguém a entrar para a Caça Sem Cabeça?
– Ah, sim – respondeu Harry, que obviamente deveria concordar.
– Quero dizer, ninguém gostaria mais do que eu que o corte tivesse sido rápido e limpo, e que minha cabeça tivesse realmente caído, quero dizer, teria me poupado muita dor e ridículo. No entanto... – Nick Quase Sem Cabeça abriu a carta com uma sacudidela e leu furioso:
“Só podemos aceitar caçadores cujas cabeças tenham se separado dos corpos. O senhor compreenderá que, do contrário, seria impossível os sócios participarem das atividades de caça como Balanço de Cabeça a Cavalo e Polo de Cabeça. É com o maior pesar, portanto, que devemos informar-lhe que o senhor não satisfaz as nossas exigências. Com os nossos cumprimentos, Sir Patrício Delaney-Podmore.”
Espumando de raiva, Nick Quase Sem Cabeça guardou a carta.
– Pouco mais de um centímetro de pele e um tendão seguram minha cabeça, Harry! A maioria das pessoas acharia que fui decapitado, mas ah, não, não é o bastante para o Sr. Realmente Decapitado Podmore.
Nick Quase Sem Cabeça respirou fundo várias vezes. Começou a conversar com o garoto sobre outras coisas.
Os dois saíram juntos pelo corredor. Nick Quase Sem Cabeça, Harry reparou, ainda segurava a carta de recusa de Sir Patrício.
– Eu gostaria de poder fazer alguma coisa sobre a Caça Sem Cabeça – comentou Harry.
Nick Quase Sem Cabeça parou de repente, e Harry passou por dentro dele. Gostaria de não ter feito isso; era como entrar embaixo de um chuveiro gelado.
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Nem sempre a melhor escolha
FanfictionNo dia 31 de outubro de 1981 algo sublime ocorreu: o Lorde das Trevas, Voldemort, caiu perante Adrien Potter. Isso, contudo, não acabou com os problemas; os Comensais da Morte que ainda existiam e eram fiéis a Voldemort atacaram constantemente os...