(N/A: esse capítulo me fez ver duas coisas: que eu gosto muito de manipulação emocional e que as músicas devem ficar em inglês. :v
Contudo, usei essa fandub, que achei muito boa e que dependendo da interpretação se adequa muito bem a parte do capítulo (até porque eu usei a letra dessa música pra escrever).)Harry saiu apressado da sala onde foi feita a avaliação das varinhas, e seguiu direto para as escadarias; não desceu para a Sonserina, mas subiu, foi alto, o mais alto que dava até parar na Torre que, se lembrava-se bem, era reservada a Estudo Alquímico para alguns alunos do sétimo ano. De qualquer forma, não se importou; a sala não era usada para lecionar faziam alguns anos. A arte da alquimia não era alvo de interesse há pelo menos cem anos, e pouquíssimos alquimistas a aprendia na escola, especialmente em Hogwarts. Alquimia é quase que uma arte exclusiva do continente, em especial da área ocidental, seguindo vertentes diferentes no Sul (aromagia) e no Norte (que era uma alquimia muito mais primitiva, quase que completamente diferente da moderna do ocidente).
Entrou na sala de aula que deveria estar vazia, mas estava cheia de estudantes de diferentes casas. Todos estavam sentados em mesas velhas ao redor da sala, conversando alto – mas o som não saia do lugar, devido a vários feitiços silenciadores naturais da sala e postos pelos alunos ali dentro.
-Harry! – alguém o chamou. – Aqui!
Ele procurou por um tempo mexendo a cabeça, e logo viu Andrew acenando para ele. Sorriu e foi até o garoto, vendo as pessoas nas mesas pelo caminho. Muitos eufóricos, com sujeira abaixo do nariz ou pelos cantos das bocas. Alguns bebiam algumas coisas mais pesadas que Firewhisky e cerveja amanteigada.
Harry se sentou entre Marph e Andrew, e Marph se atirou em cima dele, beijando-o. O garoto retribuiu, e puxou a garota para o colo dele. Sentiu algo deslizar da boca dela para a sua, e o prendeu entre os dentes e separou o beijo, enrolando a coisinha com a língua. Desenrolou-a após colocá-la para fora e pegar nas mãos a coisinha.
-O que é isso? – ele perguntou, segurando uma coisinha azul que parecia um remédio e começava a se desmanchar.
-É algo chamado de “doce” – Marph disse, enquanto se ajeitava no colo de Harry, cruzando as pernas na cintura dele. – Murphy disse que é comum entre os trouxas, e que é inofensivo... quer dizer, se não exagerarmos.
-Vamos exagerar, não vamos? – Harry perguntou, enquanto jogava o tal “doce” na boca e o engolia sem medo.
-Vamos – Marph falou sorrindo, e beijou novamente Harry.
Ah, aquele lugar era perfeito para ele; o lugar mais adequado de Hogwarts para ele e para todos os outros ali. “Covil dos Vagalumes”, como era conhecido entre alguns alunos; um lugar montado por Murphy, da Corvinal, para poder vender os pequenos artigos que trazia do mundo trouxa sem correr o risco de ser visto pelos professores, e onde os outros alunos poderiam consumi-los sem ter risco de serem pegos.
Harry, começando a ficar tonto com o doce junto ao Jungle separou o beijo, encarando Marph. A garota estava horrível; rosto ficava fora de foco e quando ficava estava distorcido; ele não gostou do doce.
Voltou a beijar a garota, e teve ciência de que alguém estavam cantando em algum lugar da sala. Continuou concentrado e sugar a língua da garota em seu colo, mas também apurou os ouvidos para ouvir a música.
Broke a window, taped it up and hid the evidence
Think I'm gonna get evicted from my residence
Dropped my phone into the toilet and it's evident
I'm out of my element, I'm out of my element
BYOB, bring your own booze
DOY, bongs in the bathroom
She shotgun kissing the frat boy in the bathtub
He bad news
I wanna get stupid, I wanna get dumb
Lose my inhibitions, dizzy from the drugs
I wanna get stupid, I wanna get dumb
Lose my inhibitions
But I don't trust no one
I don't trust no one
Sentiu vontade de rir; perfeito, simplesmente perfeito; a melhor música para sua situação. Sentia que chegava a ser cruelmente irônico isso.
Voltou a se concentrar apenas em Marph, apreciar a boca da garota, seus seios que ela espremia contra seu peito, seus cabelos negros caindo sobre o rosto dele enquanto a sentia “cavalgar” nele; se permitiu aproveitar máximo o que a garota lhe proporcionava ali, no Covil dos Vagalumes; se permitiu ficar idiota com tudo que usou ali, com o que estava fazendo com Marph.
Ele esqueceu de tudo por alguns momentos; do torneio, de seu nariz meio mutilado, de sua garganta cortada, de suas crises de ansiedade... se esqueceu até de seu nome, e um pouco mais. Esqueceu até da morte de Marieta.
Esqueceu-se, em algum momento, até mesmo de respirar, e quase não sentiu a espuma bufar de sua boca enquanto caia no chão, tremendo violentamente.
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Um som alto e muito retumbante soou pela rua onde estavam as barracas com comidas em Streatham.
Harry se virou para ver o que houve, mas apenas teve tempo de perceber uma pessoa vir voando (no sentido literal) em sua direção e acertá-lo, derrubando-o no chão. Harry bateu com a cabeça no chão, e ficou zonzo. Sentiu uma ferida em sua cabeça, e quando se levantou o mundo estava fora de foco. Seus ouvidos pareciam estranhamente cheios com um som muito agudo.
Cambaleou, e teve a vaga noção de que pessoas corriam de um lado para o outro. Seguiu andando, desorientado em uma direção qualquer. A medida que andava o espaço ia ficando mais escuro, até que a luz se fez rara, e vinha atrás de si.
BUM! BUM!
Mais sons retumbantes ocorreram, e Harry sentiu seus ouvidos doerem e o chão sob si tremerem. Poeira caiu sobre si, provavelmente do teto de onde estivesse.
-!
Harry notou um som alto.
-Ry!
De novo...
-Arry!
Estava aumentando, a medida que sua audição voltava junta a uma dor perfuradora em seus ouvidos.
-Harry! Harry!
Então, percebeu que era seu nome que era chamado. Percebeu também que era Marieta que gritava por si.
-Marieta! – Harry gritou de volta, ainda desorientado pela batida da cabeça.
Andou por onde estava, tateando as coisas. Não sabia para onde estava indo, mas a luz aumentou mais pareceu muito pontuada. Sua visão estava começando a clarear mais quando...
BUM!
Dessa vez, foi muito mais alto o barulho retumbante, e ficou meio óbvio porquê: ele soara pouco a frente de Harry, e uma onda de ar o fez ser arremessado para longe com um calor imenso queimando sua pele.
-Aaaaaaah! – Harry gritou, levando as mãos ao rosto pego pelo calor repentino. Seus ouvidos se tamparam novamente, e a dor triplicara.
Se levantou, e, de olhos fechados pois a dor era tanta que o deixava cego, saiu zonzo a procura de uma saída do lugar onde estava; contudo, o que ele encontrou fora apenas calor, muito calor. Calor demais, que o fez pular para trás quando ficou estupendo.
Forçou seus olhos a abrirem, e mesmo zonzo ele reconheceu – não havia como não reconhecer – chamas na sua frente, lhe bloqueando o caminho. Soltou um grito assustado, mas não fora alto o bastante para poder se ouvir. Seus ouvidos ainda pareciam tampados.
Recuou para longe das chamas, que estavam se aproximando mais dele, a cada segundo, centímetro por centímetro.
-Socorro! Socorro! – o pequeno Harry gritou, desesperado.
Contudo, não ouviu nada, o que aumentou seu desespero. Ele não ouviu os gritos desesperados de Marieta, nem ouviu ela invadir a casa em que entrara no estado de confusão gritando por si desesperada, e nem viu a cara de puro horror dela ao vê-lo cercado de chamas.
Harry sentiu seus olhos arderem, e, lentamente, o abriu. Tentou se erguer, mas seu corpo estava muito pesado. Gemeu no processo, chamando atenção para si.
-Harry! – Hermione e Daphne gritaram, se jogando em cima dele, que estava deitado em algum lugar.
-Eu lhe disse, Alvo, lhe disse centenas de vezes! – uma voz furiosa soou mais a frente de onde estava, e com muita dificuldade Harry levantou a cabeça, e viu madame Pomfrey na frente de Dumbledore, que parecia acuado diante a mulher.
Harry percebeu que estava na enfermaria de Hogwarts, deitado em uma das camas do recinto. Seus amigos estavam ali; as garotas em cima dele, e Theodore do lado, o observando. Lilian e James estavam mais longe, lhe encarando com preocupação. Os Black também estavam lá, juntos aos Lupin e a Kingsley, que encarava Harry sério.
-Eu disse, bana essas coisas, Alvo, mas você me ouviu? Claro que não! – a enfermeira gritou, mais que furiosa, e deu um passo a frente, fazendo Dumbledore recuar um. – É o quinto, Alvo, a vir aqui! O quinto! Sabe o quão difícil é tratá-los? Eu não fui instruída nisso, então cada segundo nas minhas mãos são inseguros, e ter tantos assim não vai aumentar minha perícia!
Alvo Dumbledore, chefe de Wizengamont, estava acuado contra uma parede em frente a uma furiosa madame Pomfrey, que parecia em um estado beirando o assassino – o que Harry cogitava como uma possibilidade, já que ela estava muito vermelha e com uma veia pulsando na têmpora esquerda.
-Ou você dá um jeito nisso AGORA, Alvo, ou eu vou puxar cada aluno dessa escola pelas orelhas e fazer vomitar quem anda distribuindo essa droga infernal! – a enfermeira falou, batendo firme o dedo indicador no peito de Dumbledore, que se espremia mais contra a parede.
A mulher saiu batendo pé furiosa em direção a Harry, que se encolheu. Ela tinha um ar mais do que perigoso.
-Sr. Potter, o senhor sabe o que houve? – A enfermeira perguntou, séria.
-Eu não sei – confessou. Ele realmente não sabia.
-O senhor teve uma overdose, Sr. Potter – madame Pomfrey falou séria. Hermione, Daphne e Theodore soltaram exclamações surpresas, e Lilian soltou algo como um gritinho de espanto.
Kingsley ficou com um olhar ainda mais sério, e James, Black e Lupin ficaram com olhares tensos. Belinea ficou mais pálida que o normal, e Ninfadora ficou, literalmente, bege de choque.
-Harry – Hermione se virou para encará-lo, com um olhar assustado no rosto. – Harry, diz que você não andou consumindo drogas...
Harry não respondeu nada; na verdade, fez algo que, para seus amigos, era bem pior: desviou o olhar. Hermione soltou um som alarmado, e Theodore e Daphne ficaram branquíssimos.
-Harry, seu idiota! – Daph gritou, e deu um soco no ombro do garoto. – Seu idiota! Sabe o quão perigoso é isso?!
-Cala a boca, merda! – Harry gritou, enquanto reunia toda a sua força para se sentar na cama. Estava sem camisa, mas coberto pelo lençol.
Suas palavras assustaram todos, mas em especial Daphne.
-Acho que eu queria isso, caralho? – rosnou para a amiga, que pareceu ainda mais assustada. – Não queria tá usando essa merda, mas o que posso fazer? É só o que tenho!
Abaixou a cabeça, apertando o lençol em seu colo com força; ele havia deslizado de seu peito assim que se levantou. Lágrimas encheram seus olhos, e começaram a pingar deles no lençol.
-Harry – Daphne chamou, com a voz baixa. – Harry...
-Só... só me deixem, por favor... – Harry pediu, não mais alto que um sussurro, e com a voz muito pesada.
-Muito bem, para fora, todos vocês – madame Pomfrey falou alto.
-Papoula, por favor...
-Eu disse FORA! -A enfermeira gritou, enquanto empurrava todos para fora dali. Contudo, Theodore ficou. – Sr. Nott, vamos...
-Você pensa que é só você que tá sofrendo? – Theodore gritou, encarando Harry, que estava deitado de lado, de costas para ele.
Todos pararam, para encará-lo. Madame Pomfrey também parou, para ouvi-lo.
-Por acaso acha que é o único que está tendo dificuldades? – o garoto de cabelos castanhos gritou de novo, cerrando os punhos com força. – Desde o começo do ano eu e Daphne estamos lidando com bullying por causa do que o bastardo do Oliver Twist escreveu no Pasquim, desde o começo estamos sendo ridicularizados pelos grifinórios e corvinais, mas você viu? Não! Hermione está reclamando faz tempo, está sofrendo a dias nervosa por que você está nesse torneio idiota, mas você ouviu? Não! – o garoto gritou, e Harry se encolheu.
Theodore tremia; estava mais inclinado, com o rosto vermelho. Seus olhos inchados a pouco por chorar estavam novamente vermelhos e com lágrimas.
-Para de ser egoísta, seu bastardo maldito, e divida as coisas com a gente! Saia da sua própria cabeça, fale com a gente! Somos amigos, não somos? Não guarde essas coisas para si até que a merda aconteça e tenhamos que vir para a enfermaria para te ver! – o garoto gritou de novo, dessa vez com algo a mais: mágoa.
Se virou, marchando para fora da enfermaria com Hermione e Daphne. Ele estava chorando, mas não queria que ninguém visse – contudo, fora meio difícil; o grupo de sonserinos na porta, em guarda por Harry, ouviram seus gritos, e o viram saindo do lugar acompanhado das outras duas garotas em direção as masmorras.
Harry ficou ali, na enfermaria, deitado encolhido na cama e chorando em silêncio. A cobra em suas costas, verde venenoso, pareceu ficar mais opaca. Ninguém, contudo, percebeu isso – a não ser madame Pomfrey, que cobriu o garoto e olhou as suas cicatrizes, mas com seu voto enquanto medibruxa lhe contendo de falar sobre aquilo com outro se não Harry – mas ela duvidava que ele falasse sobre aquilo. Ninguém falava sobre cicatrizes.
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Harry descobrira duas coisas na semana seguinte a sua overdose: a) que a escola soubera, em uma velocidade estupenda, do que ocorrera consigo. Agora, ele tinha que lidar com olhares estranhos; e b) que ele amava seus amigos, e os amava tanto que estar brigado com eles doía mais que tudo.
Eles não lhe dirigiam a palavra ou o olhar, e ele, quando se aproximava para falar com eles, não emitia nada, as palavras morriam em sua garganta. Isso o deixou triste, muito triste.
Se arrependia amargamente pelo que fizera; deveria ter falado com eles, deveria ter parado de usar a porcaria do Jungle (que agora estava sendo terminantemente proibido em Hogwarts, e os alunos pegos com ele ficavam de detenção; contudo, ainda não conteve o problema do doce)...
-Devia ter ouvido Luna – Harry falou para si mesmo, rindo amargo em seguida. Estava na biblioteca escondida, encolhido em um sofá. Morgana o encarava triste; a mulher sabia, de forma que Harry não sabia como, o que houvera com ele e com seus amigos, que não iam lá há tempo.
Foi depois de mais uma semana que Harry, não aguentando mais ficar longe dos amigos, foi até eles para conversar. Ele se sentiu muito mal ao ver que Daphne estava realmente magoada com ele.
-Eu... eu tive pesadelos – Harry disse, e quando pensou por um momento nos seus sonhos ele tremeu. Os outros três adolescentes o encararam.
-O que você anda sonhando, Harry? – Daphne perguntou, esquecendo-se completamente de sua mágoa.
-Coisas que eu não queria sonhar – ele falou, e, de forma involuntária, lembranças dos sonhos vieram. Sentiu a garganta começar a fechar, mas ele impediu; forçou a abrir. – E-Eu... eu lembrei da minha mãe...
Ele não conseguiu segurar dessa vez; sua garganta foi se fechando devagarinho, demais até para ele perceber, e começou a sugar o ar com mais força a medida que ficava mais difícil ele entrar em si.
-Harry? – Hermione o chamou, se mexendo para mais perto dele.
Harry não a ouviu, e começou a tatear apressado suas vestes. Pegou um objeto estranho em um dos bolsos do blazer, um tipo de cilindro metálico com uma base plástica sobre ele. Destampou a ponta inclinada do bico de plástico, agitou o objeto e levou a boca, pressionando-o contra o plástico e sugando o jato que fluiu para sua garganta. Afastou o objeto de sua boca e o tampou, tossindo secamente em seguida e se inclinando enquanto tossia.
-Harry, você tem asma? – Hermione perguntou preocupada, ficando ao lado do amigo.
-Desde os dez anos – Harry falou baixo após se erguer.
-Harry... – Daphne o chamou, com preocupação.
-Não – ele a parou. – Não, Daphne, não... não fique preocupada, não tenho o direito de fazer você se preocupar comigo...
Se ajeitou, e andou até a garota, parando na frente dela. Estava de cabeça baixa, com uma expressão constrangida. Daphne estava com o rosto de lado, desviando seu olhar do dele.
-Desculpa – Harry disse, com punhos cerrados. – Desculpa por ser um idiota e por ter gritado com você...
Se curvou na frente dela, o que fez Daphne soltar um risinho leve. Harry se levantou, e encarou a amiga. Ela o encarava com um sorriso, e os olhos eram lacrimejantes.
-Sempre tão antiquado – Daphne disse e riu baixinho, enquanto puxava Harry para um abraço. Ele retribuiu na hora, a apertando em seus braços. – Agora, vamos conversar?
Eles andaram até um canto, e Harry iria se sentar afastado deles, mas Daphne o puxou para o colo dela e de Hermione, o deitando neles e deixando a cabeça dele no colo de Theodore. Harry corou, virou a cabeça mas não falou nada, o que fez os seus amigos sorrirem.
-Que tal nos falar da sua mãe? – Hermione sugeriu, encarando Harry. O garoto desviou o olhar, e suas íris ficaram meio cinzentas. Limpou a garganta, e começou a falar:
-Era uma mulher maravilhosa – sua voz saiu leve. – Não é minha mãe mesmo, óbvio, mas a considerava... linda, gentil... era a melhor pessoa que eu conhecia...
-Era? – Theodore perguntou, preocupado. As íris de Harry escureceram de vez, para um verde sombrio.
--Existe um jogo... Nesse Jardim... Que quero te ensinar... – Harry cantarolou, com a cabeça tombada de lado.
“Fique parado, sem se mexer, isso vai ser demais...
“Com um sorriso, disse 'Me espera'... Como eu amava esse tempo com ela...
Harry se virou de lado, de costa para os amigos. Ele se encolheu.
-Ali esperando... Ela chegar... Só eu e o vasto céu...
“Contando as horas... Ali de pé... Com os anos a passar...
“Noites e noites... Eu a pensar... ‘Será que é assim que se deve jogar?’... Feliz sorrindo... Feliz ali... Feliz olhando ela ir... sem mim.
“Por que a gente insiste em se importar com quem... Se importar com quem... nem liga mais? Por que levamos anos... Pra ver que não há ninguém, ver que não há ninguém, não há mais ninguém... E quem está sobrando é você.
Harry se encolheu mais nos colos de seus amigos, e eles se encararam. Desconfiavam para onde aquilo estava indo.
-E finalmente, Tenho um sinal, e vejo o que aconteceu...
A magia de Harry saiu, e, de forma que assustou os outros, se manifestou uma poeira dourado que saltitava e formava várias figuras. Eles entenderam o que aquilo queria dizer.
“Agora ela só vive em você, e todos parecem bem... Não é perfeito? Não é legal? Tão cruel e mau? Com o tonto que aqui... ficou...
-Feliz sorrindo. Feliz aqui. Feliz olhando ela ir... Ir... Ir... sem mim...
Harry tremia muito, e as lágrimas escorriam queimando pelo seu rosto e pingando sobre a calça de Theodore. O garoto de cabelos castanhos levou a mão até a cabeça de Harry para afagá-la, mas o garoto se levantou abruptamente e se afastou dos amigos, indo para perto da parede próxima.
-Harry... ei... – Hermione o chamou. Seus olhos estavam vermelhos; ela fora a primeira entender, e a primeira a chorar.
-Eu amava ela – Harry disse, e sua magia continuava solta; a poeira dourada ficou negra, e cavalos negros pareciam se formar dela mas se desfaziam antes de serem percebidos. Cavalgavam no ar ao redor dele. – Amava mais que tudo...
Suas lágrimas continuaram caindo, e a poeira negra lhe rondando. Seus amigos o encaravam muito preocupados, e ao mesmo tempo tristes.
-Talvez... Em algum... Lugar Um outro alguém Mereça o seu amor... – Hermione começou, se levantando.
-Talvez... Em algum... Lugar... Um outro alguém... – Daphne continuou, se levantando também. Theodore as imitou.
-Mereça o seu amor... – Theodore cantou.
-Me considera... – Harry falou baixinho, e os cavalos desceram um pouco no ar.
-Alguém... que o considera... – Hermione.
-Alguém... que me considera... – Harry cantou, e se virou um pouco em direção a eles. A poeira negra sumira.
-E com você quer estar...
-E junto a mim quer estar...
-Talvez... Em algum... Lugar... Você possa amar! – Hermione, e ela se aproximou de Harry junto a Daphne e Theodore.
-Eu possa amar... – Harry falou, se aproximando deles.
Ficaram frente a frente, se encarando. Os olhos de Harry cheios de lágrimas, assim como os de seus amigos. Um sorriso lhe rasgou o rosto, e sua magia fluiu pelo lugar inteiro, envolvendo os outros com uma sensação quente. Ele, por fim, cantou:
-Vocês aqui me fazem no amor confiar... – falou para os amigos, com as lágrimas escorrendo. Eles também choravam, e se abraçaram.
Eles eram, sem sombra de dúvidas, seus irmãos.
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Nem sempre a melhor escolha
FanfictionNo dia 31 de outubro de 1981 algo sublime ocorreu: o Lorde das Trevas, Voldemort, caiu perante Adrien Potter. Isso, contudo, não acabou com os problemas; os Comensais da Morte que ainda existiam e eram fiéis a Voldemort atacaram constantemente os...