27. Alice

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Já faz um mês que estou de volta, três semanas depois do aniversário de Tay e a infeliz e irritante volta da minha mãe.

Tudo está calmo, mesmo com a presença da minha dela, temos mantido discrição. Não tenho tido tanto tempo com os rapazes como antes por causa da faculdade, dos treinos e por causa da minha mãe, e isso me deixa frustrada de mais.

Sara trás seu marido várias vezes na semana em casa e nesses momentos eu saio para não ficar no mesmo lugar que ele. Estou perdendo todo o meu conforto dentro da minha casa. Os rapazes estão cada vez mais irritados também.

Infelizmente Tomas ainda não tem nada muito importante, as coisas que descobriu são algo que não a prejudicaria permanentemente.

Hoje em pleno domingo estou tomando café com as meninas na lanchonete de Margo.

- Droga - digo arrancando um pedaço do meu croissant e o levando até a boca.

- Não tem nada que vocês possam fazer mesmo? E se vocês começarem a irrita-la, destrua suas roupas, troque seus shampoo, coloque picão na cama dela - Jéssica está a minha frente tomando seu café.

- Bem que eu queria que fosse tão fácil assim.

Dou um suspiro cansado e volto a comer. O meu domingo queria passar com os rapazes, já que Tomas teve que viajar e levou Aria junto, era para termos a casa só para nós. Mas assim que acordei e desci para preparar o café escuto minha mãe na cozinha conversando com seu marido, então volto para o meu quarto e me arrumo. Encontro Saimon tomando banho e pergunto se ele não gostaria de vir comigo na lanchonete, infelizmente ele tinha combinado de ir a casa de seus pais e me chamou para ir junto, mas eu não estava muito no clima e disse que na próxima eu iria. Nós moramos todos próximos. Um bairro de classe alta afastado do centro da cidade.

Logo, logo teremos que conversar com cada família e lhes dizer sobre o nosso relacionamento. Amo a família deles, eles eram grandes amigos do meu pai e merecem saber sobre tudo por nós.

- Por que não vamos para sua casa e passamos o dia na piscina? - pergunta Camila.

- Apenas se o escroto do marido de Sara não estiver mais lá. Não vou usar roupa de banho com o pervertido me olhando - Jéssica faz uma careta para sua irmã.

Eu pego meu celular e mando uma mensagem para Dom. Ele havia ficado em casa, disse que tinha trabalho a fazer.

"Oii. Minha mãe e o idiota ainda estão aí?"

Espero sua resposta, mas não demora muito, eles nunca me deixam esperando.

"Oi anjinho. Ainda estão, mas pelo o que ouvi eles vão sair."

"Ótimo, as meninas e eu queremos aproveitar a piscina hoje, e não queremos Mark por perto nos observando."

" Eu mesmo o expulsaria para que vocês pudessem se divertir. Mas acredito que até vocês chegarem eles já foram."

- Está liberado meninas, eles estão saindo.

- Ótimo, vou pegar nossas coisas - Jéssica corre para sua casa que fica no andar de cima da lanchonete.

Meu celular toca me dizendo que recebi outra mensagem.

" Espero que as meninas não liguem se eu participar."

Dou um sorriso para a mensagem, eu imaginei mesmo que Dom não ia conseguir trabalhar sabendo que estou de biquíne na piscina.

" Elas não vão se importar porque Marcos e David também irão."

- Chame os rapazes Camila, Dom vai querer participar, e pra vocês não ficarem de vela chama eles.

- Era de se imaginar que ele não iria perder uma chance de te ver seme nua.

Assim que as meninas preparam tudo, nós saímos em meu carro, Marcos e David vão nos encontrar em casa. Saimos da cidade para a região mais afastada, seguimos pela rodovia e como não estou sozinha opto por não acelerar muito, assim podemos aproveitar mais o trajeto.

Olho para trás e tem um carro preto nos acompanhando, não consigo ver o rosto da pessoas pela distância mas pelo contorno do corpo me parece ser um homem.

- Meninas sou só eu ou vocês repararam que este carro está atrás de nós dês da lanchonete.

Elas olham pelo espelho retrovisor.

- Acho que não Alice. Só deve estar indo pelo mesmo caminho - diz Jéssica.

- Acelera Alice - Camila que está no banco do passageiro diz.

Eu começo a acelerar aos pouco para que a pessoa não perceba que o vimos. Mas ela começa a acelerar também.

Então eu diminuo a velocidade voltando ao limite, percebendo que e o carro atrás diminui.

- Merda Alice - Jéssica começa a procurar algo em sua bouça.

O carro começa a acelerar novamente chegando mais perto da gente, mas ele passa para a contra mãos e nos ultrapassa.

Eu souto um suspiro aliviada, relaxo minhas mãos no volante.

- Acho que só estávamos o segurando atrás.

O carro agora na nossa frente freia de uma vez. E sem que eu tenha tempo de avisar as meninas piso no freio, o carro perde um pouco o controle mas tento mante-lo na pista, viro o volante e derrapamos. Quando finalmente paramos, o carro está de lado na rua e a uns 5 metros do outro carro.

Estou respirando rapidamente, posso escutar as batidas do meu coração, estou apertando tão firme o volante que minhas unhas um pouco cumpridas cravaram fundo nele.

- Vocês estão bem? Camila ? - olho para ela e Camila está com as mãos no painel, tendo segurado todo o seu corpo para não ir para a frente, mesmo com o cinto de segurança, seus braços estão trêmulos, vejo algumas lágrimas descer. Ela apenas acena com a cabeça afirmativamente, então eu olho para trás - Jéssica?

- Eu estou bem - ela estava sentada atrás de sua irmã e usando o cinto de segurança, ela também respira rapidamente, mas diferente de Camila, Jéssica parece já ter voltado do susto - Merda eu perdi, ele caiu. Cadê ?

- O que ?

- O maldito do meu celular.

Escuto uma porta bater e olho para a frente na direção do barulho. O motorista do carro desceu e está de pé com as mãos para cima.

- Mas que merda - digo, não acreditando no que estou vendo.

- Senhorita Alice por favor podemos conversar?

- Quem é ele Alice? - Camila parece ter saído do choque e está olhando para o homem assim como eu e sua irmã.

- É Sebastian. O segurança que drogou os outros e ajudou Vitor a entrar na minha casa.

Pego meu celular do bolso da minha calça e entrego a Jéssica.

- Aqui ligue para os rapazes, eles estão na discagem rápida.

Coloco minha mão na maçaneta e abro a porta. Camila segura em meu braço direito me impedindo de sair.

- O que pensa que está fazendo? Você deveria ligar este carro e passar nem que for por cima dele.

- Eu preciso saber por que ele nos traiu.

Retiro meu braço de seu aperto e saio do carro.

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