28. Alice

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- Você está maluco. Quase causou um acidente - eu grito para ele mas permaneço ao lado do carro.

- Me perdoe senhorita Alice - ele diz e da um paço para a frente, suas mãos levantadas - Eu precisava falar com você, mas você nunca está sozinha. Mas mesmo que você esteja com as suas amigas é melhor do que com os outros.

- O que você quer comigo, já não basta o que você fez.

- Eu quero me explicar, quero dizer que eu não sabia o que ele iria fazer.

- Se explique para a polícia, se entregue ou procure meu irmão. Talvez eles estejam mais interessados em te ouvir.

Estou com raiva, sinto meu sangue ferver. Com a ajuda dele Vitor entrou em minha casa e quase me estuprou e tenho certeza que teria me matado.

Como ele tem coragem de ainda chegar perto de mim e esperando que eu escute as suas desculpas.

Sei que as meninas ainda estão dentro do carro, posso escutar Jéssica falando com alguém no telefone.

- Sabe que a última coisa que eles iram fazer é me escutar senhorita.

- Pois é. Então saia da frente antes que eu passe por cima de você.

Me viro para voltar ao carro mas ele insiste.

- Eu estava lhe devendo - eu paro com a mão na porta do carro, mas olho em sua direção - Eu estava devendo muito dinheiro para Vitor. Eu apostava, era um vício que tenha, não conseguia parar. Mas o dinheiro que eu conseguia não estava vindo mais, então eu emprestei dele.

Sebastian da mais um passo em direção ao meu carro. Eu sei que deveria deixá-lo falando sozinho e ir embora, mas eu quero saber o porquê de sua traição.

- Quando ele veio me cobrar e eu não tinha dinheiro para pagar ele disse que iria cobrar na forma de informações.

- Seu desgraçado, você poderia ter vindo até nós. Poderia ter nos contado o que Vitor queria. Poderia ter nos ajudado.

- Eu sei, eu sei. Eu fui um completo idiota - ele diz colocando as mãos na cabeça e puxando seus cabelos.

Eu desisto de voltar para o carro, minha mão está em punhos ao lado do meu corpo, estamos em uma distância de cinco passos um do outro.

- Ele começou me pedindo informações sobre a sua rotina, onde ia, com quem mais conversava. E depois passou a pedir informações mais sigilosas como a planta da casa, sobre a segurança, os pontos fracos.

- E sendo um traidor você passou - eu grito para ele, sem nem perceber dou um paço a frente chegando mais perto. A raiva está nublando meus sentidos, tudo o que quero é velo na cadeia junto de Vitor, pois indiretamente ele foi seu cúmplice.

- Eu não tinha escolha senhorita Alice. Se não lhe desse o que queria Vitor iria me matar.

- Ou mais é claro. É melhor a minha vida ao invez da sua para pagar a dívida.

- Eu não sabia, não sabia que ele tentaria...- Sebastian não termina a frase - Me perdoe senhorita, eu não queria. Não tenho mais nada, não tenho emprego, não tenho casa, minha conta com todo meu dinheiro está bloqueado.

- Quer o meu perdão? Se entregue, vá a polícia e diga tudo o que você me disse.

- Eu não posso, se for serei preso.

- Então suma, suma da minha frente, suma da nossa vida. Desapareça. Mas é bom nós nunca mais termos notícias suas - neste momento já estamos perto, a distancia de um braço - Mas você nunca terá o meu perdão. Se eu te encontrar novamente eu juro que te mato.

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