47. Alice

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- Como assim ?

- O namoro do seu pai com a outra garota durou por pouco tempo, até que ela sofre um grave acidente e tem que ir para outro país para se tratar - até aí eu já sei. Abgail se encosta na cadeira e cruza seus braços e franze a testa - Era visível o ciúmes e inveja de Sara pelos dois e seu pai esperou dois anos por Elizabeth, até que assim que ela volta Sara diz estar grávida do seu pai. Isso acabou com os dois, principalmente Elizabeth, assim que Tomas nasceu foi feito o teste de paternidade e foi comprovado. Então seu pai decidiu se casar oficialmente com sua mãe.

- Mas se ele esperou por tanto tempo por que se envolveu com a minha mãe, logo quando sua namorada estava para voltar ?

- O seu pai não se lembra de ter ido para a cama com a sua mãe - ela respira profundamente e coloca seus braços em cima da mesa - Durante aquele tempo eu sempre o vi fugindo de Sara, nunca lhe dando atenção e se ela estivesse em um lugar ele simplesmente saia. O mais perto que ela conseguiu chegar dele foi em uma festa beneficente, que aliás nenhum de nós sabe como ela conseguiu o convite já que não fazia parte deste nível social.

- O que aconteceu neste dia?

- Estávamos todos nós e nossos pais. Não era uma festa que ele poderia simplesmente sair por causa dela. Então ele passou a festa toda a evitando e nós também. Ela estava com um amigo, mas eu não me lembro do rosto dele, ele se mantinha mais afastado.

" Mark, com certeza era ele na festa "

- Foi só isso que aconteceu?

- Não, seu pai sumiu. Simplesmente sumiu da festa - Abigail se levanta e anda até a sacada da janela do chão ao teto que fica na sua sala e eu ando atrás dela - A última coisa que me lembro é dele dizendo que ia ao banheiro. E quando percebemos que estava demorando de mais fomos procurá-lo, mas ele não estava no baile. Nossos pais não deram muita bola na época disseram que ele deve ter ido se encontrar com alguém. Mas eu sei que ele nunca seria capaz de trair Elizabeth. Mas aí pouco tempo depois descobrimos sobre a gravidez, brigamos com ele pela irresponsabilidade e ter colocado tudo a perder.

Estou logo atrás dela e teve a impressão de tela escutado chamando o meu pai de idiota bem baixinho. Eu contenho o meu sorriso por que essa palavras vem com um pouco de raiva, amor pelo amigo e principalmente saudade.

- Sabe a vida do papai na parte amorosa foi muito turbulenta.

- Foi sim meu anjo - ela se vira para mim rindo, acredito que dê alguma lembrança que tenha tido - Espero muito que a sua seja bem tranquila. Encontre o homem ideal para você.

" De tranquila não tem nada. E não é um homem, são cinco homens "

- Deus te ouça - digo desviando meu olhos do dela e contendo meu sorriso - Abigail muito obrigada por tudo. Por ter me recebido. E me ajudar a organizar a festa.

- Que isso meu anjo. Por favor venha me visitar mais vezes. Vamos nos programar de juntar todas as mulheres desta família e pode trazer suas amigas também.

- Vai ser maravilhoso.

Ela me acompanha até o elevador, e assim que a porta se fecha não consigo evitar de imaginar como seria ter uma mãe como ela. Volto para a recepção e vou para o meu carro.

Quando estou dirigindo para casa reparo no relógio, ainda terei tempo de treinar com os rapazes.

Apesar de ter gostado muito de conhecer a mãe de Dom, não consegui muita coisa.

Já sabia sobre a namorada do papai, sobre o acidente, o por que os dois terminaram e a obsessão da minha mãe pelo meu pai. A única coisa a mais foi o quanto meu pai tentou evita-la e a festa.

- O que aconteceu que você desapareceu no meio da festa papai?

Tento por em ordem tudo o que já tenho, sobre a minha mãe, Elizabeth, meu pai e até mesmo Mark.

Por que Mark estaria em uma festa beneficente com minha mãe sabendo que ela queria o meu pai?

Aperto minhas mãos no volante lembrando do que foi dito.

" Ela começou a passar muito tempo com um amigo dela que vivia chapado. "

" É claro, não tem como esquecer, ela se casou com ele agora. É o Mark. "

" Foi por causa dele que sua mãe mudou completamente, chegando ao pondo dela tambem usar algumas drogas. Ela estava chapada no dia que ela me bateu na lanchonete. "

" Seu pai não se lembra de ter ido para a cama com a sua mãe "

" Seu pai sumiu. Simplesmente sumiu da festa "

- Mas que merda. Como ela pode ser tão baixa assim.

Sinto meu sangue esquentar, minhas mãos estão suando.

Chego na frente de casa e espero os seguranças abrirem o portão.

- Boa tarde Senhorita Alice.

- Boa tarde Kaleb.

- O senhor Taylor esteve aqui por um momento e saiu já faz algum tempo. Sua mãe está em casa, mas o seu marido já saiu.

- Certo. Perfeito. Muito obrigada Kaleb.

Sigo em frente em direção a garagem. Saber que estaremos sozinhas em casa é perfeito.

" Preciso tirar isso a limpo "

Entro pela cozinha e sigo em direção as escadas para os quartos. Não tem muita coisa aqui para ela fazer, então quando está em casa ela passa a maior parte do tempo em seu quarto.

- Sara ? - chamo batendo em sua porta, como não obtenho resposta eu a abro.

Ela está sentada na frente de sua penteadeira passando maquiagem em seu rosto e quando seus olhos encontram os meus no espelho eu vejo o leve tom de roxo em seu olho esquerdo e um pequeno corte na maçã do seu rosto.

- O que faz aqui ? Saia do meu quarto - Sara diz mas sem se virar para mim, sem nem me olhar direto nos olhos ao invés pelo espelho.

- Por que deixa ele fazer isso com você - digo ignorando que ela acabou de mandar sair - Uma mulher que se diz tão poderosa, deixa um homem qualquer lhe bater.

- Cale a boca garota. Você não sabe nada da vida - ela finalmente se levanta e posso ver que está com raiva - Você se acha tão boa com cinco homens a seus pés. Mas só até um deles realmente se irritar com algo e lhe der o primeiro empurrão contra a parede, e depois passa para um tapa.

- Eles jamais tocariam assim em mim. Eu conheço eles e não são nada como aquele lixo que você chama de marido.

Ela ri, uma risada nervosa e força. Posso ver que ela está um pouco alterada, se por bebida ou remédios eu não sei.

- Todos os homens tem o seu lado ruim. Que fariam qualquer coisa para ter o que quer. Seja mulheres, dinheiro ou qualquer outra coisa.

- Assim como muitas mulheres não acha Sara - não é realmente uma pergunta e posso ver que seu corpo tem algumas reações indesejadas com meu comentário, é leve mas perceptível.

- Sim. Acho que sim - Ela diz e passa por mim parada na porta. Sara está se dirigindo as escada mas eu não vou deixar ela fugir assim.

- Sabe Sara, eu estive fazendo umas perguntas por aí. Queria conhecer um pouco mais sobre quem era os meus pais na juventude - isso realmente chama a sua atenção a fazendo parar no pé da escada - Falei com algumas pessoas e descobri coisas realmente interessantes. Como por exemplo - me apoio em uma perna e cruzo os braços e olho para ela como quem não quer nada - Você não foi a primeira opção de namorada do papai. Na verdade você não era nem uma opção para ele e sim a sua melhor amiga Elizabeth.

Me pegando de guarda baixa Sara vem rapidamente para a minha frente e desfere um tapa em meu rosto. Sinto o meu sangue ferver, a raiva crescendo por meu corpo.

- Não diga o nome dela na minha frente.

Eu a empurro para longe de mim e ela bate com as costas e a cabeça na parece gemendo de dor.

- Nunca mais toque em mim.

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