50. Alice

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Estou sentada em uma das cadeiras confortáveis da recepção no escritório de Nicolas. Havia pedido mais um copo de água para sua secretária e mesmo relutante e com raiva ela foi buscar.

Posso ver seu ciúmes e inveja em seus olhos. Ela querendo o que tenho com Nicolas e terei que falar com ele para ter certeza que os dois nunca tiveram nada.

" Agora não é o momento de sentir ciúmes Alice. Tem coisas mais importantes acontecendo "

No começo tudo está em silêncio, provavelmente enquanto Nicolas conta tudo. Mas depois eu escuto as exclamações. Os resmungos autos, não posso entender exatamente o que dizem mas sei que estão com raiva. Até mesmo a secretária se assusta com tudo e olha em minha direção com olhos arregalados.

Alguns minutos depois escuto o som da porta se abrindo e vejo os rapazes saindo. O primeiro a chegar em mim é Dom que assim que levanto ele me dá um abraço esmagador.

- Você foi incrível anjinho. Estou orgulhoso de você e muito impressionado por descobrir tanto.

- Bom, as vezes não precisa de tecnologia ou rastrear os passos de alguém. Mas sim conversar e perguntar para a pessoa certa.

Ele bufa em meu ouvido e sorri para o meu comentário, mas posse ver que seu sorriso não tem felicidade nenhuma pela situação. Mesmo com a secretária sentada em sua mesa nos observando com olhos de gavião, Dom me beija levemente nos lábios e se afasta um pouco para que Tay tome seu lugar.

- Eu morri de medo quando recebi a mensagem de Nicolas e assim que chego te vejo daquele jeito. Porra eu poderia ter matado qualquer um que cruzasse a minha frente - Tay me abraça e inspira profundamente em meu pescoço, arrepiando todos os pelos do meu corpo.

- Desculpe Tay, eu não queria preocupa-lo.

- Está tudo bem, o que importa é que está segura - Tay se afasta de mim sem me dar um beijo por causa da secretaria. Nós sabemos que se ela ver todos eles me beijando, hoje mesmo a cidade toda estará sabendo e como Dom já me beijou os outros tem que evitar.

- Você está bem princesa ? - Saimon me puxa para seu abraço. Ele está tão quentinho e com um leve cheiro de construção. Provavelmente vindo da obra de algum prédio, me fazendo lembrar do dia que passamos lá.

- Uhum - apenas resmungo respirando seu cheiro profundamente.

- Se ela lhe tocar novamente eu arranco o seu braço - ele diz com a voz grossa. Posso sentir a verdade e o perigo em suas palavras. Havia me esquecido que enquanto eu contava tudo a Nicolas eu acabei contando que Sara me deu um tapa.

- Ela só me pegou desprevenida. Não vai acontecer de novo.

- Vamos intensificar o seu treinamento - eu resmungo com o que ele diz e isso faz os seus lábios subirem levemente em um pequeno sorriso.

Saimon se afasta e é a vez de Natan. Ele chega suavemente, me abraça forte. Eu enterro meu rosto em seu peito e sinto seu nariz se enterrar em meu cabelo. Ele não diz nada por um momento, Natan sempre foi mais quieto e reservado, ele sabe que eu não preciso de palavras apenas senti-los ao meu redor.

- Eu te amo baby - ele sussurra em meu ouvido. Natan não espera eu retribuir o que diz, ele sabe muito bem o que sinto por ele. E fico imensamente grata pelo seu apoio silencioso.

Natan se afasta depois de um momento e vejo Nicolas logo atrás.

- Tomas quer falar com você passarinho - ele coloca sua mão em minha lombar e me dá um leve empurrão na direção de seu escritório.

- Está bem - dou um passo mas logo paro.

Olho para cada um deles, mas meu foco em Nicolas é maior e depois desvio para sua secretária.

- Não se preocupe passarinho - seus sorriso de canto de boca retornando.

" Deus como ele é lindo "

- Nunca ouve nada entre nós. Não fodo com funcionários - sinto a verdade em suas palavras - Mas se você quiser e se sentir melhor eu posso dispensa-la.

- Não serei a culpada por uma pessoa desempregada. Eu acredito e confio em você. Contando que ela mantenha as mãos longe de você.

Nicolas se abaixa e sussurra em meu ouvido.

- Não se preocupe, qualquer insinuação ou qualquer leve toque errado ela estará na rua imediatamente.

Balanço a cabeça afirmativamente, e com este assunto resolvido eu sigo para o escritório.

Quando chego e fecho a porta Tomas está virado para a janela e de braços cruzados.

- Tomas - eu o chamo. E assim que ele se vira em minha direção nossos olhos focando um no outro.

Tomas não diz nada, apenas abre seus braços e eu corro em sua direção. Assim como ele e papai faziam quando eu era bem pequena e me machucava.

- Eu sinto muito Tom. Sinto mesmo. Você não merecia descobrir isso assim. Me desculpe por não ter contado eu mesma. Fui uma covarde.

- Shiii - Tom faz o barulho para me acalmar por que estou chorando novamente - Está tudo bem Alice. Eu estou bem. Com raiva pelo o que ela fez com o papai, é até um alívio eu acho saber que ele não se lembra de nada daquele momento, se não o quão culpado ele iria se sentir - ele me aperta ainda mais em seu peito - E você não é nenhuma covarde. Foi incrível o quanto você fez e descobriu. Estou orgulhoso de você.

Tom nos guia para o sofá que tem no canto do escritório de Nicolas e nós sentamos, ele mantém seus braços em volta de mim ainda, não sei se para confortar a mim ou a ele mesmo.

- Vamos ficar bem beija-flor. Você vai ver, vamos ter nossa vida de volta longe dos dois.

- Tom tem uma coisa que Sara disse - digo a ele, eu não havia dito para o Nicolas, não por que não achava que não devesse saber, mas por quê se alguém poderia me esclarecer seria Tomas - Ela me disse que eu deveria agradece-la, pois eu tenho algo que nunca deveria ser meu.

- Não se apegue as palavras de uma louca Alice - Tom diz, mas sinto que o seu corpo por um pequeno e rápido momento se contraiu - Ela dirá e fará tudo para nos irritar e nos desviar do nosso objetivo de destruí-la.

Eu acredito em suas palavras, e deixo momentaneamente isso para la. Ficamos assim um confortando o outro por mais alguns minutos, até Tom chamar os rapazes de volta.

Começam a conversar sobre como eles podem colocar Sara e Mark atrás das grades, por tentativa de assassinato e por drogar e estuprar o meu pai. Só que é tudo mais complicado pelo tempo que já faz e por não ter prova nenhuma além das palavras de Elizabeth.

Enquanto eles discutem os próximos passos para arrumar provas ou algum meio de se livrar dos dois eu acabo cochilando encostada no ombro do meu irmão com seu braço ao redor dos meus ombros.

Fui acordada pouco tempo depois e quando olho pela janela vejo que já está começando a escurecer. Decidimos ir jantar em um restaurante japonês que tem perto do escritório de Nicolas. Tomas contactou alguns dos seguranças para vir buscar a maioria dos carros. Como cada um estava trabalhando, acabo que quando Nicolas os chamou cada um veio com o seu carro, então agora temos sete carros parados aqui na garagem do predio. E ficamos apenas com dois.

Tentamos não falar e nem pensar sobre o que aconteceu durante o jantar. E para me deixar mais contente os rapazes decidiram chamar os meus amigo para vir. Todos eles.

Jéssica e Camila, que eu disse que era para trazer seus namorados e também meus amigos David e Marcos. Rita e Samanta que trouxe sua namora. E Brandon e Wil que estavam juntos no momento e facilitou muito a minha vida. E é claro que não poderia faltar a minha maravilhosa cunhada. Que Tomas fez questão de ir buscá-la enquanto esperava pelos outros.

Foi um final de noite perfeito e muito divertido. Os rapazes nem se importaram com a presença de Brandon.

Enquanto eu olhava para todos ao meu redor rindo, se divertindo e um provocando o outro, eu não poderia me sentir melhor. E mesmo com tudo o que passei e descobri eu sorrio para essa minha pequena família. É claro que ainda falta pessoas, os pais dos rapazes, e os avós das gêmeas também fazem parte. Mas neste momento eu me permito não pensar em nada, apenas me divertir.

" Queria que todos os dias fossem assim."

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