39. Alice

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Estamos parado na frente da casa de Elizabeth faz uns 15 minutos, para ser honesta eu estava com um pouco de medo de ir lá.

O que eu estava pensar, que é só chegar lá dizer quem é meu pai que ela irá me receber de braços abertos ?

- Alice se você não for lá e tentar, você nunca vai saber o que aconteceu - Jéssica diz , ela está segurando em minha mão e da um leve aperto reconfortante.

Jéssica tem razão, eu preciso ao menos tentar.

- Vocês vão comigo?

- Isso é um assunto particular Alice, apenas se você achar que não consegue sozinha, nós iremos - Camila diz olhando para mim do banco da frente do passageiro - Mas eu acho que ela seria bem mais receptiva sem uma plateia.

- Sim você tem razão - respiro fundo três vezes para tentar acalmar o meu coração e assim que me sinto um pouco melhor eu saio do carro.

Eu sigo o caminho entre o gramado, a frente da casa é bem bonita, há uma varanda branca com cadeira que parecem bem confortáveis e onde nas outras casas tem uma escada, aqui tem uma rampa para subir.

Assim que chego na frente da porta, eu dou mais duas respiração profundas e toco a campainha.

- Estou indo. Só um minuto.

Escuto uma voz suave através da porta. Não demora muito eu escuto o barulho da porta sendo destrancada. Meu coração dando um leve salto com este barulho, mas assim que a porta é aberta eu vejo um sorriso leve se tornar em uma carranca de sobrancelhas franzidas, olhos semi serrados e lábios apertados.

- Se eu não soubesse melhor eu diria que Sara finalmente encontrou a fonte da juventude.

- Ham...Oi - eu digo, totalmente desconsertada e pega de surpresa com a reação de Elizabeth - Meu nome é Alice. O meu pai é...

- Eu sei quem é seu pai garota, da mesma forma que sei quem é sua mãe. O que você quer ? - são palavras duras, mas que por tudo o que ela passou é justificado.

- Eu...eu gostaria de falar com você sobre os meus pais. Eu sei que você foi uma pessoa muito importante para o meu pai e foi a melhor amiga da minha mãe.

- Exatamente isso. Eu fui a melhor amiga dela. E por que eu deveria dizer alguma coisa a você ? Pergunte direto a fonte, pergunte a sua mãe Sara.

- Você conhecendo ela, acha mesmo que essa palavra mãe significa alguma coisa para ela?

Elizabeth me observa por um tempo, pensando em minhas palavras. Não sei o que ela vê em mim, ou se é por pena, mas Elizabeth abre mais a porta e guia a sua cadeira de rodas para o lado me permitindo passagem.

- As outras garotas podem entrar se quiserem - ela diz olhando para fora.

- Na verdade elas nos querem dar um pouco de privacidade.

- Ok. Venha sente-se - eu sigo ela em direção a sala, é pequena nas bem aconchegante e arrumada.

Tem um sofá branco de três lugares em baixo da janela que dá para a frente da casa, do lado esquerdo tem uma lareira e do lado direito uma poltrona, a teve fica pendurado na parede de frente para o sofá e embaixo tem uma rack com vários porta retratos.

- Jeck, pode trazer dois copos de suco ?

- Por que dois? Se está com tanta sede assim eu levo logo a jarra pra você.

É uma voz masculina e jovem mas não deixa de ser forte. E assim que um garoto aparece do corredor para a sala eu vejo o por que. Ele deve ter mais ou menos a minha idade, mas é alto e bem forte. Ele está com uma bandeja com dois copos e uma jarra de suco, coloca tudo em cima da mesa de centro e eu levo um susto quando Elizabeth lhe dá um tapa em sua nuca bem na hora que ele se abaixa.

- Olha como fala comigo garoto.

Ainda abaixado o rapaz olha em minha direção e me lança um sorriso de canto de boca e pisca para mim.

- Que isso mãe, eu não sabia que tínhamos visita, uma ainda tão bonita.

Sinto meu rosto esquentar, e tendo segurar o meu sorriso constrangido.

- Toma jeito garoto. Volta logo para o seu quarto e para os seus vídeo game.

- Bom já que você me fez de garçom, agora vou ficar aqui no caso de vocês precisarem de mais alguma coisa.

Jack se senta no sofá ao meu lado. Como eu sentei o mais perto do braço do sofá e o mais perto de Elizabeth possível, ele ocupa um bom espaço do resto do sofá com o seu tamanho, assim me deixando no meio dos dois. Jack estica os seus braços no encosto do sofá bem atrás de mim. Então eu aproveito para pegar o suco e assim ficando um pouco mais na beirada do sofá.

- Não vê que está deixando ela desconfortável Jack.

- Não, não. Está tudo bem - eu tento dizer, não quero incomodá-lo dentro de sua própria casa.

- Qual o seu nome princesa ? - ele pergunta.

Eu engasgo um pouco com o apelido que ele usa, eu sei que é impossível dele saber sobre isso mas foi tão espontâneo e me lembrou tanto de Saimon que não consegui evitar reagir.

- Tem algum problema ? Você não gosta deste sabor de suco ? - Elizabeth me pergunta.

- Não. Me desculpe, não é isso - eu me viro um pouco no sofá e olho para ele e lhe dou um leve sorriso - A forma que você me chamou é um dos meus apelidos que meus amigos usam.

- Um dos? Você tem mais de um apelido?

- Um para cada amigo. Eles me deram assim que eu nasci. São os melhores amigos do meu irmão, aí cada um tem o seu jeitinho de me chamar. E bom, respondendo a sua pergunta o meu nome é Alice Dowen.

O sorriso de Jack simplesmente some de seus lábios, seu rosto se fechando e ele olha na direção de sua mãe.

- Sim é a filha mais nova dele - Elizabeth responde olhando para o seu filho.

Jack retira o seu braço de trás de mim e se senta um pouco mais afastado, tento não me sentir ofendida, mas eu não consigo esconder a vergonha que sinto.

- Me desculpem, eu não quero incomodá-los ou lhe chatear com tudo isso - digo para Elizabeth.

- Não se preocupe, Jack só é muito protetor. Bem em que posso lhe ajudar ? O quanto antes terminarmos com isso mais cedo...

Ela não termina a sua frase, mas qualquer um entenderia. Mais cedo eu vou embora. Colocando novamente o copo em cima da mesa de centro eu me viro mais para Elizabeth e fico um pouco de costas para Jack.

- Eu gostaria de saber um pouco mais sobre a vida do meu pai, na época que ele estava com você.

- Se Sara lhe falou sobre mim, por que ela não disse como era o nosso relacionamento?

- Não foi Sara que me falou sobre você. Foi Margo. E meu relacionamento com Sara, não é um relacionamento de mãe e filha.

- Não estou surpresa por isso. Está bem por onde eu começo ? - ela se recosta no encosto da cadeira e olha pela janela.

- Por favor se puder começar dês do momento que conheceram o meu pai.

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