43. Alice

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Acordamos cedo para aproveitar toda a parte da manha com a tia e a prima das meninas, tomamos café, conversamos muito e almoçamos.

Logo após o almoço nos arrumamos e pegamos nossas malas. Quando saímos pela porta os cinco seguranças estão lá parados na frente dos dois carros. Já aviamos contado o que aconteceu na boate para a tia das meninas e ela simplesmente riu de nós.

- Tia muito obrigada, nós adoramos te visitar - diz Camila lhe dando um abraço.

- Agora é a sua vez de ir nos ver - Jéssica da um beijo em sua tia e se afasta.

- Muito obrigada por me receber - digo me despedindo e lhe dando um abraço. Também me despeço de Nanda.

- Por favor voltem mais vezes, Nanda e eu adoramos visitas - ela diz quase gritando enquanto entramos no carro.

As gêmeas vão em um carro e eu no outro. O caminho até o aeroporto é curto e silencioso, mas não desconfortável. Assim que chegamos eles nos acompanha até o portão de embarque.

- Bom obrigado, eu acho - olho para eles e depois para as meninas - Não sei o que dizer a pessoas que nos retiraram sem a nossa permissão da boate.

- Não diga nada. Apenas um tchau - Jéssica segue em direção ao embarque - Até porque eles não fizeram nada de errado e nós também não.

Camila apenas dá um aceno de cabeça e segue sua irmã.

- Foi um prazer conhecelas senhoritas - diz Alex.

- Se um dia quiserem se mudar para o Arizona, me procurem.

A viagem de volta foi igualmente rápida, mas as meninas e eu estamos bem cansadas. Nada que um banho de banheira bem demorado não resolva.

Quando chegamos vejo Tay e Saimon esperando por nós com sorrisos enormes em seus rostos, mas eu passo por eles sem dizer nada.

- Alice - Tay me chama, mas eu não respondo. Posso escutar a mágoa em sua voz, mas eu também estou magoada.

- Se eu fosse vocês a deixaria em paz por enquanto - Camila diz, e escuto em sua voz que ela ainda está brava com eles também.

Seguimos todos para o carro com Tay e Saimon na frente.

- Princesa nos desculpe. Sei que Dom não tinha o direito de fazer aquilo. Mas vendo a foto que você mandou, como estava vestida e sabendo como os caras são nessas boates, nós ficamos nervosos - Saimon olha para mim pelo retrovisor, eu retribuo seu olhar e bufo para ele.

- Se chama confiança Saimon. Deveriam confiar mais em mim.

Volto a olhar pela janela e ignora-los. As meninas pediram para deixá-las em casa e depois seguimos para a nossa em um clima bem pesado, sei que eles querem dizer mais, mas respeitam o meu momento de silêncio.

Assim que chegamos em casa paramos o carro na garagem. Quando cruzo a porta para a cozinha os outros estão todos me esperando, até mesmo Tomas e Aria. Muotos sorrisos, muita felicidade. Mas o temperamento que estou dês de ontem toma conta do meu corpo. Eu esqueço quem está a minha volta, não vejo mais ninguém, apenas Dom.

Quando ele vê que estou indo em sua direção, ele abre seus braços enormes e musculosos para mim. Tudo o que eu queria era me enterrar neles, mas se fosse outras circunstâncias. Mas assim que chego a ele meu corpo reage e o chute que dou em seu membro o faz estremecer, ele coloca as mãos no meio de suas pernas e se ajoelha com a dor. Seu rosto fica um pouco vermelho, seus olhos lacrimejam.

- Mas que porra...Alice.

- Este Dominic, diferente da outra vez é por que eu quis - mesmo de joelhos Dom fica quase do meu tamanho, apenas uma cabeça mais baixo - Você não tinha o direito de mandar seguranças particulares para nos tirar de lá. Você tem noção da humilhação que passei. Não apenas eu, mas Jéssica, Camila e Nanda, a garota que estava nos recebendo em sua casa, quem eu acabei de conhecer - todos estão em silêncio, nenhum querendo ser o foco da minha raiva - Eu respeito você como homem, me orgulho de você como profissional, e confio em você como namorado, mesmo com a enorme bagagem que você carrega. Então eu esperava no mínimo um pouco de reciprocidade. Eu tenho 18 anos, sou maior de idade. Posso tomar minhas próprias decisões. Se eu quiser ir a boate, eu vou. Se eu quiser desistir da faculdade, eu posso. E se eu quiser ir ao raio que o parta eu posso. Sendo sozinha ou acompanhada.

- Alice, por favor...

- Nicolas foi o primeiro cara que eu me deitei. Vocês são os meus primeiros namorados. Eu prometi não aceitar a bebida que outra pessoa me ofereça a menos que sejam vocês, e foi isso que fiz, eu faço as coisas que vocês me pedem e me ensinam para não perder a sua confiança. Mas acho que nunca tive né.

- Informações de mais Alice - Tomas diz franzindo a sobrancelha.

Eu ignoro o seu comentário ainda encarando Dominic. Estou cansada, preciso de um banho e dar uma relaxada lendo um livro. Dou um suspiro, soltando todo o ar que estava em meus pulmões, alívio o aperto das minhas mãos. Olho para cada um deles, seus rostos dividido em preocupação, um pouco chateados, posso ver saudade neles também. Contorno Dom e sigo em direção ao corredor que dá para a recepção da casa e as escadas.

- Eu não preciso de machos possessivos e ciumentos, preciso de namorados que confiam em mim, e me deixe fazer o que quiser com minha vida e a caminhar por minhas próprias pernas.

Entro em meu quarto encostando a porta e vou direto para o banheiro. Posso escutar alguns cochichos vindo do corredor e portas batendo.

Assim que entro na banheira, a água morna relaxando meu corpo.

" Sei que fui rigorosa de mais, mas se não impor limites agora, depois eu terei cinco homens tomando todas as decisões por mim. E a última coisa que vou fazer é pedir permissão a eles para ir ou fazer algo "

Aproveito o banho para pensar nas coisas que Elizabeth me disse. Ela ainda ama o meu pai, podia ver em seu olhar a saudade dele e do que tiveram juntos. Tento pensar por que alguém iria querer matar ela. Eu tenho uma pessoa em mente, mas não posso acusar sem provas.

Assim que saio do banho coloco a roupa mais confortável que tenho que é uma camiseta de Tay que uma vez coloquei para que pudesse sair do seu quarto e voltar para o meu e um shorts bem soltinho.

Sigo para a minha pequena biblioteca pego qualquer livro da estante e me sento para ler, puxando a manta que mantenho no sofá para cima das minhas pernas.

Depois de um tempo eu consigo me prender na leitura então não sei quanto tempo passou e não percebo quando Aria entra com uma bandeja com suco e um lanche em suas mãos. Ela coloca na mesa de centro em frente o sofá e se senta na poltrona de frente para mim.

- Eu não tiro a sua razão Alice, se estivesse em seu lugar ficaria furiosa também. Já até alertei o seu irmão que se ele pensar em fazer algo igual eu nunca o perdoaria - eu paro de ler e olho para ela - Mas eu estava aqui ontem e vi como eles estavam preocupados com você, dês do momento que você colocou os pés para fora desta casa. E depois que eles souberam que vocês iriam para a boate e receberam aquela foto, eles ficaram praticamente loucos de ciúmes.

- Eu sei quais foram as intenções deles Aria, e foi burrice minha mandar aquela foto. Mas eu esperava que eles confiasse mais em mim.

- Sim eu entendo e concordo - Aria se levanta novamente para sair - Mas tente entender, apesar da bagagem como você mesma disse, eles nunca sentiram por ninguém um terço do que sentem por você. Por mais experientes eles possam ser, eles também são novos em relacionamentos.

Aria me dá um leve sorriso e sai, me deixando com meus pensamentos.

" Eu vou perdoa-los, é claro que vou. Mas vamos deixá-los de molho um pouquinho, para pensar em seus atos "

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