46. Alice

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Os rapazes e eu estamos bem agora, mas acredito que eles não cometeram o mesmo erro novamente.

" Assim, espero."

Rita e Wil riram quando contamos a eles, agora Samanta ficou super revoltada, achando um absurdo o que eles fizeram.

Mas agora que já está tudo certo e acertado com os rapazes, aqui estou na frente da casa dos pais de Dom, para falar com a mãe dele e definir o almoço de aniversário.

Eles optaram por não morar na região perto de casa, eles preferiram morar no centro da cidade, em um prédio residencial. Mas que também não é qualquer prédio, é um dos mais caros e ricos, quem mora aqui é apenas pessoas importantes e com muito dinheiro.

Estou na recepção esperando para ser liberada a subir. E assim que o recepcionista consegue falar com a mãe de Dom ele me encaminha ao elevador e passa seu cartão digitando o código da cobertura.

Estou um pouco ansiosa já que o aniversário de Dom é apenas uma desculpa, o meu real motivo é conseguir mais informações. Assim que o elevador para e a porta é aberta, eu dou de cara com o hall de entrada do apartamento e com um mordomo de terno esperando por mim.

- Senhorita Dowen - ele diz me cumprimentando abaixando levemente a cabeça - A Senhora Martan a aguarda na sala de estar.

- Obrigada. Mas por favor me chame apenas de Alice.

Eu o acompanho até o local indicado e também vou admirando o apartamento que é simplesmente enorme. A decoração é bem neutra e em tons claros mas tudo muito chique e caro.

Quando entramos na sala a mãe de Dom se levanta do sofá para me comprimentar e o mordomo se posiciona mais para o lado.

- Meu Deus Alice - ela vem em minha direção com os braços aberto e me dá um abraço muito apertado mas também bem reconfortante - Caramba como você está linda. Seu pai estaria muito orgulhoso de você.

- Obrigada por me receber Sra. Martan.

- Por favor querida me chame de Abgail - ela segura em minha mão e me puxa para o sofá indicando para que eu me sente.

Assim que eu faço, ela se senta ao meu lado e se vira para mim, nossos joelhos ficando a sentimento um do outro e em nenhum momento ela souto da minha mão.

- Dimi, por favor querido prepare algo para nós comermos e beber - assim que o mordomo se retira ela volta seu olha para mim com um sorriso que parece a fazer brilhar e é tão contagiante que me vejo sorrindo também - Quando meu filho me ligou dizendo que você iria passar aqui para me ver, eu confesso que não acreditei.

- Desculpe ter demorado tanto Abgail. Assim que eu retornei da França no ano passado teria sido educado de minha parte ter visitados os pais dos meninos e melhores amigos do meu pai.

- O meu anjo, não se preocupe com isso - os pais de Dom não usam o meu apelido no diminutivo como o filho, mas eles também aderiram ao apelido quando eu era criança - Meu filho nos manteve a par de tudo o que aconteceu. Dês do momento que você chegou, como foi sua vida no colégio. Ele queria que nós deixássemos que você viesse até nós, quando estivesse confortável. Ele sabia que se todos os amigos do seu pai fosse atrás de você, iria ser opressor - ela segura em meu rosto com as duas mãos, aproximando um pouco mais os nossos rostos e posso sentir a intensidade de seu olhar nos meus - Você se tornou uma mulher linda e extremamente forte Alice. Cada um de nós da sua família estamos muito orgulhosos e sei muito bem que o seu pai também está.

Sinto meus olhos marejarem, é tão bom escutar que eles me consideram da família. Não precisamos ter o mesmo sangue, apenas nos amarmos como uma. As palavras de Abgail me aquecem de uma forma que ela não tem ideia.

- Obrigada - digo com a voz um pouco rouca por causa que estou tentando segurar minhas lágrimas.

O mordomo volta anunciando que a mesa esta posta para que pudéssemos tomar um café da tarde. E tinha tanta coisa deliciosa sobre a mesa que fiquei perdida sem saber por onde começar. Como eu não sou de recusar comida e seria um desrespeito se não aceitasse, me senti bem a vontade para comer.

Nós conversamos muito enquanto comemos, falamos sobre a França, ela já tendo ido várias vezes para lá. Falei sobre o colégio interno. Conversamos sobre os acontecimentos depois que eu retornei e em alguns momentos ela chorou e me pediu desculpas por não terem cuidado de mim como o meu pai havia pedido. Eu tive que lhe dizer várias vezes que estava tudo bem, que eles não tem culpa de nada. Foi difícil mas ela finalmente parou de chorar.

Finalmente chegamos ao tópico do aniversário, e definimos várias coisas. Como o seu apartamento ficaria muito apertado para toda a família e alguns amigos decidimos fazer em outro lugar, na minha casa não vai dá, já que não queremos a presença de Sara e seu marido. Então Abgail decidiu fazer na casa dos pais de Natan, que fica na mesma região que minha casa, apenas um pouco mais para a frente. Vamos fazer um almoço e estender até a janta. Como será algo mais íntimo, definimos as pessoas que vão. Meus amigos, os pais dos rapazes, alguns poucos familiares da parte dos pais de Dom e alguns amigos que Dom quiser chamar.

- Não se preocupe com a parte da comida e bebida, pode deixar que Vanda e eu organizamos tudo - Vanda é a mãe de Natan, que eu também não a vejo a anos. O bom deste aniversário é que eu vou poder rever todos eles.

Assim que já está tudo certo eu decido que está na hora de falarmos sobre o real motivo de eu estar aqui. Mas quero fazer isso discretamente, que seja um assunto natural, assim ela não estranha e não fala nada para o Dominic.

- Sabe Abgail, esses tempos atrás as meninas e eu estava falando sobre a amizade de vocês. Que nós queríamos ter algo assim, uma amizade que duraria a vida toda.

- Nossa obrigada meu anjo - ela sorri levemente para mim - Nossa amizade é realmente de longa data. Mas não se engane se disserem que não tivemos alguns conflitos e discordâncias.

- Bom eu imagino que tenha tido mesmo até por que são pessoas com pensamentos diferentes - eu coloco um cotovelo na mesa e apoio meu queixo na mão, sei que é rude mas eu quero passar um ar de descontração, como se eu estivesse imaginando todos eles naquela época - O mais legal ainda é que todos vocês casaram entre si.

- Bom na verdade nem todos.

- Como assim ? - eu digo me endireitando e tentando parecer um pouco surpresa - Mas...se eu por todos os nomes na ponta da caneta que eu saiba todos vocês já eram amigos.

- Sim, e você esta certa mas tem uma pessoa que não fazia parte e que entrou no nosso meio assim do nada e de forma inesperada.

- A é? Quem foi ? - pergunto suavemente.

- A sua mãe - ela desvia os olhos dos meus, como se estivesse pensando ou se lembrando de algo - Na verdade quem fazia parte do nosso grupo era uma amiga dela. Seu pai e ela namoraram por um bom tempo e estavam bem apaixonados. Mas um acidente muito grave aconteceu e ela teve que se afastar.

- Meu Deus - digo com uma falsa surpresa, já sabendo quem é e o que aconteceu - Mas ela está bem ?

- Até onde sei. Ela está sim.

- Mas então, como meu pais se envolveram? - finalmente faço a pergunta que queria tanto. Só não esperava pela resposta.

- Aí é que tá, nós não fazemos idéia.

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