O espelho do Caos

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O Presente espelho

Uma vez, ganhei um espelho.

Ele límpido e reluzente, um de meus melhores presente.

Com borda feita da árvore de pinheiro, ele refletia e refletia meu exterior inteiro.

Tão encantado por se agraciar com meu reflexo verdadeiro

Eu peguei em sua moldura e resolvi pendura-lo em um lugar certeiro.

O espelho era grande demais, pesado demais, porém não me deixei abalar.

Todos me alertaram, mas com palavras rudes, eu os deixei para lá.

Uma, duas, três marteladas erradas, foi o que fez meu lindo espelho, inteiro, se quebrar.

- Mas que língua maia é essa? - Eu disse olhando atentamente para as palavras brilhantes em roxo na porta de vidro que estava fechada a nossa frente.

- Yeojin, é um poema.

- Tá, isso eu sei, mas o que ele quer dizer?

- É um poema - Vivi deu de ombros repetindo outra vez - significa o que você sentir que significa.

- Isso não faz o menor sentido.

- Você não contou que desvendou um poema do Ceifador uma vez? - Vivi se virou em minha direção confusa

- Sim, mas aquele era tão... sabe? - Tentei me explicar, mas acho que não estava indo muito bem - Ele parecia muito autoexplicativo e tinha todo um contexto. Esse parece meio... Ugh! Não faço ideia!

- É simplesmente - Vivi parou um tempo analisando o escrito - Okay, eu não sei o que significa, mas significa alguma coisa e a gente pode descobrir se continuarmos no caminho, agora anda! Continua empurrando.

- Tá bom, mas você é pesada, sabia? Vivi me encarou seria e aquele foi o sinal para eu parar de falar e continuar a empurrando.

Fazia pouco tempo que tínhamos saído do quarto em que Vivi me encontrou. Nós estávamos em busca das outras pela base subterrânea, pois aparentemente Yerim não só nos levou para esse lugar estranho, mas havia levado a base toda também. Vivi me contou um pouco da sua Alucinação, mesmo eu já tendo presenciados ela, e eu contei sobre a minha e então continuamos a percorrer a base até nos depararmos com essa porta dupla de vidro impedindo nosso caminho com esse poema misterioso. Uma coisa estranha sobre a base, era que sussurros pareciam nos guiar pelo caminho como se o lugar quisesse nos mostrar algo.

Havia alguns espelhos flutuantes espalhados pelos corredores, eles brilhavam em roxo e lembravam os espelhos que Yerim criava ao abrir um portal, porém esse eram apenas espelhos, pois em nenhum momento consegui atravessa-los. As coisas de vidro ou minimamente refletivas também tinham o mesmo efeito estranho em roxo e se você olhasse demais para qualquer um deles poderia sentir uma sensação horrível, como se estivesse sendo sugado por um aspirador de pó. Os sussurros disseram que era a penas a sensação de ser puxado para outra alucinação e isso serviu para que eu e Vivi, mesmo aflitas, tivéssemos mais força para continuar nosso caminho. Tudo que importava para nós era acharmos as outras.

- Estou ouvindo sons estranhos. - Vivi disse de repente.

- Estranhos como?

- Estranhos como vozes, parecem... olha!

Apocalipse de Im YeojinOnde histórias criam vida. Descubra agora