capitulo 3

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Eloá Gomes

Eu acordei essa manhã com vontade de fazer algo que a tempos não faço, que é cavalgar com minha égua Estrela, pelas estradas. Moro em um Haras, com meus pais e minha irmã Laura. Morar aqui, tem seus prós e contras. Não estou reclamando, longe disso. Eu amo esse lugar, a natureza, o cheiro de mato, o som do canto dos pássaros, o ar puro, os animais que temos aqui. Mas eu quero mais. Algo que ainda não sei, mais que sinto falta. Sabe quando te falta algo, que nem você mesmo sabe o que é?. Então, é assim que me sinto as vezes. vazia.

Vou para as janelas que já estão abertas, e olho para fora. Aqui criamos Cavalos Mangalarga Machador, temos muitos cavalos. São mais de 100 hectares de terras, no rancho destinadas apenas para a criação de cavalos. Também domamos e treinamos para competições. Temos pistas para treinamento, Redondel para a Doma, estábulos, Baias, galpões para guardar feno, selaria, farmácias e claro os pastos, e por aí vai. Tudo muito bem organizado, um paraíso, mais as vezes solitário de mais para mim. Tem uma saída muito grande de cavalos, sendo os mais caros os de competições por serem bem adestrados e treinados.

Montar cavalos e fazer competições já fez parte da minha vida. Eu já participei de muitas competições, e uma olimpíada de hipismo. Mas isso é passado.

Saindo dos meus pensamentos, Visto uma camisa xadrez com botão na frente, uma calça justa e vou pegar minhas botas De montaria na Selaria. Organizo meu quarto, não gosto de dar trabalho a Branca, ela trabalha aqui a muitos anos, eu era um bebê quando ela veio morar aqui no rancho.

- Bom dia Dona Branca. - falo a abraçando, a senhorinha mais simpática do mundo.

- Bom dia minha menina. Dormiu bem?

- Sim, tive uma ótima noite de sono, sem pesadelos. Estou até pensando em pegar Estrela para cavalgar. - falo pegando uma xícara de café e um pedaço de bolo.

- que maravilha minha menina, isso vai ser um grande progresso .

- também acho dona Branca. Já estava com saudades de passear com Estrela. E Meus pais já tomaram café?

- Sim querida. Seu pai foi para os estábulos, e sua mãe está na estufa. - Meu pai gosta de ajudar na lida com os cavalos. As vezes eu acordo cedo para ajudar também.

Minha mãe tem uma enorme estufa de flores e plantas, nos fundo da nossa casa, e passa bastante tempo lá.

- E a Laura dona Branca, já tomou café?

- Ainda não menina, quando Alzira foi limpar os quartos, disse que ela ainda dormia. - Laura é minha irmã mais nova, tem 18 anos, é a felicidade em pessoa. Fácil de fazer amizades, sempre encantando as pessoas com seu carisma. Muito diferente de mim, que sempre afasto as pessoas.

- Deve ter ficado estudando até tarde, ou falando com suas amigas. - Laura é muito popular, sempre rodeada de pessoas.
- Obrigado pelo café maravilhoso dona Branca. - enxaguo minha xícara. E sigo para os estábulos, e encontro meu pai e o senhor Sebastião.

- Oi papai, bom dia senhor Sebastião. - Sebastião é o domador aqui no Haras, e seu filho Ramon é o treinador.

- bom dia filha. Veio ver Estrela e cuidar dela?

- Sim. Mas também resolvi cavalgar com ela pelas estradas. - disse, e vi meu pai sorrindo, e com os olhos brilhando. - Que ótimo minha filha. Fico feliz que você está superando seu medo de montá-la.

- Sim pai, acho que estamos prontas para o próximo passo.

- faz muito bem menina, Estrela tá mais que pronta. - Diz Sebastião. Eu sorrio para eles, e vou até a Baia de Estrela, que quando me vê Relincha e estende o pescoço levantando a cabeça, em comprimento, vou até ela. - Oi Estrela.- Passo a mão em sua cabeça
- vamos dar um passeio hoje? O que acha garota? - falo beijando ela é alisando sua crina. Depois de escovar seu pelo, com calma começo a selar ela, com a manta, a sela e afivelo, a rédea e o cabresto...
- Boa garota. Agora vamos lá Estrela.- Então monto em Estrela com cuidado. Aceno para meu pai e saio para passear. Tem anos que não saio com Estrela para andar fora da pista. Não depois do acidente. E assim nos afastamos do rancho.

- Está tudo bem com você garota?- pergunto passando a mão sobre a sua crina. - Boa garota - falando com ela entretida não percebo que tinha pessoas andando no meio da estrada, e quando olho para frente tem uma mulher escandalosa gritando assustada com Estrela, o que fez com que ela parasse de andar. - calma garota está tudo bem. - falo para acalmá-la, e ouço a mulher falando;

- Quem é essa louca falando com cavalos, e que não olha por onde está andando?. - Falou com arrogância. - tem razão de você não vir aqui. - diz olhando para o homem ao seu lado.

- Me desculpe. Já faz tempo que não monto em Estrela, e tenho que está sempre falando com ela para acalmá-la. - digo envergonhada, não gosto de discussões.

- Bom dia Helo, sem problemas é compreensível, já que ela ficou um tempo parada se recuperando. - diz Dario. Ele é o filho mais novo de Francesco dono da fazenda Martinelli. - Sim Dario, ela está muito melhor agora. Não é mesmo garota?. - Falo passando a mão no pelo de Estrela. Quando volto a olhar para a mulher loira, que estava gritando a pouco por causa da estrela. Ela está agarrada a um homem como um bote salva vidas. E o homem é tão lindo que entendo ela, acho que também me agarraria a ele assim.

- me desculpem por tudo pessoal, e um bom dia a todos, tchau Dario.

Falo mais ainda olho uma última vez para o moço tão lindo, que a mulher estava agarrada a ele, que parecia meio incomodado com aquela situação, e vou embora com Estrela.

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