capítulo 34

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                ELOÁ GOMES

No momento em que vi um homem parecido com Corrado, não acreditei ser mesmo ele. Depois que me sentei no sofá esperando por Natália, não havia notado que um homem me observava até ele vir até mim. Primeiro me oferecendo uma bebida e depois me convidando para o tal nível 2 que nem sei o que significava. E mesmo negando, ele continuou insistindo e logo que avistei Corrado, o alívio que me abateu não tem nem nome. Ele me salvou, eu só quis correr para seus braços. Imagina se ele não tivesse intervindo, como me livraria daquele homem? Natália sumiu, me deixando só em um lugar desconhecido. Quando estava conversando com Corrado, que íamos para um lugar reservado. Morri de ciúmes da mesma mulher, demostrando intimidade com ele. Não esperei para ver mais nada, só queria dar o fora dali. Mas ele veio atrás de mim. Não resisti, eu não consigo me afastar de Corrado. Como poderia? Se desejo todos seus beijos para mim. Quero tudo dele. No momento em que ele me chamou para o nível 4, nem sabia o que era, mesmo assim não demonstrei nenhuma dúvida. Eu iria aonde ele me levasse. Quando nos beijamos aqui no quarto e ele perguntou se eu queria ir embora, vi em seus olhos desejos os mesmos que sinto por ele e não precisei refletir. Me entregaria para ele sem pensar. Nunca ninguém tocou meus seios ou minha... Sou virgem, então. Foi o melhor segundo orgasmo da minha vida, foi maravilhoso e não podia ser com outra pessoa. Só nos braços de Corrado, que me sinto segura e feliz. E deitada ali em seu peito nu, ouvindo seu coração bater, encontrei meu caminho. Estou apaixonada por Corrado e já não tem como negar. Temendo a minha descoberta e Envergonhada pela minha nudez,  procuro um lençol para cobrir meu corpo.
— fica assim linda. Gosto de ver você nua.
— Não me sinto a vontade assim.
— pois deveria se acostumar Eloá. Porque se você quiser estar em minha cama, terá que ser sempre assim, nua e preparada para mim. — acredito que meu rosto deve está vermelho. Porque após tudo que fizemos foi agora que veio a vergonha. Só ele está vestido e nem vi seu corpo todo nu. Nem sei o que responder e então mudo de assunto.
— Será onde está Natália? E se ela me procurar?
— Se bem conheço William, acredito que esteja em um desses quartos com ela. — não quero nem pensar sobre. Não é uma legal imaginar sua amiga transando.
— Vou ligar para Ângelo e pedirei para ele me avisar quando eles aparecerem.
— Ok. Obrigada, vou usar o banheiro enquanto isso. — anuncio me enrolando no lençol e correndo para o banheiro. Me tranco lá e só assim me permito respirar. Deixei Corrado tocar e beijar meu corpo. Até agora estou sentindo como se estivesse flutuando. Lavo meu rosto, arrumo meu cabelo o máximo que posso. Na hora que saio do banheiro, Corrado não está no quarto. Acho estranho. Procuro por minhas roupas e as visto. Sua camisa também não está mais aqui. Vou até o frigobar e pego uma garrafa de água e tomo lentamente, perdida em pensamentos. Quando meu celular toca me assusto e vejo que era Natália.
— Oi Natália, você sumiu.
— oi amiga, desculpa. Não estou me sentindo bem e precisei vir embora.
— Mas você foi embora sozinha, Natália?
— Não se preocupe Eloá. Amanhã, a gente se fala. — ela apenas despeja essas palavras sem sentido algum e desliga. Nada revelou e nem sei se ela foi com o carro. Ou se estava acompanhada. Como ela pode fazer isso comigo, sendo que foi ela que me arrastou aqui e se aconteceu alguma coisa com ela. Tento ligar para ela novamente, mas dá desligado. O que você aprontou, Natália?
Minutos se passaram e nada de Corrado chegar. Já estava preocupada. Meia hora depois, Corrado apareceu.
— por que você saiu do quarto e me deixou sozinha? — ele estava com uma expressão séria no rosto e o olhar frio não parecia em nada com o meu Corrado, aquele que estava aqui a uma hora atrás.
— Necessitei me ausentar para resolver alguns problemas. Você tem algum lugar para passar a noite? Ou planeja ir para casa?
— já passa da uma da manhã e não da pra ir para casa agora. E eu disse aos meus pais que dormiria na casa dos pais de Natália. Mas ela me ligou dizendo que já foi embora. Achei estranho, porque se ela me trouxe aqui, como pode ir embora sem mim? — o rosto de Corrado estava ainda mais fechado e não olhava em meus olhos.
— Você está sabendo de alguma coisa, Corrado?
— penso que o melhor é você conversar com sua amiga para saber Eloá.
— isso está ficando cada vez pior, Corrado. O que aconteceu com Natália? — grito com ele porque não vou ficar sem saber de nada.
— É uma coisa pessoal da Natália Eloá. É melhor você falar com ela. — piora cada vez mais.
— Vamos, vou te levar para minha casa.
— Você tem uma casa aqui?
— Sim. Estudei aqui por um tempo antes de ir para o exterior. Agora vamos. — Saímos do quarto e seguimos para o elevador sem trocar nenhuma palavra. Não entendo sempre que acredito que vamos nos acertar, alguma coisa atrapalha. Estou cansada disso.
Assim que saímos do elevador na garagem, Ângelo estava nos esperando. Ele chamou Corrado no canto e começaram a falar baixinho. Mesmo assim, peguei um pedaço da conversa.
— William está muito preocupado, Corrado. Não acredito que ele seja culpado.
— Complicado, Ângelo. Para onde levaram ela? — Será que estão falando de Natália?
— para a casa da Katia. Ela cuidará bem dela.
— me mantenha informado. A função e de nós dois não gosto de falhar em nada. Teremos que mudar alguns regulamento e acrescentar outros.
— Você tem razão. marcarei uma reunião para analisarmos tudo com calma.
— Certo. Vou levar Eloá para casa e... — fingi que estava mexendo no celular, não queria que eles percebessem que ouvi a conversa deles. Mas apertaria Corrado depois. Ele se aproxima após trocar mais algumas palavras com Ângelo.
— Vamos?
— Sim.
Assim sendo seguimos para seu carro. Onde ele tirou o Broche e escondeu em um compartimento do carro, eu nem reparei que ele o usava. Ele ligou o carro e saímos. Andamos por alguns minutos até ele parar em um prédio muito bonito e estacionar na garagem. Tudo em silêncio. Ele disse que seu AP ficava no quinto andar e seguimos para lá. O Apartamento era muito grande e espaçoso. O hall de entrada é integrado com a sala de jantar e a cozinha. Tudo era muito branco, desde o piso de porcelanato até as paredes cheias de quadros da família. O lugar possuía flores e vários porta retratos espalhados pelos móveis que compunha o local, tudo muito bem decorado. A mesa de jantar era branca, assim como as cadeiras estofadas. Tudo luxuoso.
— É aqui que passaremos a noite. Amanhã te levo para casa ou se sua amiga te procurar, levarei você até ela.
— o que aconteceu com Natália Corrado? Eu ouvi você e Ângelo falando sobre William e sobre Katia.
— Não gosto de mentiras. Sua amiga bebeu muito, estava muito ousada. William acreditou ser sinal verde, até porque eles já havia passado das preliminares e bem, sua amiga surtou, começou a chorar e chorar na hora de iniciar o ato. E William se desesperou e chamou Ângelo e eu. Resolvemos que levaríamos ela para casa de Katia. E ela está com Natália agora.
— nossa! — falo me sentando em uma poltrona da sala. E ela não quis minha companhia porque viu Corrado e imaginou estarmos juntos. Só a cabeça dura de Natália mesmo.
— Ela está bem, Eloá. E estamos cuidando para ela ter todo o apoio. Se William a machucou e ela quiser prestar queixa, vamos nos responsabilizar por tudo. — diz passando as mãos em seus cabelos nervoso. Então liguei os pontos.
— Você é o segundo dono? O que fica no anonimato. — ele me olha assustado e logo muda o olhar para Culpado.
— Sim.
— E por que não me disse?
— Que diferença faria?
— não sei, mas acho que eu não me envolveria com você.
— por que não? — Pergunta ofendido.
— Você pode ter a mulher que quiser e quantas desejar. Não vai querer uma menina boba como eu.
— quem disse que você é boba? Ou que eu não quero você?
— Não sei Corrado, estou confusa. E sobre Natália, não se preocupe, não é nada sobre o William ter a machucado, não.
— como sabe?
— Sou amiga dela Corrado, sei de tudo que se passa com Natalia.
— Nesse caso, o que aconteceu? Porque estamos todos ficando loucos pensando que tomaremos nosso primeiro processo. William está acreditando que vai ser acusado e julgado por estupro. — pude ver a preocupação em seu rosto. E isso me deixou entre a cruz e a espada e não podia deixar eles achando que tinha cometido um crime.
— É muito íntimo. Não vou entrar em detalhes, mas Natália sempre quis que... um... bem... seu irmão fosse... você sabe...
— Você acredita que por isso ela teve uma crise de choro? — ele pergunta espantado.
— Sim. E se for mesmo isso. O que tenho 98% de certeza, amanhã ela procurará William. Se ele nada forçou, pode ficar tranquilo.
— não, ele deu 100% de certeza que não forçou ela a nada.
— então é apenas Natália sendo Natália.
— Certo. Vamos, vou levá-la para seu quarto. E depois vou fazer umas ligações. — ele segue para dentro do corredor e vou atrás. Ele abre uma porta para mim entrar e é um quarto muito espaçoso e arrumado. Os lençóis da cama é azul, tem uma escrivaninha com um notebook, alguns papéis e uma impressora. Tem um enorme quadro na parede onde a cama está e o quadro é de um carro muito bonito desses antigos. A cama e enorme com lençóis azul escuro, parece macia. Continuo analisando o quarto que não tem nada muito pessoal e parece ser a cara de Corrado.
— uma faxineira vem aqui toda a semana para limpar e deixar tudo arrumado. Esse apartamento fica ao dispor da família toda. E está tudo limpinho. Acredito que tenha escovas de dentes novas na gaveta. Esse é meu quarto, se você quiser pode pegar uma de minhas camisas e vestir. Sinta-se a vontade. — Em seguida sai do quarto. Ele me tratou friamente desde que deixamos o Club nem parece o mesmo. E essa bipolaridade de Corrado me deixa com vontade de dar uns tapas nele.

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