capítulo 36

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         CORRADO MARTINELLI


Juro que tentei me afastar da Eloá quando estava com ela na cama do Club. Percebi o absurdo que havia feito, mas não consegui me sentir culpado não quando ela estava entregue a mim. Confesso que saí do quarto confuso, eu não queria fazer Dario sofrer. Logo após veio o problema de William com Natália, a menina teve uma crise de choro que assustou a todos nós, até que Katia conseguiu acalmá-la. Após conversarmos resolvemos que ela iria para casa de Katia.
William estava muito nervoso e preocupado, ele nunca deixa transparecer seus sentimentos, então acredito que foi mesmo demais para ele. Quando chegamos no AP dos meus pais. Inventei uma ligação, apesar de ter falado com Ângelo antes, mas era para me distanciar. Quase amanhecendo eu a vi tão linda, dormindo. Não pensei duas vezes em deitar e a envolver em meus braços. Acredito que adormeci. E na hora que acordei encontrei aqueles olhos verdes me observando. Eu me levantei e fui me recuperar ou transaria com ela ali mesmo.
Mas não adiantou não quando ela disse querer ser minha. Eu a desejava tanto que não resistir. Mandei a consciência pesada para o espaço e a fiz minha. E não pretendo deixá-la ir. Não quando somos tão bons juntos.
— Está se sentindo bem linda?
— estou sim. Só sentindo um pouco de dor. — me sinto um pouco mal. Mas o homem das cavernas dentro de mim grita possessivamente que ela foi só minha.
— A próxima vez será melhor, garanto. Agora vem, vou cuidar de você. — retiro a camisinha que estava suja, mostrando a prova de sua pureza. Eu a pego no colo e a levo para o banheiro. Lavo seu corpo com carinho, mesmo ela ficando envergonhada e a todo o momento escondendo seu rosto. Confesso que precisei me esforçar muito para não transar novamente com ela ali embaixo do chuveiro. Depois a enxugo. A carrego para a cama e deito com ela em meu peito. Não quero falar do Dario em nossa cama, mas teremos que arrumar uma forma de falar com ele.
Não foi minha intenção ser um Bastardo com ele. Eloá adormeceu em meus braços. Eu me levanto e ligo para uma padaria que meus pais sempre pedem quando estamos aqui. Trinta minutos depois o café está pronto e as coisas que comprei chegou. Vou até Eloá para acordá-la.
— Acorda Dorminhoca, eu comprei algumas coisas para tomar nosso café da manhã. — Ela olha para mim e cobre o rosto.
— Só mais um pouquinho.
— nada disso. Vamos que ainda temos que voltar para casa. — falo para vê se ela se levanta.
— tá bom, já estou indo para a cozinha, só vou ao banheiro. — Ela se levantou. Eu a segurei pelo braço.
— Está tudo bem? — Estou realmente preocupado.
— Sim. — ela diz tímida e vejo que ela está mentindo.
— tem certeza?
— Sim. — sem dizer mais nada, vai para o banheiro. Vou para a cozinha esperar por ela.
Fico pensando se estou fazendo certo, se não estou agindo por impulso e o quanto posso sair machucado disso tudo. É loucura apostar em outra relação. Mesmo que, só sexual. Não me envolvo com nenhuma mulher mais que duas vezes. É problema na certa. Estava perdido em minhas divagações. Não vi que Eloá estava na cozinha. Só percebo quando ela se senta ao meu lado.
— Huumm... pães de queijo e bolo de fubá. Quero um de cada.
— Sirva-se a vontade. — Digo observando ela pegar o pão de queijo e indo até onde está o café E servindo em uma xícara.
— Onde está o açúcar? — Vou até o pote e a entrego.
— obrigada. — fala com um sorriso tímido.
— Já tomou café?
— geralmente no momento em que acordo, não gosto de comer nada, só o bom e velho Café. — revelo me servindo com o café que havia preparado.
— Você deveria experimentar esse pão de queijo. Está ótimo. Não igual aos que Branca e Conceição faz, mas ainda assim maravilhosos.
— Vou ser obrigado a experimentar para julgar então. — informo me sentando perto dela.
— Sim, sim, concordo. — pego um pão e experimento. Ela me olha com expectativa e seus olhos são tão lindos e encantadores que deixo o pão no prato e a puxo para meu colo.
— Você é tão linda, Eloá. — Exprimo acariciando seus cabelos e beijando seu pescoço.
— sua pele é tão macia. Se não tivéssemos que ir embora, levaria você para cama e ficaríamos lá o dia todo. — confidencio seduzido por sua beleza que me encanta a cada vez que a olho não só o exterior com também o interior. A doçura de Eloá é contagiante. Ela fica com o rosto bem pertinho do meu...
— me beija Corrado. — Ela pede e beijo seus lábios e ficamos nesses amassos gostosos, cheios de toques e desejos quando o celular dela toca. Tivemos que parar, era Natália que ligava. Ela pede licença e sai para atender o celular. Fico sentado e termino de tomar meu café.
— Natália disse que vai me esperar na casa da mãe dela.
— tudo bem, passo lá e deixo você. Agora tome seu café para irmos. Devemos chegar antes do almoço.
— Tudo bem. — e em silêncio ela toma seu café. Quando terminamos juntos, lavamos o que sujamos, secamos e após guardar estávamos prontos para ir.
Ela estava estranha e eu não perguntei o porquê. Descemos de elevador e pegamos meu carro. A cidadezinha Vale do Café, ficava a quase 2 horas daqui. Continuamos, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Não fiz nada para contornar seja lá o que fosse. Já estava em conflito comigo mesmo. Não é fácil você ter por 8 anos uma convicção e do nada você querer quebrar todas. É complicado, difícil. Estávamos chegando a cidadezinha. Eloá estava virada para a janela, olhando a paisagem de fora.
— Onde fica a casa de Natália?
— na rua principal, perto da sorveteria. Mas se for te incomodar, pode me deixar na praça. — Disse parecendo chateada. E não entendi o porquê. Parei o carro antes de chegar na cidade em um acostamento. E me virei para ela.
— O que ouve? Fiz algo de errado?
— Não é nada. — responde, mas não olha para mim.
— Eloá, não faça isso, tivemos uma manhã maravilhosa, eu não quero brigar com você. Se arrependeu de se entregar pra mim. Foi isso? — Só agora, ela virou para olhar meu rosto e lágrimas saiu dos seus olhos. Me deixando confuso.
— Fale comigo Baby, o que ouve? Eu a machuquei?
— Não. — A voz dela estava embargada.
— Então o que ouve?
— Você só queria... E agora que conseguiu, não quer ficar na minha presença. — ela deu a entender que eu só quis usar ela. Isso me ofendeu.
— De onde tirou essa ideia, Eloá?
— seu jeito estranho. Me afastando quando disse que Natália estava me esperando na casa dela. Eu queria ir com você, já que estávamos indo para o mesmo lugar. E você parecia estar doido para se livrar de mim. — Ela diz magoada e tentando conter as lágrimas.
— Não é o que esta pensando, Eloá.
— Nesse caso, me explique Corrado. — Ela pede, esperando uma explicação da minha parte.
— não pensei que fosse magoar você Eloá, mas imaginei que você iria querer ver sua amiga e saber o que aconteceu. E voltar para casa com ela, já que vocês saíram de lá juntas. Só isso. Não estou querendo me livrar de você. Jamais, até porque meu desejo era de passarmos o dia juntos. E também moramos a poucos minutos de distância. Você pode ir a minha casa a hora que quiser.
— posso? — Ela pergunta com o olhar esperançoso. E me desarma mais um pouco. Como ser indiferente a Eloá?
— Claro quando quiser. — afirmo e ela me abraça e eu retribuo o abraço, beijando seus cabelos. Eu não sou de ser carinhoso, mas Eloá consegue trazer o melhor de mim. — Agora pare de chorar e quando tiver alguma dúvida ou problema, me pergunte antes de tirar as conclusões. Tudo bem?
— Sim. E obrigada por me entender.
— por nada, minha linda. — dou um selinho em seus lábios. — agora vamos lá, quer ir comigo para casa? Ou ficará na casa da Natália?
— Se eu for à casa de Natália, a noite posso ir na sua casa te ver?
— Claro. Vou te esperar, certo?
— Sim. Então verei minha amiga maluca.
— Sabia que escolheria vê-la. — Digo rindo de Eloá. Ela é muito transparente e julgo que nem percebe.
— Por que você está rindo Corrado?
— você, Eloá, é muito transparente.
— É ruim?
— Para mim não. É bom que vou sempre saber se te magoei e tentar corrigir. Sou um poço de confusão, Eloá. Então te peço para ter paciência comigo.
— tudo bem. Prometo ter paciência. — Ela diz sorrindo para mim. Pego sua mão e levo aos meus lábios e a beijo. Depois coloco sua mão em minha perna e conduzo o carro para seguir viagem e vamos para a casa de sua amiga.
Chegando lá, parei o carro e ela antes de descer se livrou do cinto de segurança e me deu um beijo na boca, muito entusiasmada.
— Se divirta! E juízo vocês duas em.
— eu tenho muito juízo Corrado.
— Sei Eloá, acredito! Agora vai antes que te levo daqui para o chalé.
— Tá bom. Até mais tarde.
— Até. — Ela beija meus lábios de novo e sai do carro feliz e me sinto bem. Não quero que ela se sinta usada. O problemático aqui sou eu. Assim que vejo que ela entrou na casa da amiga. Eu sigo viagem para o chalé. Pensando se vou conseguir confiar de novo.

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