Meu Caminho Até Você

capitulo 16

Corrado Martinelli

*-* *-* Dia da discussão *-* *-*

Depois que saí da casa dos meus pais estava me sentindo como a 8 anos atrás, quando perdi tudo que amava e minha vida perdeu sentido. A dor me consumiu por inteiro só restando tristeza e solidão, porque me senti tão sozinho e perdido. E foi ali pela primeira vez que eu chorei e chorei como nunca antes, e jurei para mim mesmo, nunca mais da poder a alguém para me machucar, porque sim, eu dei o poder a parti do momento que a gente deixa alguém se aproximar, ela tem munições para nos ferir. Naquela noite uma parte minha morreu, aquela que confiava nas pessoas, que acreditava nelas. E restou apenas o cara Frio e calculista, que invés de ser ferido, fere. Podem me chamar de arrogante, imbecil, o que for, mas jamais vou permitir ser machucado novamente. Diferente de antes, agora eu sabia para onde ir. Eu estou indo para um lugar que chamo de meu refúgio. Eu o encontrei quando tudo estava desmoronando em minha vida. Eu chego no meu hotel fazenda, e saio do carro. Já estava amanhecendo. Eu nunca falei desse lugar que fica em Piedade do sul, para ninguém. Pode parecer egoísta, mas que seja.

- Bom dia Sr. Corrado, seu chalé está organizado, do jeito que sempre deixou. - Diz Samantha.

- Ótimo. Não quero ser incomodado.

- Sim Sr. Corrado.

E pego minhas chaves, e vou andando para meu chalé com a cabeça a mil. Eu comprei esse hotel fazenda quando o dono tinha perdido tudo, até a razão de viver, ele estava na pior ele tinha perdido a mulher e o filho e tudo naquele lugar lembrava deles, e ele não suportava aquela dor aquelas lembranças, Não quando em cada canto os via. Eu estava ali a umas 2 semanas arrasado, quando vi a placa de venda e tinha gostado do lugar fechei negócio com o dono, acabamos criando uma amizade, depois de muita conversa e bebidas, alguns meses depois resolvemos abrir um negócio, onde eu entrei como sócio, com o capital, e ele fez acontecer. Os dois quebrados, jurando nunca mais serem usados, fecharam uma sociedade. E hoje temos um dos melhores e mais exclusivos clube do país, o Club Dell'Ângelo, várias filiais espalhadas por todo o Brasil, e em alguns países . Isso me rendeu uma bela fortuna nesses 6 anos, outro negócio que minha família não sabe. Depois que perdemos a confiança não tem concerto, é só ladeira a baixo. Saio dos meus pensamentos, e olho para meu chalé, sim esse é só meu, não é permitido ser usado por ninguém. Ele é todo de madeira, é bem luxuoso, tem dois andares, onde o segundo fica um quarto com uma cama King size, um roupeiro, banheira de hidro com vista para mata, tem um sofá, banheiro, uma varanda com rede e com uma vista privilegiada embaixo e uma pequena cozinha interligada com a sala. E o melhor longe o bastante para não ser incomodado, é perfeito para paz que preciso. Tiro minhas roupas, como sempre que tenho tempo venho aqui tem roupas minhas e algumas coisas pessoais. Vou para o chuveiro tomar um banho para pensar na merda que está minha vida. Minha mãe me tira do sério. Tudo que aconteceu é difícil demais de perdoar, não tem como conviver com ela, não sei porque eu ainda tento. Depois do banho desligo meu telefone. Visto uma cueca e bermuda, e só. O bom daqui é que posso ser livre. Me Sento na varanda e fico ali contemplando a beleza do lugar, e pensando em fazer uma trilha. Saio bem tarde para almoçar no restaurante do hotel e assim o dia passa.

^-^ ^-^ ^-^ 2 DIAS DEPOIS ^-^ ^-^ ^-^

Estava aproveitando tão bem a minha solidão, que até esqueci do mundo exterior. Quando ouvi alguém bater na porta, vou até lá ver do que se tratava, e quando eu a abro, não me surpreendo.

- Sabia que estaria aqui.

- Claro que sabe. - Falo deixando ele entrar. - Está me perseguindo é?

- Você deixa sua família toda louca preocupada com você, e está aqui em um retiro. Não tem coração Corrado?

- Conta outra Ângelo. Minha família está pouco se fudendo pra mim.