capítulo 52

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                   CORRADO MARTINELLI

                        10 DIAS DEPOIS

Eloá está na minha cobertura há 15 dias e já está conseguindo dar um pouco mais de cor no lugar que só habitava escuridão. A pequena mudou todas as cortinas por cores brancas e neutras e, quando eu saí mais cedo do trabalho, fomos juntos a uma loja para trocar os forros de cama por tons claros, porque ela disse que não suportava aquelas cores escuras. Aos poucos, meu apartamento está ganhando vida. Eloá era o que faltava para me fazer sentir vivo e feliz. Paolo bate na porta e entra.
— Estou vendo que Eloá está mesmo te transformando em um cara melhor. Você está até sorrindo, cara, e nem está estressado. — fala Paolo enquanto se senta em uma das cadeiras perto da minha mesa.
— Eloá é a minha luz. Ela está trazendo cores para minha vida, meu irmão.
— Estou tão feliz por você, Corrado. Você não tem ideia. Fico pensando que se não fosse pela suposta venda do Haras, você nunca teria conhecido Eloá. — ele tem razão. Se não fosse por isso, nunca teria colocado os pés na fazenda novamente.
— Eloá conseguiu me fazer confiar e me entregar novamente. Eu estava com dúvidas no início, com medo. Mas agora não tenho dúvidas, sei dos meus sentimentos por ela e quero viver para sempre ao lado dessa menina.
— Hum, futuro a longo prazo, em?
— Ilimitado, meu irmão. Eu mandei um buquê de flores para ela hoje, com uma caixa de bombons, e ela me ligou falando que só iria comer os bombons quando eu chegasse em casa.
— Só Eloá mesmo, Corrado. — Trocamos mais algumas palavras sobre nossa vida pessoal até entrarmos no modo profissional.
— Você tem certeza de que é essa pessoa que está fornecendo as informações para os Smirnov? — pergunta Paolo. São a porra dos malditos russos. Estamos tendo alguns problemas com as exportações. Descobrimos que eles estão querendo nos sabotar. É muito suspeito. Tenho que falar com Ângelo porque acho que isso é alguma represália por causa do nosso clube, e bem, Paolo ainda não sabe que sou sócio.
— Quase 100% de certeza. E quando todas as minhas dúvidas forem sanadas, vou acabar com ela. — A pessoa tem que ter muita fé nela mesma para fazer toda essa merda e ainda ficar em nossa empresa.
— Como pretende pegá-la?
— Simples, plantei três informações diferentes e a primeira que vazar será... — Digo, deixando Paolo completar o raciocínio.
— A pessoa que está divulgando nossas informações aos russos.
— Exato. — Digo, mas paro quando ouço uma discussão do lado de fora da minha sala. Levanto da minha cadeira, vou até a porta e a abro, e vejo Vilma ofendendo Eloá, que não baixa a cabeça.
— ... a caipira conseguiu o que queria abrindo as pernas para o moço da cidade grande. Você é muito baixa, caipira. Seu lugar é... — Eloá não permite que ela termine a frase, dando um tapa em seu rosto bem estalado, fazendo com que Vilma se afaste com a mão no rosto.
— Nunca mais fale de mim assim, sua secretária de meia tigela. Eu não precisei abrir as pernas para conquistar Corrado, diferente de você... — ela para e enfrenta Vilma com o olhar. — Eu não sou falsa e não jogo sujo. Sua mal-amada. — Eloá não deixa se abater falando tudo sem se exaltar. Vilma estava para revidar o tapa quando eu intervenho.
— Vilma, se você disser mais uma palavra contra minha mulher, sua situação vai se agravar a níveis alarmantes. — Digo numa voz perigosamente elevada.
— Me desculpa, Sr. Corrado. Ela estava...
— Chega, Vilma. — Brado. — Depois teremos uma conversa séria. Venha, Eloá, vamos conversar em minha sala. — Assim, dou passagem para que Eloá entre em minha sala e fecho a porta atrás de nós.
— Está tudo bem, amor? — Pergunto, olhando em seus olhos. — Carlos te trouxe aqui, hum?
— Sim, eu disse que queria fazer uma surpresa para você. — Ela dá de ombros...
— Eu estou amando a surpresa. Venha. — Puxo sua mão. Paolo se levanta da poltrona.
— Oi, cunhada.
— Olá, Paolo. Me desculpe por interromper a reunião de vocês dois. — Ela fala envergonhada.
— Não interrompeu nada, meu amor. Sempre vou ter tempo para você. — Digo, beijando seus cabelos.
— Vou indo para minha sala, e seja bem-vinda à empresa, Eloá. — Paolo sai, nos deixando a sós. Eu pego as mãos de Eloá e a guio para a minha mesa. Sento em minha cadeira e a coloco em meu colo, e beijo seus lábios.

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