capitulo 11

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ELOÁ GOMES

Esses últimos dois dias foram tão difíceis pra mim, meus pais ainda não me cobraram uma posição mas não vai demorar. Está pra começar as inscrições para o campeonato de hipismo, e sei que eles esperam que eu participe. Mas, não vai acontecer.
Estava saindo a cavalo para tentar pensar fora de casa, quando vi Corrado. Quando ele me convidou para ir em um riacho não pensei duas vezes. E que lugar lindo, não sabia que existia. E Nem, que, o pertencia. Eu não entendi do porquê, pedi para que ele deixasse eu deitar minha cabeça em seu peito. Mas, Corrado me passa segurança e confiança, e senti, mesmo que, muito singelo o beijo que ele deixou em meus cabelos.
- Tem sido dias difíceis para mim.
- por que?.- ele pergunta parecendo incomodado com a aproximação.
- Não quero falar sobre. Desculpe-me. Mas as vezes os meu pais, esperam demais de mim. E não sei se sou capaz de superar suas expectativas.
- não precisa pedi desculpas Eloá. E, As únicas expectativas que você tem que superar são as suas. Você que não pode se decepcionar menina, sempre lembre-se disso. - Era tão gostoso ouvir a voz dele deitada em seu peito, sei que é muito íntimo, mas ficaria aqui para sempre. Queria tocá-lo, mas acho que seria demais. Então me afasto, mesmo querendo ficar um pouco mais.
- Você tem razão... É... Muito obrigado, me sinto melhor.
- que bom Eloá. - Corrado é tão distante e frio. Mais ao mesmo tempo é quente, é contraditório eu sei.
- Huum... Já sei o que eu vou fazer. -digo, então me levanto, retiro minhas botas, e vou até o riacho para molhar meus pés, a água está fria mas é agradável, e me faz me sentir bem, pelo menos por agora, e para mim é o suficiente.
- Venha Corrado, molhar os seus pés aqui comigo, a água está tão Fresquinha. - Convido, enquanto brinco de molhar os pés. Observo seu rosto, que está impassível de qualquer reação, mais não tira os olhos do meu corpo. E me sinto envergonhada, mais não deixo que ele perceba, não quando meu maior desejo e que ele possa se sentir atraído por mim.
- Não, obrigado, vou ficar onde estou. - diz olhando para minhas pernas, estou de calça justa. me sentindo corajosa, me agacho e com as mãos recolho um pouco d'água, e as jogo pra cima, e algumas gotas o atingem, percebo o momento que ele fica ainda mais nervoso, e balança a cabeça em desaprovação.
- Você nunca sorrir Corrado? - Pergunto curiosa, nunca o vi sorrir, é tão estranho uma pessoa que vivi com as feições sérias. Não que eu esteja reclamando, ele e lindo de qualquer forma.
- Não tenho motivos para tal. - diz com o olhar afiado. E acabo sorrindo para ele, e vejo ele se acomodando melhor na pedra, e com vontade de me aproximar mais dele digo:
- Tudo bem senhor sem motivos para sorrir. Vai ser minha missão te fazer sorrir. - digo olhando para ele com minha melhor cara de desafio, ele semicerra os olhos.
- sinto muito ter que lhe informar garota, mais você vai falhar nessa sua missão. - Ele diz frio, e isso deixa um desafio explícito pra mim. Corajosa pergunto;
- Isso é um desafio Sr. Martinelli? -Pergunto para tirá-lo do sério, para quem sabe assim tirar alguma reação dele.
- Com certeza, senhorita Eloá. - Ele usa um tom de desdém, ele ainda está sentado na pedra e olhando para mim.
- eu aceito o desafio, e que vença o melhor. - sorrio para ele, que me olha de volta em desafio com uma sobrancelha levantada, e, como ele fica sexy assim. Eu vou andando em sua direção, e, paro em frente a ele, faço minha melhor cara de mulher decidida, e vejo que consegui atrair sua atenção, porque ele se levantou da pedra. E meu senhor, como esse homem é grande e forte, chega me deixar sem ar.
- Você já perdeu Corrado, e vou querer um prêmio quando eu ganhar, viu?. - Digo ousada, e ele parece surpreso com minha ousadia, porque vejo um brilho diferente em seu olhar. Ele se aproxima ainda mais de mim, prendo minha respiração, quando estamos a milímetros, de encostar nossos corpos, posso sentir até o calor do seu corpo.
- E qual seria seu prêmio garotinha?.- ele pergunta com a voz rouca, parecendo um pouco afetado com nossa aproximação, olhando em meus olhos, e para meus lábios, me deixando desejosa para que ele me beijasse.
- Pode parar de me chamar de garota, ou menina Corrado, sou muito mulher. posso provar se quiser. - Digo instigando ele, e nem eu mesmo me reconheço, mais ha algo em Corrado me incita a ser corajosa. Estou sentindo um calor, meu corpo está tremendo, tento não deixar minha respiração ficar muito rápida.
- É mesmo Eloá. Então eu quero que me mostre que é uma mulher, e não uma Garotinha. O que vai fazer para provar?. - Ele pergunta, com a voz mais rouca ainda, e vejo seu olhar afiado, esperando minha reação, Sei que ele está querendo me intimidar, ainda mais quando ele coloca seu rosto na altura do meu, posso sentir sua respiração tocando meu rosto, e me olha com aqueles olhos azuis penetrantes, que consegue enxergar minha alma. meu coração se acelera tanto que parece que vai saltar pra fora do peito, Eu estou sentindo meu corpo tremer, e minha respiração ficar ainda mais rápida. Eu nunca senti isso antes, estou assustada, e com isso perdi toda minha coragem.
O que eu posso fazer para mostrar a ele que não sou uma garotinha?, beijá-lo? Isso não provará nada, não é? Não sei o que um homem como Corrado deseja em uma mulher. Acho que ele viu a dúvida, e o medo em mim, porque ele levantou uma sobrancelha, e repuxou os lábios num tipo de sorriso arrogante, e irônico disse;
- Foi o que eu pensei, você não passa de uma garotinha. Fica querendo brincar de mulher, quando não passa de uma menininha, vá procurar garotos da sua idade. - o que ele disse me deixou possessa de ódio dele, que quando vi minha mão acertou em cheio seu rosto, e passei por ele correndo, não querendo que ele visse as lágrimas que já caía dos meus olhos. E fui em direção a Estrela, tentando controla a vontade que estava de gritar, e com as minhas botas em minhas mãos montei em Estrela, e sem olhar para ele disse;
- Você é um cretino sem coração, arrogante e idiota Corrado. - e assim saio a galope com Estrela, como pude pensar que poderia seduzir alguém como Corrado?.
Como fui boba, que raiva de mim mesmo, e assim fui para casa chorando enquanto galopava para longe dali, e para longe dele. Quando estava um pouco mais calma, já estava perto de casa, a vontade de chorar tinha passado, e então coloco Estrela em sua Baia depois de ter tirado a sela dela, e já a alimentei e tudo.
Entrando em casa, minha mãe me vê antes de conseguir subir as escadas.
- O que aconteceu filha? Andou chorando?
- Não é nada mãe.- falo não olhando em seu rosto, para não ter que responder perguntas que não tenho respostas.
-Você sabe que pode falar comigo qualquer coisa Eloá.
- eu sei mãe, e agradeço. Mais agora só preciso ficar sozinha. - E assim vou para meu quarto. E entro em meu banheiro, onde só lá permito pensar na merda que foi tudo que aconteceu no riacho.
A culpa foi minha também, como posso medir forças com um homem como Corrado?. eu bati em seu rosto, e agora? Eu fui longe de mais, e ainda chamei ele de nomes horríveis, como posso vê-lo agora o que fiz. Estou me sentindo culpada, magoada e burra, Acho que o melhor que faço é para de ver Corrado, ou isso acabará comigo. Porque só suas poucas palavras me magoou assim, imagina sua rejeição, não, a melhor coisa que faço é me afastar.
E então adormeço em meu quarto, minha irmã que vem me chamar para o jantar.
- Vamos dorminhoca, levanta para jantarmos. Anda Eloá. Nossa mãe disse que se você não for jantar ela vai te arrastar dessa cama. - sabendo que mamãe podia muito bem fazer isso me levanto.
- já levantei Laura, satisfeita?
- Só quando me contar o que aconteceu para ficar assim. - Diz me analisando. Eu não vou contar para minha irmã o que aconteceu comigo. Vergonha alheia querer seduzir alguém falhando miseravelmente, e ainda estapeando sua cara por ter falado apenas o que pensava.
- Não é nada demais Laura, é coisa boba.
- Mamãe e papai acham que tem algo a ver com as inscrições das competições de hipismo.
- Para falar a verdade não tem nada a ver Laura, por algumas horas tinha até me esquecido disso. Mas você sabe bem que isso não vai acontecer. Não tenho mais nenhum desejo de competir. Ainda mais que para vencer teria que treinar com outro cavalo, e isso está fora de cogitação.
- Você só esqueceu de avisar nossos pais sobre isso, sabe que estão todos esperando você voltar.
- Só estou ganhando tempo para a discussão do século.
- Te entendo minha irmã, papai e mamãe quando querem, conseguem tirar a nossa paz.
- Só espero que eles respeitem minha decisão. - falo sentida.
- Seja firme Eloá, que assim eles não terão outra escolha.
-Eu sei Laura, e estou irredutível quanto a isso.
- Isso Eloá, você está certa.
- agora vamos deixar essa conversa para quando chegar a hora, e vamos jantar porque estou faminta. - e assim mudamos de assunto e fomos para a cozinha, mais virava e mexia eu podia ver os olhos de Corrado, sua postura arrogante, e seu olhar de triunfo sobre mim, depois o tapa que acertei em cheio em seu rosto. Eu mandei uma mensagem para Natalia para que ela pudesse vir até aqui para gente conversar.

Eu: Natalia você poderia dar uma passada aqui em casa amanhã?

Natalia: é urgente Eloá? Se for, vou agora mesmo.

Eu: não amiga, só preciso desabafar

Natalia: aconteceu alguma coisa amiga?

Eu: sim amiga, aconteceu

Natalia: o que você aprontou Eloá?

Eu: ah! amiga eu penso que fiz uma merda grande.

Natalia: sabia, você só quer desabafar amiga quando você faz alguma coisa que acha que está errado.

Eu: aí amiga eu acredito que dessa vez eu fui longe de mais.

Natalia: você roubou alguma coisa amiga?

Eu: não tem nada a ver com isso Natalia.

Natalia: desculpas amiga. Amanhã eu apareço aí cedinho.

Eu: te espero.

Natalia: pode esperar, só não vou agora porque está muito tarde. Vou dormi curiosa.

Eu: tá amiga, beijos até amanhã

Natalia: até amiga, se cuida.

Então deito em minha cama e tento dormi, com o turbilhão de emoções que estão em meu peito.

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