capítulo 22

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               CORRADO MARTINELLI

Enquanto Eloá foi resolver suas coisas, eu fiquei trabalhando como podia com meu celular e por sorte estava com meu notebook. Não gosto de ficar parado, já chega que ficar na fazenda me sufoca. Quando ela voltou, após ter pago suas contas, eu fui ao correio, encomendei alguns acessórios para meu escritório, poderia ter pedido algum funcionário para pegar para mim, mas já que estava aqui com Eloá, aproveitei para pegá-los. Quando estava voltando para o carro encontro Wallace.
— Corrado?
— Sim.
— Sou eu Wallace.
— está diferente, Wallace. Quase não o reconheci.
— estou mais bonito, não é mesmo? — pergunta fazendo a mesma piadinha que fazia na faculdade.
— Vejo que não mudou nada.
— Sabe como é Corrado uma vez piadista, sempre piadista.
— Certo.
— Você não apareceu na minha casa na sexta-feira. A galera toda esperou por você lá.
— Tive alguns imprevistos que me impossibilitou de ir. — digo não querendo dar detalhes do desastre daquela noite.
— Vanessa está ali na loja de calçados. — Vanessa passou muitas vezes por minha cama na época da faculdade.
— falando nela.— Wallace  indica e me viro e vejo Vanessa. Seus cabelos continuam loiros e estão soltos, olhos verdes brilham olhando em nossa direção. Ela tem um corpo cheio de curvas, está usando uma roupa ousada. Não posso negar que Vanessa continua linda.
— Corrado? — Ela pergunta
— É ele mesmo. — Responde Wallace. Não estava preparado para o abraço dela ou o beijo no rosto.
— quanto tempo Corrado, está ainda mais lindo que eu me lembrava. — Diz com a voz sedutora e me avaliando com o olhar.
— Você também está linda, Vanessa.
— Vamos marcar de nos ver qualquer dia desses, Corrado. — Diz se insinuando.
— Me convidem. — Diz Wallace com gracinha.
— Tem um Club privado chamado Club Dell’Ângelo na cidade de Albuquerque. Dizem que ele é superexclusivo e tenho um amigo que pode me dar passe por uma noite. — Ela está falando do Club que sou sócio de Ângelo. Esse dessa cidade ainda não tive a oportunidade de visitar mais era um frequentador assíduo do Club de BH.
— Eu já fui lá algumas vezes, ainda não faço parte porque é só para as pessoas com dinheiro, mas é bem Interessante.  Você já esteve lá Corrado? — Perguntou Wallace.
— nesse de Albuquerque, ainda não.
— Mas já esteve no de BH? Dizem ser ainda mais foda. Tem alguns andares peculiares.— Não posso negar que alguns Andares são mais interessantes que outros.
— Para quem curte algo diferenciado, esse Club é perfeito.
— vamos ao clube hoje, já que é sexta-feira? — pergunta Vanessa
— eu não posso. — É a verdade porque tenho que recuperar o tempo que passei fora do trabalho.
— E no domingo?  — pergunta Vanessa olhando para mim, mordendo os lábios.
— Posso ver se consigo comparecer.
— Certo. Vamos nos falando  para combinarmos. — disse Vanessa.
— Eu estou dentro. — declara Wallace. Vanessa chega perto de mim e esfregando seus seios em mim e diz:
— Estou ansiosa para domingo a noite, ate lá Corrado. — e sai na nossa frente.
— Ela ainda quer você, pelo visto. — ignoro o comentário de Wallace.
— Bom te ver Wallace, tenho que ir agora.
— tudo bem, até domingo. — e assim faço meu caminho para a caminhonete. não estou animado para ir no Club não. Vanessa já me fez sentir muito tesão, mas não mais. A única mulher que vem a minha mente quando penso em sexo é a que está em burrada na porta do meu carro, fingindo não me ver. Essa sim me Desperta tesão e desejos.
E quando ela me chamou Sr. Martinelli, não pensei duas vezes antes de provocá-la e ver a reação do corpo dela só com minha voz foi muito satisfatório. Imagine o que não faria com meu toque em seu corpo.
Saio dos meus devaneios. E então vamos para o supermercado onde eu pago por suas compras, seria injusto deixá-la pagar, sendo que tenho mais dinheiro que posso gastar em duas vidas.
Depois ela para na padaria onde espero no carro já cansado e entediado. Meu irmão Paolo me liga.
— Boa tarde Corrado, tenho uma notícia não muito agradável para te fornecer.
— Diga
— Você sabe que hoje tive uma reunião no seu lugar com Rick.
— Sim me lembro bem dessa reunião. Ocorreu tudo bem?
— Quando chegamos ao restaurante, nos sentamos e começamos a falar sobre os negócios. Ele estava falando sobre a cafeteria que queria abrir da nossa franquia e sobre o café. Estávamos fechando negócio quando Walter entra no restaurante.
— O que aquele desgraçado estava fazendo lá? — Meu sangue ferve de ódio.
— Me pareceu que ele estava numa reunião de negócios. Quando ele me viu, ficou sem jeito, constrangido. Eu também não soube bem como reagir. E então ele chegou perto de nós e nos cumprimentou.
— Filho de uma puta, como tem essa coragem depois de tudo.
— ele estava realmente sério, Corrado e parecia querer falar algo, mas já que não dei atenção ele se foi. Mas antes ele perguntou por você. — Eloá estava se aproximando, tentei não transparecer a raiva que estava sentindo, mais não sei se consegui. Abri a porta para ela.
— ele não teve essa audácia. Ele está brincando com fogo. Teve muita sorte que eu não estava ou teria coragem de terminar o que comecei a anos atrás. — acredito que fechei a porta com força demais. Mas falar de Walter é como colocar pimenta em ferida aberta.
— Já não passou da hora de vocês conversarem, Corrado?. Suponho que vocês deveriam se falar.
— não tenho nada para falar com aquele imbecil e Covarde. E se você quer continuar em paz comigo. Não repita nunca mais essa frase.
— Ok, Corrado. Não está mais aqui quem disse.
— Preciso ir, vou tentar digerir tudo que acabei de ouvir
— Foi mal Corrado. Só supus que você deveria saber
— Ok, Paolo, até mais. — Logo que desligo tento me acalmar um pouco e então entro em meu carro. Eloá me desestabiliza ao me ofereceu um café e um pão de queijo, não estava esperando. Mas para não discutir como no outro dia eu aceitei. Gosto da companhia de Eloá, mesmo sendo algo tão Improvável pra mim. Ela falando que jamais esqueceria que eu gostava de café sem açúcar me deixou confuso. Dou partida no carro e vamos em direção ao Haras.
— muito obrigado Corrado por ter se disponibilizado a vir comigo a cidade. Sei que não precisava realmente vir aqui. Significou muito pra mim. — Ela me olha com um brilho no olhar que me deixa desconcertado.
— Disponha. — digo porque não tem mais o que falar. Eloá é a única que consegue sempre me deixar sem resposta.
— Você vai fazer algo nesse fim de semana?
— Só trabalho. por quê?
— por nada. Não quero ser chata ou pegajosa.
— Pode falar Eloá, sabe que sou sempre sincero. Se eu achar algo assim, eu direi. — desvio o olhar da estrada só para olhar para ela um instante.
— É que se você quiser... E não estiver muito ocupado, poderia ir amanhã no Haras para hum!.. — ela fez uma pausa e mordeu nos lábios e aquilo mexeu comigo.
— Fale Eloá. — A vontade que tenho é de parar o carro e puxá-la para o meu colo e beijá-la é gritante. Chego a apertar as mãos no volante para não dar vazão aos meus desejos.
— para... hum!.. nós conversar. — Então ela fecha os olhos, acredito que com medo da minha reação.
Será que sou tão amargurado assim que a pessoa teme em me pedi algo tão simples com medo da minha reação?. Não querendo ser mal educado ou acabar com o progresso que tivemos, e então eu aceito.
— tudo bem. Eu vou sim. Mas terá que ser a tarde, pode ser? — vejo o olhar surpreso e depois o sorriso mais lindo que ela já deu sendo direcionado a mim.
— Ótimo Corrado, vou te esperar, tá?
— Sim. Mas o que seu pai vai pensar da minha visita? Hum?— não tenho medo de nada nem ninguém. Sou um homem adulto, mas não gosto de ser interrogado.
— não seria melhor você ir até o meu chalé?
— Não quero ser um incomodo para você. — diz tímida
— Não será incômodo algum, eu a estou convidando.
— tem certeza?
— Sim.
— sendo assim, eu vou. — mas percebo que ela estava temerosa.
— Não precisa ter medo Eloá. Não vou fazer nada com você. A não ser Claro que você queira. — Ela ofegou quando eu disse a última frase e olhou para mim com olhar de curiosidade. Não me tente menina, venho há tempos desejando-a e não sei por quanto mais serei o bom moço com ela.
Julgo que consegui deixar Eloá sem palavras. E Isso é engraçado.
Quando eu vejo já estou na porta de sua casa. Nem percebemos o tempo passar.
— Entregue sã e salva.
— muito obrigada Corrado. — Ela me surpreende me dando um beijo no rosto e o toque suave de seus lábios em minha pele me deixou aceso e puta merda, é o pior lugar pra se ter uma ereção. E quando olho para seu rosto, sua bochecha está rosada. Ela beijou meu rosto e ficou com vergonha. Só essa menina mesmo.
— Por nada Eloá. — tento dizer no tom mais neutro que consigo. — Até amanhã!
— Até! — e ela sai ligeira com suas sacolas nas mãos. E eu ainda fico parado lá olhando ela entrar em sua casa.
Eu estou muito ferrado e não querendo pensar sobre o que isso pode significar. Ligo meu carro e vou para o chalé.
Chegando lá encontro Conceição e Cida.
— Boa tarde meu menino! como eu já sabia onde você deixava a chave reserva, eu entrei para fazer uma limpeza com a ajuda da Cida e para deixar a sua refeição pronta.
— Obrigado Dona Conceição.
— Você fez compra Corrado?— olhou para mim com surpresa. É de se estranha mesmo, eu sei. Nunca precisei ou preciso ir ao mercado, ou ao correio.
— Sim, Conceição, eu dei uma carona a Eloá e aproveitei para comprar algumas coisas.
— Que ótimo menino! faz bem fazer coisas novas. — Conceição e sua mania de me chamar de menino, já estou quase um coroa, e brincadeira.
— não é pra tanto, Conceição. Vou subir para meu quarto e tomar um banho.
— tá bom, desta forma, quando sair do banho já teremos arrumado tudo aqui.
— Certo Conceição, logo descerei para jantar. — E então subo as escadas e entro no meu banheiro.
E penso que estou precisando de uma bela transa casual. Daquelas que ficamos horas e saímos saciados. Porque não é possível sentir tesão num beijo no rosto.
Talvez eu aceite ir ao Club com Wallace e Vanessa. E com meus pensamentos tumultuados tomo meu banho.
Quando termino o banho, visto minhas calças moletom, e uma camisa preta e desço para a cozinha.
— Seu jantar está pronto. Vou começar a vir mais vezes aqui. E Cida virá diariamente para cuidar da limpeza e nem adianta negar.
— tudo bem, Conceição.
— que bom porque não teria como fazer nada contra. E agora sente-se e jante.
— Está mandona hoje em Conceição. — falo em tom de brincadeira
— você passou o dia todo fora de casa e imagino que esteja morrendo de fome.
— não. Eu comi um pão de queijo e tomei café. — Ela me olhou muito estranho e achei engraçado
— O que fizeram com meu menino Corrado.
— Não comece, Conceição. — E ela sai rindo da minha cara, só ela mesmo. Coloco comida em meu prato, arroz, “tutu” de feijão, calabresa e frango frito.
— está bom, meu menino?
— Sim, ótimo. Venha jantar comigo.
— Não precisa Corrado.
— Ande Conceição, venha logo mulher. — Com muito custo ela se senta e então jantamos juntos. Conversa com Conceição é sempre ótimo.

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