capítulo 42

786 70 0
                                    

                 ELOÁ GOMES

             4 SEMANAS DEPOIS

Meu caso indefinido com Corrado está cada vez melhor. Se antes eu estava apaixonada por ele, agora eu já o amo. Pode ser muito cedo para amá-lo, mas não há palavra para descrever o que sinto por ele. Ele é um príncipe comigo,  sempre preocupado com meu bem estar, está sempre mandando mensagens ou ligando. Sempre que posso, passo o fim de semana com ele. E são todos maravilhosos. Às vezes vamos à cachoeira nos amar lá.
Ele precisou fazer uma viagem para a zona da mata para comprar algumas terras há três dias. Ele disse que chegará amanhã e estou muito ansiosa para vê-lo.
— Eloá. Terra chamando Eloá. — minha irmã Laura e suas brincadeiras.
— Oi Laura
— está pensando no seu amor, não é?
— Sim, ele vai chegar amanhã. — Laura descobriu que estou com Corrado. Quando preciso, ela me ajuda a dar algumas fugidas.
— Já está com saudades, não é?
— Muitas, tem quatro dias que não o vejo.
— Já definiram o que vocês têm?
— Não, Corrado ainda é muito fechado. Conceição disse que era para ter paciência com Corrado. Ele tem um passado muito triste que mexe demais com ele.
— Ele nunca tocou no assunto?
— Não, Laura nenhuma palavra.
— Você deveria tentar descobrir, minha irmã. Ficar pisando em ovos com a pessoa que  se ama não é bom.
—Nem me diga, minha irmã. — As vezes ele fica distante, muito pensativo do nada, outras vezes aéreo. É péssimo não saber o que se passa.
— mudando de assunto. Você soube que João Pedro mudou o dia de vir?
— não sabia. O que houve?
— Ele disse que teve um imprevisto no trabalho e que talvez só venha daqui a 30 dias.
— João Pedro está muito estranho, Laura.
— penso o mesmo, Eloá. Papai deveria investigar João Pedro. Esse negócio de confiar tanto nele vai terminar sendo um erro. João pediu e nosso pai enviou uma quantia absurda de dinheiro para ele que inventou alguma mentira e papai caiu.
— como sempre, só liga para pedir dinheiro. — falo com raiva
— nem vou comentar nada ou vou ofender papai. Mamãe deve que não se aguenta de ter que ver nosso pai caindo na lábia de João. — fico indignada com essa situação.
— eles brigaram. Ela disse que nosso pai vai entrar em um problema sério por causa de João Pedro.
— Não poderia concordar mais. João e um perigo pra ele mesmo. — revoltante.
— não tem condição de pedir tanto dinheiro assim. Ele não trabalha? Era para ele dar dinheiro ao nosso pai, não o contrário..
— o pior Laura, é que quando é João Pedro, papai fecha os olhos. Não enxerga o quanto o filho está se aproveitando dele.
— Me revolta, sabia. — diz Laura indignada.
— imagina a mim? — nós continuamos falando das artimanhas de João até chegar a hora do almoço, e irmos para a mesa.
— Natália está sumida, filha. — Mamãe começa.
— Natália está trabalhando muito, mamãe. — Natália está sofrendo com o amor que ela diz não sentir por William. Ele tem viajado muito para São Paulo com Ângelo e quase nunca sobra tempo para vir visitá-la. Eles se viram umas 5 vezes depois que ele foi para SP e ela está muito chateada com tudo isso. Mas é o trabalho dele, né.
— Sei. Eu sei que você está  saindo com Corrado, filha. — eu olho para minha mãe assustada.
— o quê? Você não está sendo muito discreta, Eloá? Já flagrei você algumas vezes saindo do portão no carro dele. — eu abaixo a cabeça e engulo seco.
— Papai sabe? — pergunto em um fio de voz.
— sabe. — ela me analisa, e lágrimas se juntam em meus olhos por medo do que ela possa falar sobre a opinião do meu pai.
— vocês desaprovam? — pergunto enquanto Laura segura minha mão.
— seu pai passou mal quando viu voce saindo no carro dele há uma semana atrás. Eu conversei com ele. Até porque quando me apaixonei por seu pai, ele tinha a mesma idade de Corrado, era viúvo, tinha um filho pequeno, bagagens que ele tanto acusa Corrado de ter. — ela para um pouco e prova o suco de graviola. Eu já perdi o apetite.
— depois de conversarmos sobre nosso passado e que idade é apenas um mero detalhe, que não deveríamos dificultar sua felicidade, até porque Corrado é de uma boa família, um homem honrado. — eu solto um suspiro de alívio e dou um sorriso.
— muito obrigada, mãe. — falo indo até ela e a abraçando com carinho.
— seu pai quer que ele venha pedi sua mão em namoro, Eloá. Ele disse que você não é bagunça. E creio que, se ele não vier aqui, seu pai vai até o chalé dele. Sabe como seu pai pode ser esquentado. — eu olho para minha mãe, e não preciso falar nada, ela me entende.
— vai dar tudo certo, filha. Você gosta dele, né?
— mais que gostar, mãe. — ela apenas me abraça, me confortando. E assim continuamos o almoço.
Quando terminamos, resolvi ir até o redondel onde estava Sebastião e Ramon.
— Boa tarde, Sebastião e Ramon.
— Boa tarde, menina Eloá. Achei que não viria ajudar hoje.
— essa manhã acabei me enrolando conversando com Laura. Mas agora estou preparada para ajudar com o treinamento. 
— É assim que se fala, Eloá. — Grita Ramon. E começamos a trabalhar. Quando estávamos só eu e Ramon, ele começou a falar.
— você está saindo com o Corrado. O relacionamento de vocês é sério?
— Da minha parte, sim, Ramon. E espero que da parte dele também.
— fico feliz por você, Eloá. Você merece toda a felicidade que existe. E ultimamente, você está radiante...
— Corrado me faz muito feliz, Ramon. É tão bom quando estamos juntos. Espero que dure.
— está certo, Eloá. Tem que sempre ir em busca do que te faz feliz.
— Obrigada, Ramon. Você é um ótimo amigo. — afirmo, e ele me abraça. Corrado apareceu justamente nesse exato momento com seu carro, e acho que, vendo nosso abraço, ele entra com o carro com tudo e para bem perto do redondel.
Ele não está com uma expressão muito boa. Só vi Corrado com ciúmes assim de Dario. Eu e minha mania de abraços, agora estou em apuros. Vou correndo ao seu encontro, não importando com meus pais. Preciso resolver qualquer mal-entendido.
— Corrado não sabia que você chegaria hoje. — A expressão dele é muito séria.
— acabei de chegar e pensei em vir ver você. — ele fala, passando a mão por seu cabelo, parecendo nervoso. Ainda dentro do carro, com uma expressão cansada e parecendo angustiado, ele diz:
— julgo que é melhor eu ir para casa. Foi um erro vir até aqui.
— Nem pense nisso, Corrado. Abre essa porta agora ou vou começar a gritar e fazer um escândalo. — ele olha para mim e vê que não estou brincando e abre a porta do carro. Não importando com quem veja, me sento em seu colo. Ele queria me afastar, mas não permito.
— Deixa de ser ciumento, Corrado. Olha pra mim.— Ele custa a me olhar, mas quando faz, eu digo:
— Jamais vou te trair. Eu... —quase digo que o amo. Chego a engasgar, mas acho que ele não está preparado para me ouvir dizendo, então eu mudo minhas palavras.
— Eu gosto muito do que temos e quero que dure por muito mais tempo. E também estava morrendo de saudades.
— quem era o cara que estava abraçando você? — ele pergunta sério e até agora não me abraçou.
— ele é o Ramon. Ele deve ter uns 40 anos. Foi meu treinador de hipismo desde a idade de 8 anos. E nunca, jamais olhamos um para o outro além do carinho de amizade, até porque ele deve ter me visto bebê. Satisfeito? — Pergunto olhando em seus olhos.
— Desculpas Eloá. Eu estou cansado. Aí cheguei em casa sentindo sua falta. Estava tudo tão solitário que não pensei nas consequências, só quis vir aqui para te ver, para assim poder descansar.
— Está tudo bem. Também estava com saudades. Com muitas saudades. Não vai me dar meu beijo.
— Seus pais, Eloá, não estou afim de resolver problemas hoje, não hoje. — ele parece tão abatido.
— Deixe eles comigo, Corrado, e agora me beije. — ele então tira meus cabelos do meu rosto e me beija com doçura e carinho. É um beijo tranquilo, até porque estamos na minha casa, mas continuo sentada em seu colo, não importando com nada.
— Posso ir para o Chalé hoje?
— Claro. É tudo o que mais quero, dormi com você ao meu lado. — ele confessa, encostando sua testa na minha.
— Você parece muito cansado. O que houve, Corrado?
— aconteceram muitas complicações para fechar o negócio das terras.
— mas conseguiram?
— Sim, com muito custo.
— Que bom! Fico feliz por você. Agora vou deixar você ir e daqui a pouco apareço em sua casa.
— Não quer que eu te espere? Aí podemos ir juntos. — olho para minha casa e vejo papai e mamãe olhando para o carro parado. Corrado não deve estar com cabeça para lidar com meu pai hoje . E sabendo que meu pai quer falar com Corrado sobre nosso relacionamento, digo que não.
— Vou ter que explicar a fera o porquê de estar sentada em seu colo até agora e então é melhor você ir. Ou terá que enfrentar a ira do senhor Osvaldo. — explico sorrindo. Ele me dá mais um selinho.
— Já faz um tempo que estamos juntos e acredito que estou devendo um pedido de namoro a você, não é mesmo? É que não sei ser romântico, Eloá. Mas prometo tentar ser melhor. — eu me perdi no momento do pedido de namoro, não ouvindo mais nada.
— Você aceita ser minha namorada, Eloá Gomes? — ele pergunta, me olhando nos olhos, e acredito que fico emocionada, pois ele passa seus dedos por minha bochecha.
— Você está falando sério, Corrado? — Pergunto, sem nem acreditar que Corrado vai oficializar o que temos.
— Sim, muito sério.
— É tudo que mais quero, Corrado! — Digo, abraçando-o é beijando seu rosto todo.
— isso é um sim? — ele pergunta, sorrindo para mim.
— Sim, sim, um montão de sim! — falo, não me contendo de felicidade.
— acredito que você esteja feliz.
— muito mais que feliz. E você está feliz também?
— como há muito tempo não ficava. Você me traz paz, Eloá.
— como é bom ouvir isso Corrado. Eu... — Vejo papai caminhando em nossa direção. Merda, enrolei demais.
— Papai vem aí, Corrado. — Digo saltando para fora do seu colo. Ele mantém sua expressão neutra. E espera meu pai aparecer. Papai não parece estar zangado.
— Vocês podem me explicar o que está acontecendo aqui? — Corrado sai do carro, pelo que vejo ele ainda está com a roupa do trabalho. Isso quer dizer que ele está muito gostoso. É até um pecado um homem ir trabalhar assim. As mulheres não vão conseguir se concentrar com uma visão dessas: camisa azul-claro, blazer e calça azul escuro. O meu homem está um arrasado.
— Boa tarde, Senhor Osvaldo. Eu queria conversar com o senhor em um momento mais favorável, mas como não sou homem de enrolar, vou dizer de uma vez. Eu quero pedir ao senhor permissão para namorar com Eloá. — Papai olha surpreso. Ele não achou que Corrado iria pedi, nem eu achei. Mamãe estava próxima, assim como Laura. Acho que todos temendo o que papai vai falar. Corrado não deixa transparecer nada.
— Vocês só vão oficializar, não é? Porque já estão juntos há dias. — Papai fala e olho para ele surpresa.
— o que conversamos, Osvaldo. — mamãe fala repreendendo papai. Ele balança a cabeça em um gesto nervoso.
— Espero que você respeite minha filha, Corrado. Sei que é um homem de uma família excelente. Espero não me decepcionar com você. Creio que tenha idade suficiente pra saber o que quer. Portanto, espero que não magoe minha filha. E no mais, eu permito o namoro de vocês. Que Deus abençoe. — Acho que não tem ninguém mais feliz que eu nesse dia.
— Claro Senhor Osvaldo. Jamais vou magoar sua filha. E obrigado, sua permissão é importante pra mim. — papai balança a cabeça em confirmação e me abraça
— seja feliz filha, mas juízo, sim?
— muito obrigada, papai. — minha mãe me arrasta para longe do meu pai e Corrado, enquanto os dois continuam a conversar. Seguimos juntas em direção à nossa casa.
— estou muito feliz, filha. Siga seu coração e desejo que vocês dois sejam muito felizes juntos.
— obrigada, mãe, por ficar do meu lado. Te amo.
— também te amo, filha. Só tome cuidado porque Corrado vem com bagagem.
— Você sabe do passado dele, mamãe?
— So algumas partes, filha. Mas acredito que ele quem deve te contar.
— tudo bem mamãe. Eu estou com saudades dele. Ele acabou de chegar. Posso ir para o Chalé, por favor mãe?
— Vai, eu seguro a fera aqui.
— Obrigada, mamãe. — beijo seu rosto e saio correndo para o meu quarto, onde Laura vem comigo.
— Saiu melhor do que imaginávamos.
— verdade, Laura, pensei que papai iria surtar.
— mamãe sabe adoçar nosso pai, Eloá.
— Tenho que concordar, Laura. E pensar que Corrado so entrou aqui por causa de ciúmes.
— ciúmes de quem?
— Do Ramon.
— O quê? Logo o pobre do Ramon. — falou Laura, parecendo estranha. Hum, o que está escondendo, irmã? Vou tirar isso a limpo ainda. Pego uma mochila com roupas, já tenho algumas lá, mas preciso de mais algumas coisas. Então saio do meu quarto e vou em direção a Corrado e papai. Eles parecem falar sobre algo sério. Quando me veem, param de falar.
— Papai, eu vou para o chalé do Corrado, tudo bem? — ele estava com uma carranca pronta pra negar quando mamãe aparece falando.
— Deixa eles irem, Osvaldo. Eles são adultos, e Corrado chegou de viagem agora. Precisa descansar, e Eloá pode cozinhar para ele.
— tudo bem. E quando vier trazer minha filha, nós acabaremos essa conversa, Corrado.
— Sim, senhor Osvaldo. — então fomos para dentro do carro de Corrado. Ele dá partida e saímos.
— Me desculpe, Corrado, você havia dito que não queria falar com eles hoje, por estar cansado.
— Ah, mais foi bom. Já resolvemos tudo e não precisamos mais nos esconder.
— Concordo. O que você estava falando com papai?
— É Sobre seu irmão João, Eloá. Eu descobri algumas coisas e, depois de muito custo, encontrei algumas provas e disse que precisava falar sobre isso com seu pai.
— Esta manhã, estava falando com Laura sobre João. Ele pediu dinheiro para nosso pai novamente e adiou a viagem para cá.
— seu irmão está metido em coisa séria, Eloá. Não sei se seu pai vai acreditar, mas minha parte vou fazer entregando o dossiê. — acabei ficando preocupada porque já imaginava que João Pedro estava se metendo em algo errado só por causa do tanto de dinheiro que ele pedia a meu pai.
— Tomara que dessa vez, meu pai não seja tão ingênuo e perceba quem é João Pedro.
— Espero o mesmo, Eloá. E nós dois temos que conversar algumas coisas também, ok? — Já fico preocupada. Esse “temos que conversar” não deve ser nada bom.
— tudo bem. — Concordo temerosa. Minutos depois chegamos ao Chalé.
— Vem tomar um banho comigo? Preciso de um bom banho, de você e da cama.
— Claro, Corrado. Vamos lá. — Subimos para o quarto, tiramos nossas roupas. Tomamos um banho e fizemos amor debaixo do chuveiro, na cama. Depois ele acabou adormecendo e eu fiquei ali fazendo carinho nele.
Ele acordou umas três horas depois e sorriu para mim, passando as mãos em meus cabelos.
— Senti sua falta, Eloá. Acostumei-me com você vindo aqui sempre e dormindo comigo.
— Também me acostumei com você, meu amor. — Quando percebi, já havia o chamado de amor, mas estou cansada de esconder meus sentimentos e, já que estamos namorando, ele não vai se afastar.
— Foram terríveis dias sem você. — confesso, beijando seus lábios.
— Eu trouxe um presente para você. — ele disse, me pegando de surpresa.
— Sério?
— Sim, esta na minha mala. Espere aqui que vou pegá-lo. — Ele comunicou, se levantando e indo até sua mala, tirando de lá uma caixinha.
— Aqui está. Espero que goste. Foi feito especialmente para você. — Eu pego a caixinha, retiro o papel de presente e, quando abro a caixinha meus olhos se enchem de lágrimas.
— É a coisa mais linda e preciosa que eu já ganhei, Corrado. — declaro em lágrimas, ele me deu um colar de ouro com um pingente de um cavalo com uma estrela pequenina na testa, feita de diamante, creio eu. O cavalo e a minha Estrela, eu não consigo acreditar no cuidado que Corrado teve para pedir para fazerem essa joia.
— muito obrigado, meu amor. Estou tão emocionada. É o colar mais lindo do mundo. Muito obrigado, Corrado. — Digo indo até ele beijando seus lábios, e ele retribuindo o beijo de um jeito intenso.
— por nada, Eloá. Você merece o mundo. Você só enxergou coisas boas em mim, mesmo eu sendo um Ogro, mal-educado. Mesmo quando tentei te afastar várias vezes com minhas ofensas e desaforos, você nunca desistiu de mim, de nós. Isso é muito importante para mim, Eloá. Você não tem ideia de como você, com seu jeitinho inocente, bondoso e amoroso de ser, fez comigo. Eu que tenho que agradecer a você, por ver o melhor em mim. Obrigado. — se estava emocionada antes, agora estou chorando de vez.
— eu fiz tudo isso, Corrado, porque sabia que você não era aquele cara frio que aparentava ser. Você despertou em mim sentimentos que nunca senti por ninguém, desde atração, desejo, tesão a paixão e amor. Sim, Corrado, eu te amo. Eu guardei isso por tempo demais e acredito que você deveria saber dos meus sentimentos por você, porque quero que todos saibam como me sinto feliz ao seu lado. — confesso e vejo o momento em que ele percebe que me declarei pra ele. Ele me olha com tanta intensidade no olhar. Mas também vejo tristeza neles, vejo dor. Ele desvia o olhar. Ele está triste. Mas por quê? Corrado é tão estranho. Minutos depois, ele olha pra mim e para a caixinha e diz:
— Eu quero que você sempre use este colar, porque enquanto você usá-lo vou saber que você ainda é minha, tudo bem? — não entendo o porquê de seu pedido. É estranho. Ele pega o colar e eu me viro de costas para ele colocá-lo, então ele o coloca em meu pescoço e beija o lugar. Eu me viro de frente para ele.
— Mais eu sou sua, Corrado, e serei para sempre.
— As pessoas tendem a mudar de ideia facilmente. E enquanto eu ver este colar em seu pescoço, saberei que você me quer. Porque sou um turbilhão de confusão, Eloá. Eu sou tão perdido. Estou tentando ser o meu melhor por você, eu juro que estou, eu quero acreditar novamente nas pessoas. Quero acreditar que podem me amar. Eu já fui muito ferido há anos atrás, Eloá... Eu não gosto de falar sobre isso, mas um dia vou te contar o que me fez ser como sou... — ele encosta a sua testa na minha e vejo seu olhar perturbado, eu o abraço.
— Oh, meu amor, eu estou aqui para você, Corrado, eu te amo, nunca vou te deixar. Jamais.
— Até quando, Eloá? Até quando... — Sua voz é um sussurro, ele parece estar sofrendo tanto.
— Até quando o quê, Corrado?
— Até quando seu amor por mim vai durar? — sua voz estava embargada.
— Por que está falando essas coisas, Corrado. O que está acontecendo com você?
— Nada, Eloá. Me beija? Preciso de você, preciso te sentir. — Ele diz, me beijando e apertando-me forte em seus braços. Ele tira a sua camisa que estava em meu corpo e, com delicadeza, beija o meu corpo todo. Cada parte do meu corpo é beijada por ele e parece que cada beijo é uma declaração de amor. Então, ele me faz ter o melhor orgasmo da vida com um oral maravilhoso e, depois, se encaixa no meio das minhas pernas.
— Preciso sentir você sem nada entre nós, Eloá. Por favor. — sua voz é apenas um sussurro desesperado.
— Tudo bem, eu tomo pílula, Corrado... — Eu começo a falar, mas ele não espera eu terminar e entra em mim com carinho. Não fazemos sexo, estamos fazendo amor. A cada vez que ele entra em mim, ele beija meus lábios e fala o quanto sou linda o quanto sou importante para ele, o quanto ele precisa de mim.
— Diga que me ama de novo, Eloá — ele pede, penetrando-me com seu membro em um vai e vem lento e contínuo.
— Eu te amo, Corrado. Eu te amo muito. — eu me declaro enquanto fazemos amor lento, e ele beija meu pescoço. Quero eternizar esse dia para sempre em meus pensamentos.
— Eu sou todo seu, Eloá. Cada parte que ainda resta de mim é sua. — Ele confessa enquanto gozamos juntos em sintonia. Pegando-me de surpresa, ainda em cima de mim com o rosto escondido, ele fala parecendo confuso e perdido.
— Por favor, Eloá, nunca minta para mim. Nunca traia minha confiança. Estou implorando para que não me faça sofrer, não acho que sou forte o suficiente para passar por tudo de novo... — ele disse tudo isso em um sussurro sofrido e embargado. Ele saiu de dentro de mim, se levantou e foi direto para o banheiro, trancando a porta. Corrado estava tão diferente desde que chegou da viagem, mais sério, não está leve como estava antes.
Ele demorou vários minutos no banheiro e quando saiu, estava enrolado em uma toalha e ainda parecia perdido, mas veio até onde estava, se deitou na cama e me puxou para seu peito, beijando meus cabelos.
— Está tudo bem com você, Corrado?
— Sim, eu me senti exposto e vulnerável. Não gosto de me sentir assim. — ele respondeu ainda distante. — E você linda, está bem? Desculpa por estar assim insaciável, vou pegar mais leve, só estava com muita saudades.
— Tudo bem, eu gosto quando você insaciável. — respondi tentando confortá-lo.
— Que bom, porque você Desperta o meu lado viciado em você. E eu tenho que estar sempre dentro dessa bucetinha gostosa. — Ele disse, beijando meus lábios. Mas eu sabia que ele só queria disfarçar o que tinha acontecido aqui.
Passamos a tarde nos amando com carinhos e tivemos várias conversas, eu fiz nosso jantar e depois assistimos a vários filmes e séries até adormecer ali mesmo no sofá juntinhos.

Meu Caminho Até Você Onde histórias criam vida. Descubra agora