capitulo 18

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ELOÁ GOMES  

            DIA SEGUINTE

Estou muito triste pela discursão que tive com Natalia, porque ela simplesmente não conversou comigo? falou o que a estava a incomodando. Preferiu guardar pra ela, e depois nos magoar com suas acusações. Porque sim estou magoada. Poxa para mim sempre tive Dario como meu melhor amigo, e nunca percebi que ele tinha segundas intenções, e espero de coração que isso seja coisa da cabeça de Natália. Hoje acordei com pensamento longe, estava na cozinha, e não escutei minha mãe me chamar.
— Filha falei com você
— Desculpa mãe não ouvi.
— está pensando na discussão que teve com Natália? — Eu disse por alto do porque ela tinha saído as pressas.
— Sim, mamãe, sabe que Natália é minha melhor amiga.
— Vocês vão se resolver minha filha só precisa de tempo para colocar as coisas no lugar.
— Assim espero mãe.
— como estava dizendo, a Ana quer algumas mudas de flores que tenho em minha estufa, você poderia levar para ela?.
— Claro mamãe, levo sim, só vou selar Estrela e venho buscar as mudas. — já estava mais que curiosa para saber o que tinha acontecido com Corrado, não ouvi ninguém falar mais nada, e não tinha como perguntar sem dar na cara. Seria um ótimo pretexto para sondar.
Depois de pegar estrela vamos até a fazenda dos Martinelli, chegando lá apeio e a deixo em uma sombra. Vou até o casarão.
— Bom dia Alzira, sabe onde está Dona Ana?
— Bom dia Menina Eloá. Sim, ela está no Jardim a sua espera.
— Obrigado. — Além do jardim da frente da casa, ela tem os dos arredores, cheio de flores e plantas, tudo muito colorido e lindo.
— Bom dia Dona Ana. Minha mãe me pediu para entregar a senhora as mudas que a senhora encomendou.
— Que maravilha Eloá muito obrigado. Eu amo cuidar dos meus jardins.
— minha mãe também morre de amores pela estufa dela.
— mas é linda mesmo, a última vez que estive lá, ela tinha comprado várias qualidades de orquídeas.
— Sim, verdade,  ela está sempre comprando qualidades diferentes de varias flores. — Minha mãe tinha vontade de ser paisagista —quer ajuda Dona Ana?
— Não precisa se incomodar menina.
— Não é incômodo algum, eu sempre ajudo minha mãe. — E assim eu a ajudei e falamos sobre as plantas. Nós já tínhamos acabado.
— Vamos entrar e tomar uma xícara de café com broa de fubá, esta quentinho.
— não obrigada Ana, vou deixar para outra hora. — eu não me aguentei e perguntei por Corrado.
— E Corrado, Dona Ana ele voltou para BH?
— Não, ele está ficando no chalé que ele tem na fazenda dele. — ela fala com o semblante triste. O que me deixa confusa
— Oh! não sabia Dona Ana.
— Ele foi para lá ontem. Falando nisso, se não for muito incômodo você se importaria de levar comida para ele? Ele foi pra lá sozinho e não sabe cozinhar e fico preocupada que ele possa sentir fome.
— Não me importo não Dona Ana e no caminho para o Haras.
— Você é um anjo querida. Vou arrumar a marmita. — ela foi toda feliz para o casarão, e eu também estava, por ter a chance de vê-lo de novo.
— aqui está Eloá, muito obrigada. E se ele pergunta... você poderia falar que foi Conceição que pediu pra você levar? — Achei estranho, mais concordei
— Claro Dona Ana eu falo sim.
— Deus lhe abençoe menina.
— Amem. Vocês também. — e assim peguei Estrela e fomos em direção ao chalé, quando cheguei a porteira da fazenda de Corrado, Apeie, e a Abrir a porteira e passei. Sabia que ele não morava na casa que tem ali, não sei bem o porque dele não esta morando nela, é muito linda. E fui em direção a cachoeira, ele havia comentado que ficava próximo a ela. Quando me aproximei quis voltar para trás, mas foi Ana que pediu então não iria amarelar. Assim que avistei o lindo chalé, desço de Estrela e a coloco para pastar ali por perto. E com a marmita nas mãos vou em direção ao chalé dele, e não sei porque meu coração está tão acelerado. Deve ser medo, isso. Medo de.. de.. a sei lá. Chego em sua porta bato e o chamo.
— Corrado.— Ele demora alguns minutos para abrir a porta, e nada me preparou para vê-lo sem camisa, eu perdi o ar. Sim, é de perder o ar com aquela visão, não consegui desviar o olhar de seu peito e braços musculosos com tatuagens, e o que dizer do tanquinho, sim ele tem tanquinho, não quis olhar para suas calças de moletom preta, ou a cueca que estava despontando na cintura na cor branca. Acho que vou passar mal com tantos detalhes. Acho que estou mais vermelha que pimentão, e pelo tempo que passei analisando seus músculos, ele deve ter notado, espero não ter ficado com cara de boba. Quando olho para seu rosto encontro um meio sorriso cafajeste, eu diria, e uma das sobrancelhas levantada.
— Está gostando de fazer a inspeção Eloá? — que merda, ele me pegou.
— Nada que já não tenha visto dos outros peões do haras. Eles costumam tirar a camisa quando está muito calor. — Minha boca sem filtro. Virei a Natália agora. Merda.
— Pelo que vejo você gosta de se esconder para observar homens sem camisa também, que mania mais estranha Eloá.
— Não é nada disso Corrado. Você está errado.
— Então como vê outros peões sem camisa?
— não te interessa. — falo irritada.
— Certo, e o que faz em minhas terras. Hum?
— Dona Conceição me pediu para trazer uma marmita para você.
— Você esteve na fazenda?
— Sim. Minha mãe me pediu um favor. — controlo minha vontade de soltar toda e qualquer informação.
— entendo. — Ele fica parado olhando para mim, e eu para ele. Sem saber o que dizer, mas sem querer ir embora. — não vai me entregar a marmita?.
— Oh sim, claro, aqui estar.— lhe entrego, e acabo encostando meus dedos nos dele.
— hum?!... isso é tudo?
— Não... quer dizer... sim... Eu acho. — Fico ali parada olhando para ele igual uma boba. — seu chalé é muito lindo!
— também acho.
— Você não é nada modesto em.
— E você sempre fala mais que deve. — Diz entrando para dentro do chalé. — Vai ficar aí parada. Ou vai entrar, sei que é o quer.
— Você deveria ser um pouco mais educado Corrado.
— Engraçado Eloá, que você está em minha casa, e ficou me devorando com os olhos, e está me pedindo educação?
— Abusado, estou indo embora. — Já estava me encaminhando para fora.
— Sei que quer Ficar.
— não sem você se desculpar por ser grosso. Não te fiz nada.
— Não vou me desculpar, mas se quiser posso te oferecer um café.
— tudo bem, eu aceito o café. —vou o seguindo para dentro, e fico encantada com a beleza e o aconchego do chalé.— Nossa seu chalé é perfeito. — a sala tem um sofá, uma poltrona e a TV. E daqui mesmo consigo ver a cozinha que é pequena mas bem organizada. E ele tão grande sem camisa fazendo um café é no mínimo curioso, e bonito de se vê. Eu vou até a cozinha e me sento na bancada da ilha.
— Você mesmo que vai preparar o café?
— Sim. Gosto de café forte e sem açúcar. E você?
— café eu gosto de doce por favor. Quem em sã consciência toma café forte e puro? É muito ruim
— quem é  apreciador de um bom café.
— eu gosto muito de café mas doce. — Digo rindo,  porque eu nunca vou tomar café amargo e achar delicioso.
— Aqui está Eloá,  e o açúcar está nesse pote. Sirva-se a vontade .
— Obrigado. — e vou colocando logo uma colher cheia de açúcar, e aí sim eu provo o café. — Nada mal.
— que bom que gostou.— Diz irônico, como não tenho intimidade não pergunto porque está ali sozinho. Mas morro de curiosidade.
— Sim muito bom. A dias não vejo você. — falo querendo descobrir onde ele esteve.
— Achei que não queria me ver, já que me chamou de quê mesmo!? — fingir pensar com a mão na barba, e me seguro para não fazer papel de boba o admirando. — A sim, de cretino e idiota.
— Acho melhor não lembrarmos daquele dia.
— por que não Eloá? Achei que tinha gostado do passeio, pesar do tapa que eu recebi eu gostei. — ele fala tomando o café me olhando com curiosidade.
— eu gostei na verdade. E... bem, me desculpe.
— tudo bem.
— E não quero lembrar daquele dia. — Digo pois não quero lembrar da minha falta de coragem ou dele me chamando de garotinha.
— entendo. Você veio com sua égua? — agradeço mentalmente por ele mudar de assunto
— Sim. Estrela está lá fora pastando.
— Você gosta muito dela!
— Sim, estrela está comigo desde que tinha 12 anos, e eu a treinei a seguir meus comandos.
— Vejo que você nasceu amando cavalos.
— Sim, eu comecei a montar em cavalos com a ajuda do meu pai com 3 anos. E com 5 anos ganhei um pônei.
— Nossa! muito nova.
— Sim, bastante, com 8 anos já conseguia montar em cavalos e fazê-los obedecer comandos, e com 13 anos entrei para competições de hipismo — Falei me arrependendo de tocar no assunto.
— Você competia?
— Sim. — É tudo que digo. E acho que ele entende que não quero falar sobre porque não pergunta mais, e eu agradeço por isso. —Acho... que já vou indo, e obrigado pelo café Corrado.
— Por nada. — e quando eu estava saindo ele me chamou. —Eloá.
— Sim? — Viro olhando para ele com expectativa.
— foi muito legal da sua parte me trazer a marmita, valeu — diz arranhando a garganta em seguida.
— Não há de quê.
— Certo.
— Então.. tchau Corrado, até.
— tchau. — E olhando para ele uma última vez saio de seu chalé. Mas com vontade de ficar mais, não sei o que Corrado tem que me faz querer me aproximar e afastar ao mesmo tempo.
Monto em estrela e vou para casa me sentindo feliz, e sem entender o porquê, ou não querendo entender mesmo. Assim que apeie da Estrela minha mãe veio ao meu encontro.
— Você demorou filha aconteceu algo?
— Não mamãe. E que Ana me pediu um favor.
— A sim tudo bem. Va se trocar para almoçar, está esfriando. — sorte que ela não me perguntou o qual era o favor. Se papai descobrir que estive num chalé de um homem sozinho iria botar um ovo, o que faria se soubesse que ele estava sem camisa. Não quero nem imaginar e sorrindo vou para meu quarto.

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